CONTO REAL- UMA AMIGA ESPECIAL

Todos nós temos na vida um amigo ou amiga que se torna especial, e cá entre nós, eu digo que encontrei essa amiga na minha adolescência.Mudou uma família para a casa que ficava em frente a minha, e era a família do Senhor Sinvaldo, separado da esposa, a qual nãoconheci,que mudou para essa c asa. Sua filha mais velha, mais ou menos da minha mesma idade, era a Nilma, de apelido Shu; assim ela ficou conhecida por todas as pessoas que convivíamos. Desde que a vi, senti uma amizade muito grande, especial por ela. Essa diferença foi por que percebi nela uma adolescente trabalhadeira, boa, cuidava dos seus irmãos mais novos e do seu pai. Nossa amizade enraizou e nunca esqueci da Nilma; sempre que podíamos estávamos juntas. O seu pai na época possuía um pequeno sítio, perto da cidade de Cachoeira do Aranã; mais conhecida por cachoeirinha, que ficava a poucos quilômetros de Itambacuri. Logo que meus pais os conheceram nossos laços se aprofundaram mais. A minha mãe tinha a Nilma como uma filha,e eu a via como uma irmã.Desde que a conheci sempre tivemos uma sólida amizade,e nunca nos decepcionamos uma à outra.Então certo dia fui passear no pequeno sítio pertencente a seu pai, e como era de se esperar, foi a primeira vez que conheci a cidade de Cachoeirinha. Logo na entrada do pequeno vilarejo, viam-se as ruas todas de terra,as pequenas casas uma atrás da outra, pequenos comércios aqui e ali, cavaleiros que passavam na rua num tropel ritmado de seus cavalos, alguns bêbados na porta das pequenas vendas que tinham bebidas alcoólicas para vender, e isso era mais uma distração para aqueles homens que não tinham o que fazer. Logo os meus olhos avistaram a igreja situada bem no alto do morro, com os sinos à mostra, como se tivessem querendo avisar que eles bateriam a qualquer momento para a realização de mais uma missa. Enormes portas envelhecidas , telhado já antigo,telhas envelhecidas, uma calçada na frente, com dois ou três pisos para entrar na igreja. Penso que fiz umas duas ou três visitas àquela igreja, toda ornamentada com vasos de flores e imagens. Mas os fiéis sempre daquela cidade sempre apareciam por lá.Ainda na rua antes de chegar à igreja, do lado esquerdo havia uma ponte, que descendo por corrimões de madeira, dava acesso a uma linda cachoeira, onde as águas desciam bem de cima e iam formando um belo poço, com quedas d’água bem largas que chegavam até o referido poço. Aquele lugar era o preferido das pessoas que iam para se refrescarem do calor. Minha amiga Nilma e eu chegamos a tomar vários banhos de cachoeira muito bons, juntamente com seus irmãos mais novos, e eu ajudando a olhar,pois eles eram ainda pequenos. Mas ao conhecer o lugar que era a terra do seu pai, muito me alegrei,pois como já devem ter percebido amo passear em sítios, roças, fazendas, para mim tanto fazia, o que importava é que eu estava em contato com a natureza. Tenho que ressaltar que as noites de lua cheia nós sentávamos em cadeiras do lado de fora da casa que era bem simples,mas toda enfeitada por fora de roseiras vermelhas e brancas, margaridas, madressilvas; a lua iluminava aquele cantão ali tão lindamente que ficávamos contando causos e nem víamos a hora passar.No fundo da casa havia hortas bem tratadas, vários canteiros de folhas verdes, mais ao lado direito da casa um pequeno pomar que sempre colhíamos as frutas da época. Uma criação de patos e porcos destacava-se também naquele ambiente acolhedor e pacífico. Quero ressaltar que durante os vários passeios que fiz ali com a minha amiga nunca esquecerei, cavalgávamos todas as vezes que lá chegávamos, visitando os tios dela que moravam em outro local, mas tudo na mesma região. Até banho de rio nós tomamos e foi muito gostoso, nesta época éramos adolescentes, estávamos quase chegando na nossa juventude, o que não mudou a minha amizade pela Nilma em nada. Ela foi e é até hoje a minha amiga especial. Jamais esqueceremos uma da outra. Ainda nos dias de hoje nós nos comunicamos por telefone, de vez em quando a visito, pois ela mora em Teófilo-otoni, desde que se casou com Sílvio, seu marido, e hoje ela já é avó , mas pra mim ela é a mesma menina adolescente que conheci há uns quarenta anos.Deixo claro aqui que este meu conto eu fiz em homenagem a ela, e por isso finalizo esta minha doce lembrança. Beijos de luz.

margarethrafael
Enviado por margarethrafael em 23/07/2012
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