Diário de Leahndro Bunton
Muitas pessoas podem até achar estranho um homem resolver escrever um diário, mas foi uma forma que encontrei de me expressar e colocar meus sentimentos e emoções para fora. Durante toda a minha infância e adolescência fui vítima de Bulliying, na escola, o que me tornou uma pessoa mais introspectiva e, por isso, tenho dificuldade em relacionar-me com as pessoas, tanto na minha vida pessoal como profissional. A única maneira que encontrei para me expressar foi a dança.
Sempre gostei de dançar! Porém, durante a maior parte do tempo eu dançava em casa, trancado no quarto; as pessoas diziam que isso não era coisa de homem. Mais desde pequeno sempre tive uma opinião própria sobre o que queria e sobre o que era importante para minha vida.
Danço desde os seis anos de idade, mesmo sem nunca ter feito aulas, acredito que danço bem. Costumo dizer que tive os melhores professores do mundo sem ter gasto um centavo se quer, nem mesmo se eu tivesse a fortuna do Bill Gates multiplicada por um milhão poderia pagar essas pessoas. Outra forma que encontrei para me expressar foi escrever. Adorava inventar histórias!
Certa vez resolvi escrever uma novela. Então comecei a imaginar cenários, personagens -como seriam fisicamente – enfim, inventei toda uma trama. Até que ficou interessante! Dei o nome à minha trama de "A Escrava". Sempre gostei de assistir novelas junto com a minha mãe, no início nem gostava muito, mas assistia só pra ficar ali do lado dela ouvindo-a comentar as cenas. Mais tarde acabei ficando viciado mesmo, e acho que isso influenciou muito na profissão que escolhi: ser ator.
Sempre admirei atores e atrizes brasileiras, por exemplo, Regina Duarte, Lima Duarte, Joana Fomm, Tony Ramos, entre outros nomes que sempre me inspiraram. Quem despertou esse interesse em mim por interpretar e viver outras vidas foi, sem dúvida alguma, a atriz e cantora mexicana Thalia, conhecida no mundo inteiro na década de 90 com a trilogia das Marias (Maria Mercedes, Mari Mar e Maria do Bairro), além de, outras novelas e filmes. Eu ficava ali em frente à televisão, parado, assistindo as novelas da Thalia.
Faz dois anos que estou morando em Belo Horizonte (MG), vim em busca desse sonho. A parte mais difícil e dolorosa é ter me separado da minha mãe, pois nunca havia ficado tanto tempo longe dela.
Estou a quase um ano fazendo teatro e, além de, aprender a arte da interpretação, também estou re-apredendo a conviver e trabalhar em grupo, que é a maior dificuldade que encontro no teatro, devido ao Bullying que sofri. Sempre fiz tudo sozinho! Para não me tornar um inútil tive que aprender a ser auto-suficiente. E isso é o que me prejudica porque eu sou extremamente fechado. Às vezes as pessoas se sentem inseguras em fazer alguma cena ou atividade comigo por acharem que o meu desempenho não será satisfatório. Durante quase um ano de curso fiz amizade com algumas pessoas, porém, até hoje, não consigo conversar com eles naturalmente, são pessoas que eu gosto, que eu confio, mas que, mesmo assim, ainda tem um bloqueio que me impede de ter uma relação de amizade normal com eles, no entanto, acredito que antes que o curso termine irei superar isso.