caminho.jpg?width=570Retomando os meus trabalhos, agradeço  os comentários recebidos  dos membros desse site.É de  suma importância para qualquer pessoa que escreve e recebe tão lindos elogios.Na verdade  temos que escrever aos poucos , mesmo por que os leitores têm de assimilar a mensagem que os meus relatos querem transmitir. Então vamos lá. Depois do episódio da pulseira lilás, eu não tenho muitas recordações daquele gênero. Mas  sei que continuamos morando mais um pouco na fazenda do meu avô. Recordo de  um velho  salão, com uma cobertura bem alta, onde  os homens que trabalhavam dormiam. Quase não tínhamos acesso a esse local, mas lembro que minhas irmãs e eu passeávamos naquele local, subindo em umas madeiras bem compridas que serviam de sustentáculo ao telhado , era divertido por que havia   algo semelhante a um dormitório, a minha Irmã mais velha, de nome Maria do Socorro Rafael Moreira, era a mais  conversada, e eu a via ali sempre nas conversas com aquelas pessoas que eu nem sabia quem eram. A vida continuava sempre na mesma expectativa  , mas estava acontecendo algo que mudaria a vida dos meus pais e a nossa vida, os filhos, para sempre. Como relatei no  primeiro conto, eu já nasci sem avó materna, mas o meu avô que deveria ter na época os seus cinqüenta e tantos anos , casou-se de novo, um casamento arranjado entre ele   e o pai de uma donzela, de treze anos, de nome Izalina, mas eu mesma só me dei conta desses detalhes, muitos anos depois. Agora , o pior é que meu avô teve mais três filhos com essa  menina que vieram a ser os meus tios, irmãos da minha mãe por parte de pai.  Nesse meio tempo, claro, eu não tinha conhecimento também, os meus pais resolveram  mudar , e com essa solução, o meu avô prometera dar uma herança boa para ela, tive conhecimento mais tarde que seria uma parte de outra fazenda, mas  olhem bem , isso não veio a acontecer. O meu avô apaixonou-se  muito e resolveu  colocar em vida  parte da herança já direto para  os meus três tios com a Dona  Izalina. Sei que quando dei por mim, meus pais e nós,quatro meninas comigo, e um menino ,estavam  amontoados dentro de um caminhão pau de arara, vocês sabem  o que isso, caminhão coberto com lona,iam também dentro da carroceria os poucos pertences que meus pais adquiriram , me lembro exatamente  mais de uma máquina Singer de costurar, máquina de pedal, isto por que , como já entenderam minha mãe costurava.Bom, eu não sabia pra onde estávamos indo, não tinha noção de tempo nem espaço, mas sei que  chegamos aqui na cidade onde moro atualmente- Itambacuri- trinta minutos de Teófilo-otoni, aqui em Minas mesmo, a viagem não foi muito longa , mas não lembro de detalhes.Não  sei como , fomos morar em uma casa , mais ou menos centralizada, mas não me lembro se tinha luz elétrica, calçamento, esgoto, são lembranças que passaram despercebidas . Sei que eu era uma criança de seis anos , não tinha ainda entendimento maior das coisas, mas  nem sei falar se foi interessante ou não. A rotina era diferente, não tinha aquela natureza maravilhosa, o rio, o fogão a lenha, minhas bonecas de pano não sei onde ficaram, tudo ia mudar, eu ia começar a viver uma vida diferente, teria que aprender a raciocinar logo, tinha que deixar de ser criança , pois o que pude perceber na minha pouca idade  era um misto de  carência e conforto.A minha mãe cismou que eu já podia entrar na escola para aprender ler e escrever, então o que ela fez? Foi para ao escola que até hoje tem aqui na cidade, o colégio das irmãs franciscanas, inclusive  esse colégio teve sua época de ouro,mas  falarei  dele em outra ocasião, e lá fizeram a minha matrícula na primeira série com seis anos de idade.  È difícil lembrar como aprendi o caminho , mas  me vejo na sala de aula, junto com muitos coleguinhas, e uma irmã de caridade, cujo nome era Consolação, e essa foi a minha primeira professora. Acreditem, só lembro dela , nesse ano e no seguinte, pois repeti o ano, claro né, eu iria ter sete anos no próximo ano , então fui repetente  na primeira série, e pasmem, depois desses dois anos, nunca mais vi a Irmã Consolação, não sei qual foi o paradeiro dela, e  também nunca cheguei a investigar esse episódio, o que sei á que aprendi ler e escrever.A sala de aula ficava num canto bem distante do pátio, na ala direita do colégio, que era onde funcionava o primário naquela época. Foi justamente no ano de 1964 e 1965 que eu fui alfabetizada. Aprendi a ler no livro Lalau, Lili e o Lobo, Os três Porquinhos, etc, foi muito gostoso descobrir o enigma da leitura. Ah professora Consolação...quantas saudades tenho de você, um encanto de pessoa, onde você estiver, esteja com Deus querida professora, que me ensinou a decifrar os códigos da leitura, os primeiros rabiscos e garatujas, foi muito lindo, foi um novo mundo que eu descobri: A arte de ler.Bom ...Estou parando por aqui esse meu conto real. Não quero me tornar cansativa. Breve retornarei com outo relato. Boa noite a todos e o meu muito obrigada. Beijos.
margarethrafael
Enviado por margarethrafael em 10/06/2012
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