Falando um pouco de mim
Atendendo a solicitação de um visitante não identificado, vou fazer a minha biografia de forma bem reduzida, pois, se for contar toda a minha vida, levaria muito tempo e, eu não conseguiria me lembrar de tudo.
Nasci no bairro de Luiz Carlos, munícipio de Guararema, estado de São Paulo; no dia 15 de abril de 1944; meus pais, ambos lavradores. Comecei a enfrentar o cabo da enxada com 12 anos. Meus genitores eram muito pobres, mas lutavam com unhas e dentes para não deixar faltar nada para a família. Somos sete irmãos: quatro homens e três mulheres todas falecidas. Duas morreram de câncer, uma por amar um casado. Vamos deixar a vida minha família e falar só de mim.
Cresci normalmente como todo pobre cresce. Sempre enfrentando o pesado sem ter o direito de reclamar. Reclamar pra quê, não vai adiantar mesmo!
Terminei o 3º ano da escola mista. Para continuar á estudar, eu tinha que me matricular no grupo escolar na cidade de Sabaúna. Essa cidade fica muito distante do bairro onde eu morava. Aproximadamente nove quilômetros. Matriculei-me, fiquei apenas nesse grupo três meses; devido à distância, fui forçado a me evadir.
Naquele tempo não tinha moleza. Saiu da escola tinha que trabalhar. Trabalhei na roça até completar 18 anos. Assim que passei a maioridade, fui trabalhar na Serraria do Lameirão, hoje extinta.
Por ter um espírito aventureiro, não parava em emprego nenhum. E assim fui percorrendo de fábrica em fábrica.
Sofri uma paixão ardente na juventude que quase dei cabo da minha vida! Estava noivo, como casamento marcado e, descobri que a malvada me traía com o seu próprio patrão. Fiquei muitos dias sem comer e sem dormir. Emagreci 10 quilos. Fiquei uma caveira de feio! Os meus amigos verdadeiros ficaram com muita pena de mim; enquanto que os pseud.. . Zombavam.
Para esquecê-la, mudei novamente para a capital e, fui trabalhar na Suvinil indústria de tintas.
Ingressei nessa empresa como ajudante geral a saí com o cargo de conferente de expedição.
Os motoristas e ajudantes roubavam e ameaçaram de me matar se eu os denunciasse.
Passados alguns meses fiquei sabendo que vieram auditores alemães e não descobrindo os culpados, mandaram todos para o olho da rua. Dos 45 só havia quatro que não roubavam.
Continuando com minha biografia, continuei trabalhando um pouco de servente de pedreiro e aprendi a profissão. Sou pedreiro e azulejista comprovado com carteira assinada.
Devido à decepção amorosa, foi difícil eu acreditar num novo amor. Namorei várias garotas, mas, meu coração estava fechado para amar. Até que encontrei o grande amor com quem sou casado há 39 anos e vivo intensamente feliz!
Tenho três filhos todos formados, sem vícios e três lindos netos que são a maior riqueza de minha vida. Minhas noras são adoráveis. Vivemos harmoniosamente.
Agora que me aposentei, tenho tempo para escrever e, fiz um blog. Descobri por acaso sitedepoesias e recebi um comentário do poeta Ancelmo Porlella me convidando para cadastrar neste recanto. E assim o fiz e estou adorando! Os companheiros são muito amáveis e compreensíveis. Perdoam os erros da gente. Afinal, só não erra quem não é humano.
Tentei a carreira artística em programa de calouros e só levei bomba.
Fiquei muito tempo sem coragem de expor os meus trabalhos ao público; de tanto os colegas me incentivarem, eu criei ânimo.
Mesmo não entendendo o porquê da curiosidade do visitante não identificado, atendi a sua solicitação por educação e respeito ao mesmo.
Se não gostou do que leu, por obséquio perdoe-me. Grato pela preciosa atenção.
Sem mais para o momento, subscrevo-me, atenciosamente,
Wilson José de Morais