CONTO REAL-CASA COM QUINTAL
Não sei ao certo se os caros leitores estão apreciando os relatos.Mas pelo menos vou registrar as minhas memórias...quem sabe um dia poderei precisar delas? Depois do episódio do circo não memorizei fato importante que valesse a pena escrever aqui. A minha mãe além de ser do lar sabia costurar. Sei que houve umas clientes que procuravam o serviço dela, mas eu não prestava muita atenção nesse fato não. O meu pai sempre foi homem da terra. Lavrador por amor a natureza. Ele roçava, cortava, limpava o terreno, abria as valas pra o plantio de feijão, arroz, milho,e plantava também, esperando o favorecimento da natureza para o crescimento e a colheita.imaginem...havia até um pequeno pomar. Mas tudo dependia também da sorte. Havia anos que a chuva era muita, outros que o sol muito quente também não deixava progredir e assim a vida ia. Meu pai também dedicava-se a compra e venda de fumo de rolo, muito usado naquela época, alguns parentes dele, vindos lá das bandas de Tuparecê e Medina, revendiam o fumo pra ele vender no mercado municipal de Itambacuri. A vida passava lentamente. Parece que o tempo encurtou. Naquele tempo um ano demorava e hoje quando a gente menos espera ano novo entra, ano velho passa, e está assim, um pouco estranho. Tínhamos uma família, que morava bem aproximado a nós. Era a única casa que recordo a qual podíamos passear de vez em quando. Era uma família também numerosa, mas não dá para falar muito sobre ela, pessoas muito boas, inclusive até viraram compadre e comadre dos meus pais. Ah sim, em frente a casa dessa família, existia uma construção que era uma fábrica de arroz, subíamos pela escadinha que dava acesso a um lugar mais altinho onde sentávamos às vezes para ficar olhando a rua, as pessoas que passavam , mas nada de mais.Anos mais tarde já não existia mais, nem a família que fora embora para outra cidade. A vida continuava e a luta dos meus pais também.Vou adiantar aqui que depois do meu irmão Cleilton, nasceram em Itambacuri mais cinco irmãos, não sei de cor as datas de nascimento. Mas foram mais quatro meninos e uma menina. Então sou de família bem grandinha. Dez ao todo. Imaginem a luta para sobrevivermos num lugar como esse, onde imperava a lei dos mais fortes, como é até hoje, a podridão da política , a corrupção na compra de votos, a enganação, a falsidade, que permanece atualmente na cidade e tenho impressão que passará de geração em geração. O máximo que consegui aqui, foi ser professora, mesmo possuindo outros títulos, nunca sobrou uma direção de escola, uma supervisão para mim, o povo aqui persegue mesmo quem é contra quem. Consegui encaixar através de muito estudo da minha parte e prestei concurso duas vezes, passando no s dois, mas este item voltarei depois.Relatando aqui a tempo, minha meus pais voltaram a Itinga, lá no meu avô e hoje eu sei que era para receber uma determinada quantia em dinheiro, já não era mais a herança, e sim um pagamento, acho que era pra ele não ficar com a consciência pesada, como já falei , a metade da herança foi dividida para os seus três filhos que ele, o meu avô teve com a senhora Izalina. Com essa quantia na mão, os meus pais até que não foram bobos não, procuraram um terreno com casa na cidade, e não é que acharam? Aqui mesmo, onde estou hoje escrevendo a minha estória; eles compraram um terreno grande com vários lotes, por sinal maravilhoso, já existia várias árvores, plantações, a casa simples, mas boa, com o tempo foi havendo umas melhorias, aumentando mais o tamanho, a família crescia e a casa também. Tudo era simples, rústico,sem conforto. Mas tudo tinha um jeito. Fogão a lenha que eu gostava,inclusive adorava cozinhar no fogão da minha mãe, água de cisterna, luz de lampião,potes em vez de filtro ,bacias para lavar roupas, ferro a brasa, que eu também já passei muita roupa desse jeito,enormes panelas para lavar as vasilhas dentro, talheres que precisavam de areia para ficar brilhando, sanitários sem vaso higiênico, o que tinha era um buraco no meio da chamada casinha,outro quartinho ao lado da casinha onde era o banho de água fria, quarador para quarar as roupas, bolo de panela, banana assada, cozida ,mandioca cozida , batata doce cozida, cana ( havia plantação no quintal que o meu pai fazia)colchões de pano, lençóis de chita, cobertor que não cobria, curtos, tudo isso e mais as humilhações do dia a dia.Então vocês observaram aí que não demorou muito e nós já estávamos instalados nessa casa , onde tinha esse quintal, pois foi aí que os meus pais compraram, onde minha mãe teve o restante dos seus filhos, e onde acabamos de crescer.Leitores, esses relatos aqui não são para impressionar ninguém, pois sei que existem pessoas que tiveram passagens até mais pobres que essa. Estou registrando minhas memórias por que eu não sei se elas poderão me valer um dia. Peço que ninguém me critique, apenas que possam postar comentários que venham me incentivar a continuar , pois na realidade não é fácil escrever coisas desse tipo. Confio em vocês, que não irão me julgar, e sim me ajudar a ser uma pessoa melhor. Por hoje é só. Breve retornarei com mais um capítulo . Beijos poetanos. Obrigada a todos.
