Tommaso Campanella o conhecimento acima da dor do corpo...
Seus estudos levados ao extremismo da expurgação pelo Santo Ofício fez o seu corpo ser martirizado ao extremo da dor... não se deixou morrer nas mãos dos inquisidores e por várias vezes se submeteu a marca da dor pela Santa Inquisição para levar adiante o seu pensar e seus escritos. Preso com Giordano Bruno e Galileu Galilei não ficou submisso ao Santo Ofício e escreveu Campanella muito... sobre, os dois estudiosos, até, se ofereceu como defensor no processo, e, com isso, atrai as atenções da inquisição que faz o sequestro dos exemplares da Monarchia Messia, mais uma vez foi vítima de seu ideal.
Uma mínima parte da sua vida repleta de perseguições publico aqui no Recanto das Letras.
Nasceu em Stilo, na Calábria, em 05/09/1568 (faleceu maio 1639), Campanella foi batizado Giovano Domenico Campanella, e depois tomou o nome de Frei Tommaso Campanella, ao receber o hábito dominicano, aos 15 anos (1583). Se diz que foi uma criança de inteligência precoce. Seu treinamento formal em filosofia e teologia foi no convento dominicano. Cedo em sua carreira se desencantou com a filosofia Aristotélica. A principal influência intelectual que teve foi da doutrina de Bernardino Telésio (1509-1588), um antiaristotélico de Cosenza, reino de Nápoles, cuja principal obra, De Rerum Natura o impressionou muito. Convém examinar em que consistiu essa influência.
Em 1632, quando Galileu é condenado devido ao Dialogo dei massimi sistemi, Campanella se oferece como defensor no processo, sendo por isso perseguido, novamente!
Em 1599, foi preso por ordem do governo espanhol sob acusação de heresia e conspiração. Embora jamais tivesse confessado nenhuma das acusações, esteve preso na prisão de Nápoles durante 27 anos. Posto em liberdade no ano de 1626, foi novamente preso e levado diante do Santo Ofício em Roma, onde enfrentou julgamento por certas proposições em seu trabalho que eram consideradas suspeitas. Recuperando a liberdade, esteve algum tempo no mosteiro dominicano de Minerva, em Roma.
A utilização de fogueiras como maneira de o braço secular aplicar a pena de morte aos condenados que lhes eram entregues pela Inquisição é o método mais famoso de aplicação da pena capital, embora existissem outros. Seu significado era basicamente religioso - dada a religiosidade que estava impregnada na população daquela época, inclusive entre os monarcas e senhores feudais -, uma vez que o fogo simbolizava a purificação, configurando a ideia de desobediência a Deus (pecado) e ilustrando a imagem dodo Inferno.
"E, quanto mais ouço, mais ignoro.Tommaso Campanella
Em 1634, temendo perseguições por suspeitas de que poderia estar envolvido em nova conspiração, seguiu o conselho do papa Urbano VIII e fugiu para a França, onde foi recebido por Luís XIII e pelo Cardeal Richelieu. Campanella deixou uma obra vasta que abrange vários tópicos: gramática, retórica, filosofia,teologia, política, medicina etc.. Segundo Campanella, as ciências tratam das coisas como elas são, cabendo à filosofia (e especialmente à metafísica) explicar as coisas em seu sentido mais profundo.
"O mundo é uma gaiola de loucos.Tommaso Campanella
Entre suas obras, destacam-se:
Philosophia sensibulus demonstrata (Nápoles, 1591);
Del senso delle cose e della magia (Bari, 1620);
Apologia pro Galileo, mathematico Florentino (Frankfurt, 1622);[1]
Atheismus triumphatus (Paris, 1631)
Monarchia messiae (Jesi, 1633);
Disputationum in quator partes suae philosophia reales libri quator (Paris, 1637);
Epilogo magno;
Theologicorum libri XXX;
La città del Sole (A cidade do sol)
Campanella, Tommaso. Apologia de Galileu. São Paulo: Hedra, 2007
António Baião, Episódios Dramáticos da Inquisição Portuguesa, Lisboa, Seara Nova, 1973, vol. III,