C0NTO REAL: Junho--- Mês das fogueiras e brogodós

CONTO REAL- Junho- Mês de fogueiras e brogodós. Peço desculpas pelo intervalo dado aos meus escritos. Hoje quero falar sobre o mês de junho e Agosto aqui na minha cidade, na época dos meus pais. Junho é o mês das fogueiras ; estão sendo resgatados esses valores e essas comemorações nos dias de hoje, mas eu narrarei esses fatos quando ainda era uma pré-adolescente. Então , como os amados leitores já sabem um pouquinho sobre minha vida esse relato não poderia passar em branco. Aproveitando que naquela época nossas férias escolares já se iniciavam no final do mês de Junho, já ficávamos desde o início do mês preparando os nossos pequenos objetos que seriam colecionados para formar um brogodó ( e ainda se dizia brogodó da sorte ) Era assim, a gente arrumava uma cadeira ou uma mesinha , que fosse redonda ou quadrada, sempre com um paninho para forrar e enfeitar, e com ajuda das colegas juntávamos objetos simples e pequenos para colocarmos no nosso brogodó. Era composto por objetos como grampos de cabelos, caixinha de fósforo, pirulitos, balas, aneizinhos, pequenos laços de fitas de todas as cores, chicletes, pulseirinhas, tudo que a gente conseguia reunir distribuíamos na mesinha ; antes eram feitos os papeizinhos, escritos o nome de cada objeto, de um em um , claro, pois a pessoa que comprava iria escolher qual ia pegar,por isso , primeiro era embaralhado os papéis enroladinhos, a pessoa comprava por uma moedinha de nem sei quanto mais e líamos o que estava escrito. Ali estava escrito o que a pessoa ganhava no brogodó. Era uma brincadeira infantil, muito engraçada, mas também foi muito compartilhada na minha infância. Na porta de todas as casas havia uma pequena menina vendendo brogodó. Quando não tinha garotas para fazer aí não tinha. Lembro que nos dias das festas dos santos ( São João, São Pedro e Santo Antônio) eram feitas várias fogueiras na minha rua, até balões apareciam nas noites de São João, brincadeiras de virar comadre e compadre,música de sanfona,acordeon, dança de forró. O que era mais gostoso era ficar na beira da fogueira esperando as batatas assarem, o canjicão com amendoim, biscoitos de goma, bolo de fubá. As crianças ( eu no meio lógico) brincando também de roda, soltar traques, bombinha, . Tudo era muito gostoso, as famílias se reuniam nesse dia de fogueira e ficavam até altas horas ali proseando, contando causos de fantasmas , assombrações, os quais nós crianças ficávamos morrendo de medo, mas no outro dia já tínhamos esquecido. As noites de fogueira foram inesquecíveis na minha vida pelo seu brilho contagiante, conversas calorosas entre viinhos, brincadeiras de crianças. São pequenas lembranças que se tornam gigantescas de acordo com as nossas emoções e coração. Lembranças que sei morrerão comigo, as quais nunca esquecerei, isso por que passado algum tempo não aconteceram mais. As pessoas começaram a conhecer os meios de comunicação como televisão e o cotidiano, o dia a dia com prazer foi findando, sem se preocuparem de estarem perdendo as raízes.Quanto ao brogodó da sorte era feito desde a segunda quinzena de junho em diante. Quando passava o mês de junho, inclusive com muito frio, passavam-se também as fogueiras, ficavam só as recordações. No mês de Julho também o frio era intenso, meus pais continuavam com a vida de sempre,m que eu já escrevi sobre a nossa vida, sobre a minha caminhada desde a infância , e ainda estou escrevendo,não sei quando escreverei o último conto real mas creio estar na metade.As férias começavam no princípio de Julho, a rotina era a mesma, apenas era esperada a chegada do mês de agosto para a famosa festa da padroeira festa da cidade: Nossa Senhora dos Anjos. Sobre esta famosa festa escreverei no próximo conto. Um abraço a todos os meus queridos leitores. Autora: Margareth Rafael

jUNHO

margarethrafael
Enviado por margarethrafael em 24/08/2012
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