Não sei ao certo se os caros leitores estão apreciando os relatos.Mas pelo menos vou registrar as minhas memórias...quem sabe um dia poderei precisar delas? Depois do episódio do circo não memorizei fato importante que valesse a pena escrever aqui. A minha mãe além de ser do lar sabia costurar. Sei que houve umas clientes que procuravam o serviço dela, mas eu não prestava muita atenção nesse fato não. O meu pai sempre foi homem da terra. Lavrador por amor a natureza. Ele roçava, cortava, limpava o terreno, abria as valas pra o plantio de feijão, arroz, milho,e plantava também, esperando o favorecimento da natureza para o crescimento e a colheita.imaginem...havia até um pequeno pomar. Mas tudo dependia também da sorte. Havia anos que a chuva era muita, outros que o sol muito quente também não deixava progredir e assim a vida ia. Meu pai também dedicava-se a compra e venda de fumo de rolo, muito usado naquela época, alguns parentes dele, vindos lá das bandas de Tuparecê e Medina, revendiam o fumo pra ele vender no mercado municipal de Itambacuri. A vida passava lentamente. Parece que o tempo encurtou. Naquele tempo um ano demorava e hoje quando a gente menos espera ano novo entra, ano velho passa, e está assim, um pouco estranho. Tínhamos uma família, que morava bem aproximado a nós. Era a única casa que recordo a qual podíamos passear de vez em quando. Era uma família também numerosa, mas não dá para falar muito sobre ela, pessoas muito boas, inclusive até viraram compadre e comadre dos meus pais. Ah sim, em frente a casa dessa família, existia uma construção que era uma fábrica de arroz, subíamos pela escadinha que dava acesso a um lugar mais altinho onde sentávamos às vezes para ficar olhando a rua, as pessoas que passavam , mas nada de mais.Anos mais tarde já não existia mais, nem a família que fora embora para outra cidade. A vida continuava e a luta dos meus pais também.Vou adiantar aqui que depois do meu irmão Cleilton, nasceram em Itambacuri mais cinco irmãos, não sei de cor as datas de nascimento. Mas foram mais quatro meninos e uma menina. Então sou de família bem grandinha. Dez ao todo. Imaginem a luta para sobrevivermos num lugar como esse, onde imperava a lei dos mais fortes, como é até hoje, a podridão da política , a corrupção na compra de votos, a enganação, a falsidade, que permanece atualmente na cidade e tenho impressão que passará de geração em geração. O máximo que consegui aqui, foi ser professora, mesmo possuindo outros títulos, nunca sobrou uma direção de escola, uma supervisão para mim, o povo aqui persegue mesmo quem é contra quem. Consegui encaixar através de muito estudo da minha parte e prestei concurso duas vezes, passando no s dois, mas este item voltarei depois.Relatando aqui a tempo, minha meus pais voltaram a Itinga, lá no meu avô e hoje eu sei que era para receber uma determinada quantia em dinheiro, já não era mais a herança, e sim um pagamento, acho que era pra ele não ficar com a consciência pesada, como já falei , a metade da herança foi dividida para os seus três filhos que ele, o meu avô teve com a senhora Izalina. Com essa quantia na mão, os meus pais até que não foram bobos não, procuraram um terreno com casa na cidade, e não é que acharam? Aqui mesmo, onde estou hoje escrevendo a minha estória; eles compraram um terreno grande com vários lotes, por sinal maravilhoso, já existia várias árvores, plantações, a casa simples, mas boa, com o tempo foi havendo umas melhorias, aumentando mais o tamanho, a família crescia e a casa também. Tudo era simples, rústico,sem conforto. Mas tudo tinha um jeito. Fogão a lenha que eu gostava,inclusive adorava cozinhar no fogão da minha mãe, água de cisterna, luz de lampião,potes em vez de filtro ,bacias para lavar roupas, ferro a brasa, que eu também já passei muita roupa desse jeito,enormes panelas para lavar as vasilhas dentro, talheres que precisavam de areia para ficar brilhando, sanitários sem vaso higiênico, o que tinha era um buraco no meio da chamada casinha,outro quartinho ao lado da casinha onde era o banho de água fria, quarador para quarar as roupas, bolo de panela, banana assada, cozida ,mandioca cozida , batata doce cozida, cana ( havia plantação no quintal que o meu pai fazia)colchões de pano, lençóis de chita, cobertor que não cobria, curtos, tudo isso e mais as humilhações do dia a dia.Então vocês observaram aí que não demorou muito e nós já estávamos instalados nessa casa , onde tinha esse quintal, pois foi aí que os meus pais compraram, onde minha mãe teve o restante dos seus filhos, e onde acabamos de crescer.Leitores, esses relatos aqui não são para impressionar ninguém, pois sei que existem pessoas que tiveram passagens até mais pobres que essa. Estou registrando minhas memórias por que eu não sei se elas poderão me valer um dia. Peço que ninguém me critique, apenas que possam postar comentários que venham me incentivar a continuar , pois na realidade não é fácil escrever coisas desse tipo. Confio em vocês, que não irão me julgar, e sim me ajudar a ser uma pessoa melhor. Por hoje é só. Breve retornarei com mais um capítulo . Beijos poetanos. Obrigada a todos.