BIOGRAFIA DOS AUTORES CLÁSSICOS DA LITERATURA INFANTIL :

INTRODUÇÃO:

A Biografia é necessária para as pessoas conhecerem a vida pessoal, artística e empresarial de cada autor clássico e de sua obra na Literatura Infantil, para então refletir e criticar oralmente e na escrita as diferenças e semelhanças entre esses vários escritores.

Esopo possuía uma linguagem bem humorada em suas fábulas , onde explora todas as figuras de linguagem, o sarcasmo, a ironia etc, sua obra mas notória em nosso tempo, é a lebre e a tartaruga, que conta a história de uma lebre sempre veloz e uma tartaruga lenta, que através de uma corrida administrada pela Coruja, o ser mas sábio da floresta, nesse evento suas vidas se modificam completamente.

Sua maior intenção era conscientizar o povo que devem refletir e criticar a sua postura política e dos políticos em seu país.

Charles Perrault possuía uma linguagem humorada e realista em seus contos e fábulas, destaque para o menino e o lobo, onde um pastor inexperiente diz a todos de sua aldeia que há um lobo que ira atacar suas ovelhas, várias isso acontece e nenhuma vida é perdida, mas num momento de revolta os caçadores voltam para o lugar onde o menino esta e o ver morto e a versão realista de Chapeuzinho Vermelho, onde Chapeuzinho é morta por desobedecer a mãe para acatar as ordens do lobo mal, sua maior intenção era conscientizar as crianças sobre o que é um bom ou péssimo comportamento social, assim como determinar absolvições e punições sobre cada ato cometido.

La´Fontaine possuía uma linguagem bem humorada , era apaixonado pela biografia e obra de Esopo e Charles Perrault, por isso adaptou várias obras desses autores clássicos para o público infantil de seu país, sua maior obra original foi a Gansa dos ovos de ouro, onde um fazendeiro descobre que a Gansa que ele não dava nenhum lucro a fazenda , tinha os ovos ,cobertos de ouro, matou esta mas ao abrir seu corpo nada de ouro , apenas uma gansa normal, o que ele aprendeu é que não se pode abrir algo precioso antes da hora correta , se não falta oportunidade de usufruir das belezas e riquezas da natureza.

Os Irmãos Grimm , seu maior conto é Chapeuzinho Vermelho, que ele usa para conscientizar as meninas de não desobedecerem seus pais, mas coloca um caçador para salvar a menina indefesa e sua avó, estes criaram e executaram outros contos para as crianças , esses contos possibilitavam estas a refletir na diferença e semelhança do mundo real e do mundo ficcional, necessidade de ter ou não um herói para serem salvas , valorizar a educação e a ludicidade dos pequenos.

Hans Cristian Andersen , seu maior conto foi o Patinho Feio, onde ele retrata a sua própria diferença física , psicológica, religiosa e a sua ascensão como o maior autor da Literatura Clássica, assim como se assemelha ao patinho gordo e feio se torna um belo e esplendoroso Cisne , nesses contos que ele criou , há filhotes e crianças que são os personagens principais, e criam e executam estratégias par vencer seus obstáculos em várias tarefas fáceis, medianas ou difícil.

Andersen possui também uma linguagem oral e escrita mas próxima da linguagem da criança, esse talento de Andersen se dá no fato de que suas histórias diretas ou indiretamente são ligadas á sua própria biografia pessoal.

HISGAIL, Fani. Biografia Sintoma da Cultura. Hacker Editores, 1997.

PENA, Felipe. Teoria da Biografia sem Fim. São Paulo: Mauad, 2004.

2. BIOGRAFIA DE ESOPO :

Durante toda a história da humanidade a literatura passou por várias transformações sociais da tradição oral á escrita. Segundo o historiador grego Heródoto, o mas famoso contador de histórias é o escravo Esopo, considerado como precursor das fábulas. As fábulas de Esopo as mas divulgadas por vários séculos, possui algumas características específicas que serão analisadas agora.

É necessário pensar na importância que as fábulas possuem na sociedade humana, suas ações de reflexões e criticas sociais se enquadram a necessidade de um verdadeiro crescimento construtivo nos alicerces da nossa sociedade, tanto na educação familiar e escolar.

As fábulas contêm a experiência humana de séculos e, por isso merecidas ser lidas e admiradas. Mas devem ser analisadas com critério e senso crítico: até que ponto representam interesse predominantes na sociedade? Têm validade nos dias atuais? Correspondem à realidade social e à vida cotidiana? Cabe ao leitor tirar suas conclusões.

