MEUS 30 CICLOS
Antes de iniciar os ciclos peguei as informações básicas de minhas origens. Nada compreendia, nada via, tudo escutava, tudo guardava.
Os quatro primeiros ciclos utilizava o meu choro, meu riso, meu tato e meu contato, enquanto desenvolvia a força física e fotografava o novo mundo que me formava.
No quinto e sexto ciclo sentia-me feliz com as peraltices das descobertas, das viagens, da feira vizinha a cidadela, das amáveis entregas de sentimentos que dava aos meus pais.
No sétimo ciclo reporto à lembrança a simplicidade de um beijo materno, na testa, cobrindo-me com panos de carinho, fazendo-me acalantar o coração, e dormir. Acordar feliz...
No oitavo ciclo ocorreram mudanças no “de volta para a terra materna”, na despedida brusca de um avô e a vida de um irmão.
Nos ciclos intermediários de muitas mudanças chegaram às dúvidas, a inocência, a maldade dos outros sob fogo de pressão – destruidores de sonhos e histórias.
No décimo quinto ciclo a seqüencia dos venenos alimentados foram expostos, a meninice adulta em violência se fez e as conseqüências separou quem não mais pode conviver para sobreviver.
A partir do décimo sexto ciclo muitos conflitos existenciais fundamentavam o conjunto em blocos individuais e suas muralhas faziam-nos enxergar o palmo de nosso ego. Tentativas de elo vetado pela supremacia hierárquica.
Os demais ciclos são bastante oscilantes e o fator corrosivo a todo tipo de relacionamento é a não comunicação baseada em diálogo, na aceitação da diferença humana, da liberdade de escolhas e da compreensão que somente o amor une.
Trigésimo ciclo: a valorização das pequenas atitudes que engrandecem a alma humana, a sensibilidade de um menino, o brado pela a escuta da vida, a esperança do sorriso de um Homem e a Deus agradecer.
Ser feliz é valorizar o que não se pode comprar, simplesmente ser e se importar com quem faz do amor o ser.