Aos 21
A exatos dois anos atrás eu escrevi um texto aqui, nessa mesma data, e acredito que tenham sido os dois anos que eu tenha mais vivido em todos esses 21, eu fiz e fui tantas coisas por incontáveis vezes, conheci alguns lados e algumas moedas, e ainda hoje não sei se é tudo, ou muito menos o que tenho pela frente.
Tenho um ressentimento, um medo e uma vontade de viver que se contradizem tanto e me endoidecem, quero o todo aquele tanto, mas tão rápido que tenho que parar pra respirar e olhar um pouco pra traz pra ver se valeu a pena deixar certas coisas em busca de outras por vezes incertas.
Tenho me surpreendido comigo, com a vida, com as pessoas, cada vez mais com o tempo, e o que ele faz com a gente, hoje eu tenho 21 anos de idade vividos de uma forma que não explico em poucas linhas, por isso vou escrevendo, escrevendo, me traduzindo.
Batendo o carro, me perdendo na madrugada, acampado, viajando, mudando, chorando, cortando, trocando as lente e os sapatos, pintando as unhas, um rímel, um cigarro, um beijo, o abraço, estrelas, luas, chuvas, igrejas, sorrisos e sensações, implorando que o tempo parasse, ajoelhando para que passasse bem rápido.
Mais uma vez, agradecendo sempre por pessoas maravilhosas perto de mim que a cada dia me fazem ter vontade de viver mais, além delas novas pessoas que estão chegando para alegrar mais a minha vida.
Não me sinto velha, nem madura ou vivida, nem mais nem menos criança, seja lá qualquer adjetivo que eu queira dar, me sinto eu, pois vejo outros com a mesma idade que não têm tantos objetivos como eu e outros com responsabilidades incomparáveis as poucas que tenho.
21/09 e mais um dia da árvore, com chuva lá fora, prova e um choop black de ontem a noite, uma boa musica, e uma vida inteira pela frente com menos 21 anos, tanta coisa, tantos sonhos, incontáveis sonhos, incontáveis medos.
Passei por estágios diferentes em pouco tempo, hoje tenho tentado me conhecer, e estruturar meus caminhos, mesmo não sabendo se certo ou errado, NÃO SABENDO NADA MESMO, mas ninguém pode fazer e descobrir por mim.
E mais uma vez, daqui a dez anos, posso querer o diferente e até o inatingível não sei, sou um copo meio cheio, tentando otimizar minha pessimição.
Boa noite, bons sonhos e dias azuis