(ROCHA,2002,pp.3-4)

As Fábulas de Esopo eram criadas para criticar todos os vícios e elogiar as virtudes humanas, demonstrando as origens, causas, consequências dessas fábulas na sociedade grega de sua época.

As fábulas de Esopo como o Leão e o Ratinho divulgam alguns pontos sociológicos e os psicológicos ,como a posição política de rei do Leão por isso arrogante mas do que um monarca, um ditador que se achava o dono e não administrador do reino se contrasta com a posição política do súdito rato, humilde porém ousado e corajoso, humilde por respeitar a autoridade do Rei Leão, ousado por acreditar que poderia ajudar o soberano da selva e corajoso por cumprir a sua missão salvando o leão e mostrando que amizade entre seres tão diferentes por causas naturais e políticas podem ser construído.

O leão e o rato.

Pôs‐se a dormir um leão; uns ratos, cheios de imprudente intrepidez, vieram brincar ao redor dele, e com os seus saltos o acordaram. Todos, fugiram; um único, por mais descuidado, ficou no poder do leão. Felizmente é nobre como um rei, o rei dos animais; condoído dos sustos do mísero ratinho, desdenhou tão mesquinha vingança, e soltou o animalejo. Dai a dias, andando desprevenido, deixou‐se o leão enlear em uma rede, e sem embargo da sua força, estava no poder dos caçadores. O ratinho soube deste desastre, e logo foi ter com o seu benfeitor, para retribuir‐lhe o favor que dele recebera. De feito, agarrou‐se à rede e com tal diligência pôs‐se a roer malhas e cordéis, que logo o leão pôde desenlear‐se, e voltar para suas brenhas. Moralidade: Uma boa ação nunca fica perdida. Não há quem, por mísero insignificante, não tenha sua hora de força e valimento. (ROCHA,2002,pp.20-21)

Durante os séculos XVI e XVIII, a tradicional literatura oral e escrita adulta preconizada por Esopo foi revolucionada por Charles Perrault , La´ Fontaine, Irmãos Grimm que adaptaram e recriaram suas próprias fábulas bem como criaram seus contos, poemas, lendas e novelas divulgadas pelas mídias impressas e eletrônicas tanto para o público adulto como infantil.

A Fábula é um estilo literário utilizado como uma visão utópica e romântica onde na maioria das vezes animais usavam o pensamento e ações humanas como uma forma de refletir, criticar e mudar a sociedade mesquinha e arrogante em uma verdadeira sociedade democrática, onde todos os filhos da pátria sejam iguais perante a lei, e como tal ela passa algumas vezes a liberdade do povo e a punição dos políticos ou a punição dos ‘’vilões’’ acharem acima da lei de Deus e dos homens, de algumas ‘’vitimas’’ do sistema por não procurar o significado da verdadeira pratica social nesse sistema.

Segundo Garcia e Rocha(2002,p.3),as fábulas são:

‘’histórias que contêm concepções sobre a natureza física, a organização e funcionamento das sociedades, regras de conduta e comportamento, objetivos de vida que devem ser almejados’’.

A fábula de Esopo, O Cão e a máscara, revela que a aparência física é inferior á aparência intelectual e moral, no entanto não se critica o caráter do ser humano pela sua aparência física pois pode ser natural ou artificial, porém que as pessoas devem ser avaliados para se empregado ou líder de empresas, cargos eclesiásticos pela sua intelectualidade, conhecer e praticar os ensinamentos de livros jurídicos e eclesiásticos em sua vida social , para então advogar causas ou doutrinar pessoas e pela sua moral, ter humildade , seriedade, espirito de liderança , espirito de equipe, espirito reflexivo e critico etc.

As crianças aprendem com essa fábula, a nunca olhar seus amigos com indiferença só por ser diferente na sua etnia, religião, porém a critica construtiva que os alunos devem ter em relação a seus colegas é perceber e apartar discursões chulas dentro da sala de aula e com a intervenção do professor a criar exercícios que facilitem o convívio social dentro e fora da sala de aula.

O cão e a máscara:

Procurando um osso que roer, encontrou um cão uma máscara: era formosíssima, e de cores tão belas quão animadas; o cão farejou‐a, e reconhecendo o que era, desviou-se com desdém. A cabeça é de certo Bonita, disse; mas não tem miolos. Moralidade: Sobram neste mundo cabeças bonitas, porém desmioladas que só merecem desprezo.

