O CENTAURO QUÍRON

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Notas Biográficas

 

A história mitológica dos centauros está quase sempre associada a episódios de barbárie. Eram notórios bebedores, indisciplinados, delinqüentes, sem cultura e propensos à violência quando ébrios. Certa vez, foram convidados para o casamento de Pirítoo, rei dos Lápitas; enlouquecidos pelo vinho, tentaram raptar a noiva, desencadeando-se ali uma terrível batalha. O episódio está retratado nos frisos do Pártenon e foi um motivo freqüente nas obras de arte pagãs e renascentistas. Ao contrário do resto dos centauros, Quíron era inteligente, civilizado, bondoso, e célebre por seu conhecimento e habilidade com a medicina.

Quíron pertencia à geração dos Olímpicos. Era filho de Cronos, que tomou a aparência de metade homem, metade cavalo, para seduzir Hira, uma filha do Oceano.

Quíron vivia numa caverna de Folo no monte Pélion, na Tessália. Ali se casou com Cariclo, uma ninfa, que lhe deu três filhas: Hipe (Melanipe ou Euípe), Endeis e Ocírroe, além de um filho, Caristo. A sua sabedoria e o seu conhecimento fizeram com que ele fosse escolhido instrutor e professor de Apolo, Asclépio, Aquiles e de Jasão, a todos ensinou tanto as artes marciais e a caça como a música e a medicina.

Durante o quarto de seus doze trabalhos, no qual derrotou o Javali de Erimanto, Héracles visita a caverna de Folo. Durante uma refeição, pediu vinho, para acompanhar a comida. Folo, que comia sua comida, sem mais nada, estranhou. Ele havia recebido de Dioniso uma jarra de um vinho sagrado, que deveria ser conservado para o resto dos centauros até que fosse a hora certa de ser aberto. Diante do pedido de Héracles, Folo sentiu-se constrangido em oferecer o vinho santo. O herói o agarrou de suas mãos e o abriu, deixando que seus vapores e aromas saíssem da garrafa e intoxicassem os centauros, liderados por Nesso, que estavam reunidos do lado de fora da caverna. Imediatamente passaram a arremessar pedras e galhos em direção a Héracles que disparou diversas flechas envenenadas contra eles, para afastá-los. Uma delas atingiu Quíron na coxa.

A flecha não matou Quíron, pois, sendo filho de um titã, era imortal, porém provocou-lhe dores terríveis e incessantes. Acontece que as feridas provocadas pelas flechas do herói eram incuráveis e, assim, toda a competência médica de Quíron se revelou inoperante.

Coube assim a Héracles fazer um acordo com Zeus, trocando a imortalidade de Quíron pela vida de Prometeu, que fora condenado a padecer eternamente, amarrado a um rochedo enquanto um pássaro devorava seu fígado, que voltava a crescer no dia seguinte. Zeus, que afirmara que só o libertaria se um imortal abrisse mão de sua imortalidade e fosse para o Hades, o reino dos mortos, em seu lugar, concordou, liberando Quíron de seu sofrimento, para morrer tranquilamente. O Zeus o homenageou, colocando-o no céu como a constelação que chamamos de Sagitário (do latim sagitta = flecha). ®Sérgio.

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Ajudaram na elaboração do texto: Bulfinch, Thomas, O Livro de Ouro da Mitologia: Histórias de Deuses e Heróis, 26º edição, Rio de Janeiro, 2002, Ediouro. / Bulfinch, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia. Trad. David Jardim – Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

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Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 27/09/2012
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