Perfil Biográfico de uma Mulher de Honra


Estamos falando de D. Dulce.
Ela recebe, ao completar seus 80 anos, uma festa, oferecida por seus familiares e nesta oportunidade, aproveitam para retratarem um pouco de sua vida: o que foi, o que é.
Pelos seus feitos eles a consideram como uma “imortal”.
A história sempre se repete e na vida desta anciã, não foi diferente; aconteceram muitas coisas, que relatamos a seguir:
Os pais de Cirino, moço que seria o esposo de Florinda, viera de Minas Gerais, em busca de melhores condições de vida em Goiás.
Por outro lado, os pais de Dulce, igualmente mineiros, também fizeram o mesmo e o que é interessante, com o mesmo objetivo. Deixaram seu Estado para se fixarem em Goiás. O nosso Estado, desde aquela época, já era promissor, sempre oferecendo boas chances a seus imigrantes.
Cirino e Dulce com 7 e 3 anos de idade, respectivamente, nesta época nem sonhavam onde encontrariam sua felicidade e também não imaginavam que Goiás traçaria sua história.
Dulce, ainda menina não deixou de mostrar suas peraltices, e certo dia colocou fogo no rancho com um tição aceso. De outra feita, porque era muito destemida, conseguiu atravessar o ribeirão Meia Ponte com outras três crianças montadas num burro.É bom dizer que nesta época o Meia Ponte ainda não era um córrego poluído.
O tempo foi passando até que um dia os jovens se encontraram, e com o decorrer do conhecimento viram que suas famílias tinham algo em comum. Veio o namoro, noivado e por fim o casamento. Dulce mocinha simples de 17 anos foi desposada pelo jovem, porém mais maduro, Cirino, no Cartório de Registro Civil da cidade de Vianópolis.
Tiveram uma convivência equilibrada, e deste matrimônio o casal foi agraciado com a bênção de 8 rebentos sendo 4 do sexo masculino e 4 do sexo feminino. E destes, foram projetados 23 netos, 34 bisnetos e 3 trinetos. Todavia, o Sr. Cirino não pôde vê-los todos crescerem, pois veio a falecer após 47 anos de casado, deixando inconsolável sua Dulce, mulher dedicada e mãe carinhosa.
Assim essa mulher viveu muitas emoções, alegres e tristes, mas não fraquejou; soube conduzir sua família lutando pela sobrevivência, sobretudo no caminho do Senhor.
Mas um fato aconteceu que lhe trouxe grande consolo, pois ainda se encontrava muito apaixonada pela morte do seu companheiro quando isso aconteceu: teve um encontro com Jesus e O aceitou como seu Salvador pessoal. Este encontro com o Mestre ajudou muito a D.Dulce a superar a ausência do marido, primeiro e único romance de sua vida.
Depois de sua conversão, surge uma necessidade, ser alfabetizada, para poder ler a Palavra de Deus – a Bíblia Sagrada. Tal foi o seu interesse que logo conseguiu realizar o tão almejado sonho, estudar e aprender os preceitos divinos, os quais lhes seriam importantíssimos no prosseguimento da educação de sua prole.
Hoje, D. Dulce constitui um orgulho para a família, para os amigos e todos com quem pôde conviver.
Sua vida foi destacada pela alegria, serenidade, coragem e meiguice. Suas cãs é a sua coroa que a honram com justiça e louvor. Sua presença, onde quer que esteja é sempre marcada e contagiante por sua simpatia e beleza. Hoje quando completa seus 80 anos, a família está em festa e seus filhos dizem:
“Mamãe as suas cãs são coroas de honra
Que lhe surgiram com a Terceira Idade
Quando o pincel do tempo
Foi tingindo sua longevidade”.

Ao comemorar seus 80 anos D. Dulce faz sua primeira poesia e a declama orgulhosamente, como que respondendo a seus familiares, num lindo testemunho de fé:
“Este período é uma primeira etapa
De minha vida, e muito gratificante;
Primeira etapa, porque
a segunda ainda virá;
Quando terminar a lida aqui,
No céu irei morar”.
Como podemos ver, a grandeza dessa mulher prova o seu valor, sua dignidade, sua confiança. Chegar a essa idade é um privilégio. É como abrir um leque de oportunidades, pois foram anos vividos de modo saudável, tendo a luz de Cristo brilhando com efeito, até que chegar o seu dia perfeito – Prov. 4:18.
Na coroa de D.Dulce, além de sua cãs, outros louros Deus a ofereceu, atendendo seus pedidos fervorosos em cada prece feita, que atendeu:
• As palavras de sabedoria é um legado a sua descendência;
• Os problemas resolvidos e forças renovadas porque aprendeu na Palavra a esperar no Senhor – Is. 40:31;
• Manter a alegria, a serenidade, mesmo diante das dificuldades, e o amor à vida, são frutos demonstrados em seus exemplares relacionamentos.
Enfim, concluindo diríamos: Quem dera todas as mulheres pudessem dar exemplos e bom testemunho de vida à família, amigos e outros.
Reconhecemos na pessoa de D. Dulce uma mulher de valor, um mulher de honra, uma mulher virtuosa.