(ROCHA, 2002,p.10)

A Fábula, O Pavão e Juno, é afirmado que não devemos questionar as características espirituais e físicas dadas a nós pela natureza, se uns receberam o dom de cantar, que aperfeiçoe seu dom com treinos vocais, se recebeu o dom da beleza interior e exterior , aperfeiçoe esse dom cuide de sua pele, tome banho todos dias, use xampu e condicionador , se seu dom é ser professor aperfeiçoe esse dom, lendo e interpretando a literatura especializada sobre os diversos conhecimentos humanos e para então usa-los em sala de aula.

O pavão e Juno.

Um formoso pavão excitava com a beleza das suas penas a curiosa atenção de alguns homens que o estavam admirando, e que lhe não poupavam gabos. Súbito ouviram estes o cantar de um rouxinol, e logo tudo esquecendo, procuram chegar‐se para o lugar de onde partiam tão suaves melodias. Abandonado, o pavão encheu se de raiva, e queixoso foi ter com Juno. Porque há de um passarinho, feio e sem graça, cantar melhor do que eu; porque me não deste a voz do rouxinol? perguntou, Não sejas ingrato, respondeu lhe Juno; cada animal tem suas prendas, nenhum tem tudo; à águia coube a força, ao rouxinol a voz, a ti essa plumagem recamada de estrelas e de esmeraldas; não és dos mais mal aquinhoados. ‐ Sim; mas quisera cantar como o rouxinol, tornou o pavão. Moralidade: Poucos se contentam com o que têm, todos invejam o alheio, e assim se fazem desgraça. (ROCHA,2002,p.11)

A fábula oralizada por Esopo a milhares de anos, ensina a arte de poupar versus a arte do ócio humano, note que o autor usa apenas um simbolismo das virtudes da formiga, trabalhadora e os vícios da cigarra, a vagabundice, o ócio musical. Esopo no entanto não fala dos defeitos da formiga perfeccionista e nem as virtudes da cigarra , alegrar a sua sociedade

A Formiga e a Cigarra:

Em toda a bela estação uma formiga incansável tinha levado para sua casa as mais abundantes provisões: quando chegou o inverno, estava à farta. Uma cigarra, que todo o verão levara a cantar, achou‐se então na maior miséria. Quase a morrer de fome, veio esta, de mãos postas, suplicar à formiga lhe emprestasse um pouco do que lhe sobrava, prometendo pagar‐lhe com o juro que quisesse. A formiga não é de gênio emprestador; perguntou‐lhe, pois, o que fizera no verão que não se a precatara. "No verão, cantei, o calor não me deixou trabalhar. ‐ Cantastes! tornou a formiga; pois agora dançai." Moralidade: Trabalhemos para nos livrarmos do suplício da cigarra, e não aturarmos os motejos das formigas. ( ROCHA, 2002,p.28)

OLIVEIRA. Cristiana, de Madanelo .Literatura Infantil.2005. Disponível na internet via WWW URL: http://graudez.com.br/litinf/autores/esopo/esopo.htm Capturado em 10/2/2012.

3.BIOGRAFIA DE CHARLES PERRAULT:

Charles Perrault , escritor Francês do século XVII, ele participou da Academia Francesa de letras, trabalhou como advogado e arquiteto das construções do Rei Sol Luís XVI. Na sua atuação como contista e poeta, criou várias adaptações de histórias da tradição oral transformadas em contos escritos divulgados como ‘’Contos da mamãe gansa’’.

Os Contos de Perrault possuíam uma redação simples e fluente, as histórias eram adaptações literárias que traziam ao final conceitos morais em forma de verso. Essa perspectiva promove, desde a fase inicial, na chamada Literatura Infantil, a existência de um teor pedagógico associado ao lúdico. Os contos possuem um maniqueísmo moral entre as personagens heróis (nobres, clérigos, fadas e anjos) e vilões (bruxos e demônios),que respectivamente representam personagens principais e secundários.

(COELHO,2000,pp.100-101)

Os contos de Charles Perrault são realistas, apresentam um maniqueísmo entre os personagens principais heróis e vilões , pois os primeiros permanecem mesmo através de situações conflituosas criadas pelo os segundos ou por si mesma ,mesmo assim conseguem permanecerem bons e conseguir a vitória no final.

