* Conheço uma moça com quem sempre me identifiquei muito.
No passado ficávamos conversando várias horas na varanda de sua casa ou via telefone. O papo fluía, a gente nem notava o tempo passar.
Havia o prazer daquele intercâmbio que nutria a conversa que alimentava a satisfação que dava felicidade...
Ela certa vez desejou se casar comigo, porém eu não topei. Nós nunca nem sequer nos beijamos.
Os meus pais partiram da Terra pensando que fomos namorados, contudo jamais nos beijamos.
Certa vez, num aniversário meu, ela pediu que eu escolhesse entre uma rosa e um beijo.
Eu escolhi a rosa.
Ah! Seria bom começar de novo algumas histórias!

* Tive um amigo, um senhor, a única pessoa que me deu conselhos durante minha existência.
Era confortável demais saber que ele estava ali, na sua residência, que seria possível estabelecer uma conversa igual a muitas que tanto tivemos nas quais eu ouvia suas sábias ponderações.
Numa ocasião, estava ele e sua esposa atravessando a rua. Ele me viu no ponto, colado à sua casa, veio falar comigo brincalhão e atencioso.
Nesse momento, o ônibus que eu aguardava surgiu. O cumprimentei apressado com receio do ônibus partir, não ouvi bem o comentário engraçado que ele fez, fui embora.
Pouco tempo depois, ele teve uma morte repentina.
Aquele instante foi nossa despedida.
Por que a pressa para pegar o ônibus?
Por que não esperei o próximo veículo e curti a oportunidade daquele intercâmbio tão legal?
Claro que eu nunca adivinharia a ocorrência futura, porém penso que teria sido muito bom refazer aquela situação.
Ah! Seria bom começar de novo algumas histórias!
 

* Um dia minha última namorada me sugeriu que tentássemos efetivar um namoro. Concordei.
Percebo que, contrariando o nosso acordo, me preocupei demais com certos detalhes, cobrei muito certas atitudes, questionei isso e aquilo, porém era pra ser somente uma experiência de namoro.
Eu compliquei bastante!
Vivendo intensamente somente o namoro, os beijos deveriam ter sido totalmente despreocupados, o mundo deveria parecer que estava parado, as inquietações nenhum sentido deveriam fazer naqueles instantes de um namoro o qual eu não sentia exatamente como um namoro.
Em breve publicarei o poema “Consegui” ressaltando que o gostar bonito e profundo já não existe mais.
Apesar disso, quanto ao nosso namoro, hoje percebo que eu errei, eu exagerei, eu não o desenvolvi como um simples namoro que poderia seguir adiante ou não.
Ah! Seria bom começar de novo algumas histórias!
 

* Eu não disse a minha mãe o que lhe digo hoje.
Sempre achei meloso declarações de amor.
Observei uma declaração de amor na net que um homem fazia para sua esposa, fiquei meio enjoado com as frases açucaradas.
No caso de minha mãe, no entanto, eu deveria ter sido ainda mais meloso e enjoado do que considerei o cara que estava expressando a paixão.
Eu deveria ter dito à minha mãe que a amo demais, que ela é o meu ar, que ela é a minha vida, que eu não sei ficar sem sua presença...
Eu deveria ter declarado o que sinto, gritado aos quatro cantos.
Hoje ocorre, certas vezes, a vontade de dividir com ela um instante do cotidiano, saio como se fosse fazer isso como várias vezes o fiz, porém logo recordo que as coisas mudaram, que ela partiu.
Por que eu não disse a ela tudo que lhe digo atualmente?
Quando eu tinha meus dez ou onze anos, eu deitava no colo dela e permanecia sereno, sentindo paz, protegido, forte e feliz.
Ah! Seria bom demais começar de novo algumas histórias!
 
* O que me motivou este texto foi uma tristeza que me invadiu após ler uma mensagem na qual não fui bem compreendido.
Apesar de ser uma situação bem diferente, tal mensagem me fez recordar outra na qual alguém se distanciou sem me dar qualquer chance de dizer algo.
Depois dessa mensagem, nunca mais ouvi nem vi a pessoa. Só existiu silêncio.
Quanto à mensagem que recebi há pouco, espero que ainda eu possa dizer algo.
 
Seja como for, percebi que estou carente.
Daí surgiu o texto que escrevi recordando momentos da vida os quais poder refazê-los suscitaria uma alegria indescritível.
 
Devo destacar que o RL é um um espaço onde posso, entre outras coisas, desabafar.
O RL me permite interagir com vários amigos tão queridos e especiais com os quais já desenvolvo uma agradabilíssima relação.
 
Obrigado!
 
Sobre essa história que ainda nem sequer completou um ano, teria sido bom ter começado mais cedo, descobrindo o site há vários anos!
 
Mas já está valendo demais!
Percebam que pude, nesse instante de intensa angústia, trazer o meu sentimento até vocês produzindo este texto que agora publico.
Esse ato conseguiu aliviar o coração e fazer bem à alma.
 
Mais uma vez preciso dizer “Obrigado!”.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 21/09/2012
Reeditado em 22/09/2012
Código do texto: T3892785
Classificação de conteúdo: seguro