vidas
Por todas as partes, monstros que só vagam a noite;
por todos os cantos, corpos sem nada dentro;
xícaras de sangue, no café;
voltam as manhãs, a serem nubladas e mortais;
reviro esses destroços que sobraram
desse teatro de horrores;
É como se catasse ossos no deserto.
O vampiro de pele seca e de rosto cortado,
segue de luto pelas ruas;
em meio a tantas solidões,
desertos negros, para atravessar ao meio dia.
A chuva que cai, invade todas as ruas
vago pela noite feito um bicho
são os faróis altos
que blindam o meu carro na contra-mão.
Mendigos e prostitutas dividem todas as esquinas;
não muito diferente deles, ando por todos esses lugares.
a diferença é que eles são felizes;
e eu, não quero nem me ver.
A essa altura, quase madrugada; não sinto sono.
O perfume e o cheiro do cigarro se confundem.
Esse bandido que me empresta a alma,
é o único amigo,e tudo que sobrou em mim.
E essa madrugada quase infinita!
vinho e luz acesa, combinação mortal.
volto ao teclado
por esses caminhos escuros e inacabados,
em que minha alma se arrasta abatida e maltrapilha;
Dry seco pra adoçar a boca.
Rodo pelas cidades, sem vaga para estacionar.
os sinais fechados transformam todas as vias
em um labirinto fúnebre e sem graça.