Os segundos buscam ofuscar a vitória dos primeiros com provocações, vencendo temporariamente ou perdendo no final. Assim acontece em Chapeuzinho Vermelho de Perrault , a desobediência da menina em relação a mãe é considerada como algo impuro e inaceitável por isso morta pelo lobo e o elemento heróico caçador ser negado totalmente da história , aliás o autor considera no final um aviso contra a pedofilia , de as meninas jamais aceitarem conselhos de estranhos que ofereçam coisas erradas á estas, se não haverá morte delas como a de chapeuzinho por esses motivos.

De acordo com TATAR (2004,p.338):

‘’Na história de Chapeuzinho Vermelho de Perrault, a sua moral é o seguinte , vemos aqui que as meninas, e sobretudo as mocinhas lindas, elegantes e finas, não devem a qualquer um escutar. E se o fazem, não é surpresa que do lobo virem o jantar, falo do lobo, pois nem todos são de fato equiparáveis. Alguns são até muito amáveis, serenos, sem fel nem irritação. Esses doces lobos, com toda a educação, acompanham as jovens senhoritas pelos becos afora e além do portão. Mas ai! Esses lobos gentis e prestimosos são entre todos, os mais perigosos’’.

Para Perrault , o lobo mal é o símbolo da pior essência que um ser humano pode ter, ele aparenta ser gentil em suas falas inteligentes e amáveis porém o seu caráter é sombrio e detestável, ele ao mesmo tempo que deve ser temido por seu caráter duvidoso deve ser repelido da convivência das meninas.

Perrault defende a implementação superiora dos valores morais e éticos acima do romantismo, para ele criança vive a vida toda para obedecer as normas sociais regidas pelos adultos , assim como qualquer adulto deve obedecer essas normas sociais , atitudes boas geram consequências boas , atitudes mas geram consequência mas, você colhe o que você planta.

OLIVEIRA. Cristiana, de Madânelo. Literatura Infantil.2005. Disponível na internet via WWW URL: http://graudez.com.br/litinf/autores/esopo/esopo.htm Capturado em 10/2/2012.

4. BIOGRAFIA DE LA´FONTAINE

As Fábulas e contos de La Fontaine, pertencente a classe burguesa do século XVII, as fábulas do autor eram em sua maioria adaptações escritas das fábulas orais do grego Esopo, porém seus animais embora pratiquem ações virtuosas e viciosas humanas, possuíam muito de suas peculiaridades naturais porém por outro lado criticam os abusos do povo e também dos poderosos.

A maior característica de La Fontaine que o diferencia de Esopo é a ironia dos personagens animais que se utilizam esta como uma punição e absolvição das ações viciosas e virtuosas humanas, decorrentes no reinado de Luís XIV, claro o sarcasmo era usada para não ser preso pelos guardas do monarca francês.

La Fontaine era membro da Academia Francesa de Letras uma das mas antigas e tradicionais do mundo. O contista em sua velhice afirmava o porque , escrever as suas fábulas, eis aqui um trecho do autor descrito em 1668.

Segundo La´ Fontaine (1668 apud COELHO 2000, p. ),ele esclarece sobre seu talento ao escrever fábulas , com o seguinte intuito:

‘’[ . . . ] Sirvo de animais para instruir homens. Procuro tornar o vício, ridículo, por não poder atacá-lo com o braço de Hércules. Algumas vezes oponho através de uma dupla imagem o vício á virtude, a tolice ao bom censo’’.

Os animais representam simbolicamente os vícios e virtudes humanas, La´ Fontaine se utiliza deles para instruir os homens que mas se preocupam com acumulo de riqueza e poder do que pelo arrependimento dos erros e a valorização da virtude como a busca diária pela liberdade política, religiosa do ser humano.

O autor de ‘’A galinha dos ovos de ouro’’, ensina uma mensagem clara a humanidade, a ignorância de procurar riquezas físicas que deterioram com o tempo em vez de procurar as riquezas duradoura, a desvalorização da significância do trabalho honesto ao valorizar a esperteza da vagabundice e do eterno ócio.

A galinha dos ovos de ouro.

Tinha certa velha uma galinha que lhe punha ovos de ouro; e bem que raros fossem, davam‐lhe para viver em abastança. Um seu afilhado continuamente lhe dizia: "Como pode minha madrinha esperar pelos ovos desta galinha? Se põe ovos de ouro, é por certo toda de ouro; matemo‐la. A velha por fim cedeu. Morta a galinha, era por dentro como todas as galinhas. Moralidade: Contentemo‐nos, agradecidos, com os presentes que Deus nos dá no tempo e nos períodos que sua sabedoria entende convenientes.

