17º conto real- minha amiga leonice
A léo é uma das raras pessoas que passam pela vida da gente. Já descrevi um pouco sobre a nossa amizade, sobre a família, falei sobre a sua mamãe, que hoje já dorme com jesus. Então ...a léo e eu crescemos juntas, nem vou falar praticamente juntas, pois além de nos termos conhecido crianças, morado perto enquanto vivemos no seio da nossa família ( mamãe, papai e manos) tínhamos uma afinidade ímpar. Apenas em algumas coisinhas que não concordávamos. Mas dessas coisinha nem vou falar. Falarei apenas do nosso tempo de crianças. Ela tinha dois irmãos com os quais convivi mais. O mais bonito era o donizete, menino bonito, que todas as garotas olhavam e não esqueciam nunca a beleza dele. Vinha mocinhas de fora da cidade para conhecê-lo- Houve um carnaval de rua , no centro da cidade, em que fui participar também, carnaval de crianças, na avenida dois de Agosto, e lá estava ele , todo bonitão e todo rodeado de garotas bonitas. Eu, é claro vi logo que nunca ganharia a batalha , e fiquei ali só a observá-lo com aqueles lindos olhos verdes, branquinho, cabelos lisos e dourados , muito elegante. Mas esse sentimento passou rápido. O que o tempo não cura? E também fui conhecendo outros garotos, e como havia várias brincadeiras , aliás, estas eram sempre na porta da minha casa, todas as crianças se reuniam e brincávamos até a mamãe chamar para dormir.. Então ajuntava muitas crianças, meninos e meninas e a gente esquecia dos amores não correspondidos. Mas voltando a minha amiga léo, nós passamos a infância e a adolescência estudando sempre juntas. Desde que fui fazer a 7ª série no ginásio pio Xll
, já no ano de 1971, eu com 13 anos e ela com 14, já estávamos começando com nossos namoricos de adolescentes. Mas era tudo coisa passageira.Na sala de aula, desde a 7ª série ,sentávamos juntas, e essa amizade prolongou por longos anos, e ainda hoje nos falamos por telefone, ou às vezes nos vimos pessoalmente. As nossas travessuras foram muitas. Nós estudávamos juntas, fazíamos deveres juntas, comprávamos os livros juntas, a mãe dela dava a metade e a minha mãe a metade, então era assim nossa amizade. Também aprendemos a matar muitas aulas juntas. Gostávamos sim de estudar, mas também de sair escondidas do ginásio, ali mesmo ,na sala, a gente combinava, pegávamos o material numa bolsa, desconfiadas andávamos pelo longo corredor, alcançávamos a quadra onde subíamos as escadas , onde dava pra um aterro, perto do muro. Ao encontrarmos já em frente ao muro, nós o pulávamos com facilidade e saíamos correndo pelo morro, nessas alturas já tinha alguns barzinhos na cidade, claro que a gente ia nos barzinhos tomar coca-cola, conversar com os amigos, outra vez nem íamos ao ginásio, já ficávamos fazendo hora pela rua até às 19:00h, que já era o horário de começar a primeira sessão no cinema. Nunca assisti a tanto filme faroeste como naquela época, não esqueço do Franco Nero,Elizabeth Taylor, Marilyn Monroe e outros atores e atrizes maravilhosos da época. Quando assisti a lagoa azul pela primeira vez fiquei muito emocionada e chorei muito. Os filmes de romance ficaram gravados para sempre na minha memória. Ainda havia as fotonovelas que lia há mais tempo, pois era de mais fácil acesso, só que as lia escondido, minha mãe e minhas irmãs mais velhas, ficavam me vigiando para que eu não lesse fotonovelas, mas não adiantava pois eu lia escondido, amava ler como amo até hoje.mas nessa época já não eram tão pegajosas como eram quando eu tinha meus 11 anos. Até deixar eu ir assistir novelas na televisão do vizinho eu já tinha conseguido o direito aos meus 10 anos. Bom ...a léo( Leonice) anos mais tarde tornou-se minha comadre, é madrinha da minha última filha, a caçula de nome Michélle Imaculada,(NINA) e que a adora. Essas são as mais lindas lembranças que tenho da minha linda amiga Leonice, menina bonita de olhos verdes ,também eram hereditários, o pai dela, que não conheci, ela me falava dos olhos dele, esses olhos verdes foram presenteados a quase toda família.. Minha amiga eu te amo muito. Não te esquecerei jamais. Voltarei breve com mais um relato.
Autora: margareth rafael
FILME: POR UM PUNHADO DE DÓLARES