Tradição “esportiva” & o Tônus cerebral

Raros sabem que sigo a tradição esportista das mulheres da família Schossler.

Florentina Schossler, minha avó materna falecida aos 86 anos de idade, foi bolonista e jogou até seus 79 anos.

Minha mãe, incentivada por meu pai, ingressou nesta modalidade esportiva em 1955 e foi atleta do Grupo Arco Íris pois mais de quatro décadas.

Desde meus primeiros anos de vida acompanhava minha mãe às terças feiras ao clube, era o dia do Bolão, de vê-la sorridente, descontraída e cheia de boa vontade para com meus caprichos; tomar refrigerante, comer pastél e, lógico no final jogar umas bolas, este era meu real objetivo de acompanhá-la até meus catorze anos... Inpaciente circulava pelas dependencias do clube e xereteva anotações, torcia para minhas jogadora preferidas, pro minha mãe execente atleta por sinal , mas a jogar algumas bolas , a“canja” , no final era o que me motivava a deixar de lado os amigos de minha idade e estar com as senhoras. Elas por sua vez, chamavam-me de a mascote do Arco Íris, diziam que trazia sorte quando as acompanhava nos campeonatos interclubes pois minha torcida era forte e vibrante. Sempre fui assim estou inteira no que faço e onde estou e, nestas ocasi~]oes não eram e não são diferentes grito, gesticulo, observo mas também “ jogo junto” com quem está na vez.

Pois é; sou, ainda e “apesar de” atleta medíocre mas atleta! Participo do Grupo de BOLÃO “ Margaridas” da Sociedade Ginástica. Há outras equipes femininas, Orquídeas entre elas e as equipes masculinas e de casais.

A Sociedade Ginástica de Novo Hamburgo, prioriza preparar atletas para competir nos jogos olímpicos tendo formado campeões durante mais de um século, em diversas modalidades esportivas, no entanto não perdendo o espírito do esporte, que infelizmente, após ter se tornado um meio de ganhar a vida, um trabalho altamente rentável, principalmente o futebol, tem deixado muito a desejar enquanto atividade que buscava excelencia, esta que transcendia o valor monetário. Para os atletas o que mais importava era fazer o melhor na atividade na qual tinham prazer e talento. Vestiam a “ camisa de seus clubes, cidades, pátrias, títulos, troféus lhe eram suficientes, viviam como verdadeiros artistas e como tais desprendidos de ganhos financeiros. A realização pessoal não equivale-se a nenhuma , por maior que seja, quantia monetária recebida.

Voltando ao meu umbigo, risos, andei bastante debilitada físicamente,nestes últimos dezessete anos motivo pelo qual , estou entre as atletas menos qualificadas . O que conta é que prossigo com esta atividade prazerosa que exige superação; ademais sair da inércia é a tônita máxima da existência.

Neste sábado 24 de março realizou-se o Campeonato “INICIAL” que abre a temporada anual. O evento foi uma delícia; reencontros e celebração entre todas equipes. Nos as Margaridas havíamos tido apenas tres treinos antes do evento, um pouco enferrujadas mas com muito ânimo e saudades da vibração e do som dos pinos tombando que fezem o ocoração bater forte. Fabulosos momentos de torcida , aplausos, abraços, papos, dicas, lanchinhos, afetos e novidades rolando à solta com a bola grande de tres furos na camcha. Nove pinos ao solo, bravos! Frustrações, caretas, criança solta livre e criança levando-se à sério para não fazer feio e desmoralizar o grupo, sim afinco para somar, pontuar e elevar o nome do grupo no quadro.

Concluíndo as “meninas” que estão comigo na foto, são veteranas que, inclusive, instruiram minha mãe nesta arte em novembro de 1955, verdadeiras anciãs 90 e 95 anos receptivamente, não perdem um só campeonato, já não conseguem erguer a bola de 07.10 kg, tampouco a 08.0kg e jogar , mas estão presentes para como dizem “ fazer folia “, são pura disposição!

Quem sabe este seja o segredo de tão boa saúde em idade avançada ; estar disponível também para além da competição, levar a vida na “ esportiva”, brincar e continuar vivendo e aprendendo, sem pensar somente em resultados saboreando os encontros des contraída mente e, seguir aprendendo o mais difícil dos jogos que é viver um dia de cada vez e, de ponto a ponto construindo linhas, círculares que somando experiências tecem novas redes neuronais.

*25 de março 012*

ET Fotos -

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