( ROCHA,2002,p.5)

As histórias infantis, na maioria das vezes são histórias tradicionais maniqueísta, onde o mal e o bem além de serem opostos, os personagens que administram, controlam e são controlados por eles, como bruxas, magos, reis e príncipes jamais podem trocar de lado, também ao se consideramos a historia, a pessoa lerda simbolizada pela tartaruga e a lebre simbolizada como um ser humano rápido é esclarecida como algo natural e inviolável nessa perspectiva literária.

A lebre e a tartaruga simboliza a quebra do maniqueísmo literário que esclarece que personagens nascidos bons jamais serão maus e quem é mal jamais será bom, como nas historias onde João e Maria são sempre heróis e a bruxa sempre má.

A lebre e a tartaruga.

"Conto- me de ti, dizia uma vez a lebre à tartaruga : obrigada a andar com a tua casa às costas, não podes passear, correr, brincar, e livrar‐te de teus inimigos. ‐ Guarda para ti a tua compaixão, disse a tartaruga : pesada como sou, e tu ligeira como te gabas de ser, apostemos que eu chego primeiro do que tu a qualquer meta que nos proponhamos a alcançar. ‐ Vá feito, disse a lebre : só pela graça aceito a aposta."

Ajustada a meta, pôs‐se a tartaruga a caminho; a lebre que a via, pesada, ir remando em seco, ria‐se como uma perdida; e pôs‐se a saltar, a divertir‐se; e a tartaruga ia‐se adiantando. Olá! camarada, disse lhe a lebre, não te canses assim! que galope é esse? Olha que eu vou dormir um poucachinho. E se bem o disse, melhor o fez; para escarnecer da tartaruga, deitou‐se, e fingiu dormir, dizendo : Sempre hei de chegar a tempo. De súbito olha; já era tarde; a tartaruga estava na meta, e vencedora lhe retribuia os seus chascos : Que vergonha! uma tartaruga venceu em ligeireza a uma lebre! Moralidade: Nada vale correr; cumpre partir em tempo, e não se divertir pelo caminho.

(ROCHA,2002,p.32)

Nessa fábula, percebemos que amar o inimigo, quanto esta fraco ou forte não é uma ignorância humana, pois é natural do ser humano ser solitário com seus semelhantes, já que nos temos a faculdade racional de utilizarmos nossos conhecimentos para o beneficio de toda humanidade, pois somos seres sociais, e não solitários, porém aceitar e praticar ações mas por se influenciar ou se influenciado por pessoas ruins, é uma tremenda ignorância humana.

O homem e a víbora.

Em manhã de rigoroso inverno ia um pobre camponês para seu trabalho; viu uma víbora, tolhida de frio, que estava morrendo. O pobre na lição do sofrimento aprende a ser compassivo; condoído, o camponês não refletiu; tomou a víbora, agasalhou‐a no seio. A malvada mal sentiu a benigna influência ao calor, cobrou forças, e com elas a natural perversidade, e com venenosa mordidela retribuiu ao imprudente o seu beneficio. Moralidade: Manda a humanidade que socorramos ainda mesmo aos maus; cumpre porém ver que não seja dando‐lhes meios de continuar as suas maldades.

( ROCHA,2002,p.10)

5. BIOGRAFIA DOS IRMÃOS GRIMM

No contexto histórico alemão de resistência às conquistas napoleônicas; os Irmãos Grimm foram os primeiros escritores da Literatura Clássica a desenvolverem uma literatura realmente infantil, "Histórias das crianças e do lar" e já contava com mais algumas histórias recolhendo diretamente da memória popular, as antigas narrativas, lendas ou sagas germânicas, conservadas por tradição oral.

Buscando encontrar as origens da realidade histórica germânica, os pesquisadores encontram a fantasia, o fantástico, o mítico em temas comuns da época medieval. Então uma grande Literatura Infantil surge para encantar crianças de todo o mundo.

A Literatura Tradicional defendia a execução de uma literatura enciclopédica, sem inovações em nenhum campo do conhecimento humano, a mesma literatura que servia a educação informal e formal da criança era a mesma do adulto.

No entanto os Irmãos Grimm defenderam a literatura nova, onde as crianças deveriam aprender literatura, com a práxis entre a realidade do mundo real com a realidade no mundo ficcional, a associação entre ambos ajudaria a ela compreender sozinha ou com o professor a diferença e semelhança entre as duas realidades , para então desfragmentar essas realidades para então compreender que cada uma delas tem sua utilidade no seu momento propício e correto, o mundo real é necessário para sermos sérios em nossa responsabilidades de pai, funcionário, líder religioso etc, porém também devemos ser sonhadores, pacificadores , humildes e corajosos como os heróis das estórias infantis.

O Romantismo trouxe ao mundo um sentido mais humanitário. Assim, a violência presente nos Contos realista de Perrault cede lugar a um humanismo, onde se destaca o sentido do maravilhoso da vida.

Perpassam pelas histórias, de forma suave, duas temáticas em especial: a solidariedade e o amor ao próximo. A despeito dos aspectos negativos que continuam presentes nessas estórias, o que predomina, sempre, é a esperança e a confiança na vida. Chapeuzinho Vermelho ,outra história magnifica dos irmãos Grimm possui um roteiro muito diferente da versão de Charles Perrault, já que Perrault era da escola literária realismo e os Grimm da escola literária romântica.

Os Irmãos Grimm contam duas versões desta estória, o que não lhes é habitual. * Em ambas, tanto a estória como a heroína têm o nome de "Chapeuzinho Vermelho", devido ao "Chapeuzinho de veludo vermelho que lhe caía tão bem que ela não usava nenhum outro".

A ameaça de ser devorada é o tema central de Chapeuzinho Vermelho, como em João e Maria. As mesmas constelações básicas que aparecem no desenvolvimento de cada pessoa podem levar às personalidades e destinos humanos mais diversos, dependendo de outras experiências do indivíduo e de como ele as interprete para si próprio.

Da mesma forma, um número limitado de temas básicos retratam nas estórias de fadas, aspectos muito diferentes da experiência humana. Tudo depende da forma da elaboração do tema e do contexto em que ocorra. "João e Maria" lida com as dificuldades e ansiedades da criança que é forçada a abandonar sua ligação dependente com a mãe e a libertar-se da fixação oral. "Chapeuzinho Vermelho" aborda alguns problemas cruciais que a menina em idade escolar tem de solucionar quando as ligações edípicas persistem no inconsciente, o que pode levá-la a expor-se perigosamente a possíveis seduções.(BETTELHEIM,2002,p.183)

Ele continua sendo cruel ao engoli a menina e avó, ainda vivas, porém há um elemento crucial, o caçador que modifica o clímax e o final dessa estória. Para os Irmãos Grimm, Chapeuzinho e sua avó são seres humanos inocentes, que apenas caíram na lábia do verdadeiro vilão, o lobo mal, que por se um ser mal que ataca meninas e velhinhas deve ser o único a pagar por esses atos horríveis .

OLIVEIRA. Cristiana, de Madanelo. Literatura Infantil.2005. Disponível na internet via WWW URL: http://graudez.com.br/litinf/autores/esopo/esopo.htm Capturado em 10/2/2012.

6. BIOGRAFIA DE HANS CRISTIAN ANDERSEN:

Hans Cristian Andersen, Célebre poeta e novelista dinamarquês, nascido em 2 de abril de 1805. Era pobre, meio desajeitado e alto demais para sua idade quando criança. Há a hipótese de que, ao escrever "O patinho feio", o autor tenha se inspirado em sua própria infância. Andersen nasce no mesmo ano em que Napoleão Bonaparte obtinha suas primeiras vitórias decisivas. Assim, desde menino, vai respirar a atmosfera de exaltação nacionalista e realista , muito empregada em seus livros infantis .

Andersen vai tornar mais explícitos os padrões de comportamento exigidos pela Sociedade Patriarcal, Liberal, Cristã, Burguesa que então se consolidavam. A par desses valores éticos, sociais, políticos e culturais... que regem a vida dos homens em sociedade, Andersen insiste, também, no comportamento cristão que devia nortear pensamentos e ações da humanidade, para ganhar o céu...

Foi, assim, a primeira voz autenticamente romântica a contar estórias para as crianças e a sugerir-lhes padrões de comportamento a serem adotados pela nova sociedade que se organizava. Na ternura que ele demonstra, em suas estórias, pelos pequenos e desvalidos, encontramos a generosidade humanista e o espírito de caridade próprios do Romantismo.

No confronto constante que Andersen estabelece entre o poderoso e o desprotegido, o forte e o fraco, mostrando não só a injustiça do poder explorador, como, também, a inferioridade humana do explorado, vemos a funda consciência de que todos os homens devem ter direitos iguais. É considerado o precursor da literatura infantil mundial.

O Conto ‘’O Patinho Feio’’ de Hans Cristian Andersen possui uma estrutura simples um único personagem principal ‘’Patinho Feio’’ principal que dá luz ao titulo da obra, que possui uma baixa estima , problemas do Patinho Feio, seus parentes e amigos humilha- o por ser grande e feio demais se comparado a seus irmãos aparentemente normais .

Funde-se aqui a realidade com o maravilhoso, a realidade é que as crianças e adultos podem ser vitimas ou acusados de humilhações assim como patinho vitima e os seus semelhantes acusados , a fantasia se depara num abismo com a realidade, quando esse pato e todos os moradores pensam e falam como seres humanos.

No livro, O Patinho Feio se conta a história de uma pata que pôs seus ovos e notou que faltava um ovo que ainda não havia sido quebrado, o qual nasceu diferente: um pato bem maior que os outros e muito desengonçado. Mas acabou fazendo e lá despontou a cabeça do último filho pelo buraco aberto no ovo. -A cabeça, depois o pescoço, depois o corpo... -Ai, o que era aquilo? -Um pato bem maior que os outros e muito desengonçado! Não se parecia nem um pouco com os irmãos. Nem era amarelinho. A cor de suas penas era um cinzento sem graça nem brilho.

(BANDEIRA, 1997, p.10).

A infância de Hans Christian Andersen ele era um menino pobre, narigudo, desajeitado e alto demais para sua idade, por isso há uma evidencia mesmo que seja pequena que o conto é uma autobiografia do autor consagrado.

Era um homem magríssimo, muito alto, suavemente sonhador, esquisito como diz o povo, de olhos meio fechados, expressão alegre e boa, celebrório, feio, comprido e estítico de mais, mas que, a poder de singeleza e sem embargo da fealdade, tinha um quê de sublime.

(MACHADO,1885)

O autor e o personagem eram altos, desajeitados e feios demais para a sua própria idade e raça, por isso humilhados por seus amigos. A virada do personagem e do autor é muito clara e evidente , ambos se tornam tudo aquilo ao qual os seus semelhantes jamais acreditariam virar , Hans Cristian Andersen vira o maior escritor da Literatura Infantil de todos os tempos e O Patinho Feio se torna um belo cisne.

O Conto também se assemelha á uma fabula , pois os animais pensam e agem como Seres Humanos e possuem uma moral da estória as aparências enganam.

O Patinho era discriminado e expulso de todos os lugares por onde passava: -Que patinho feio! -Que horror! -É a vergonha de nossa espécie! -Fora daqui, patinho feio! -Fora!Fora! (BANDEIRA, 1997, p. 16)

Há uma trama recheada de referencias as instancias psiquiátricas como id, ego e super-ego. O personagem através da narrativa passa por várias fases psicológicas, fase id patinho feio , imaturo ,imprevisível e desprezível, o ego, o conflito sair do lago e procurar novos amigos e inimigos, desafios fáceis e difíceis em diversos lugares jamais visto por ele e o super- ego negar a fase Patinho feio infância e aceitar a fase cisne adulta.

A criança compreende que há diferentes fases infância, adolescência e adulta , que cada uma é um nível onde só se deve progredir jamais se regredir, um adulto jamais poderá ser uma criança , que apesar de seus sentimentos e coragens sejam e precisam ser infantis , suas atitudes sociais tem que ser maturas.

O herói é um ser feio e desajeitado, fora dos padrões naturais considerados excelentes para a raça. O herói é um ideal cristão ,movido pela fé para resolver seus problemas sociais, não importando tão simples ou complexos parecçam ser.

Mas, chegando à beira de um lago desconhecido, o Patinho Feio encontrou um bando de aves que nunca tinha visto em toda sua vida, eram aves brancas como algodão e nadavam com muita graça. A princípio pensou que seria expulso a bicadas, não resistiu e se aproximou escondendo-se entre a vegetação. Distraiu-se e chegou perto demais, uma das aves o avistou e alertou as outras aves: Veja, pessoal! Vejam quem está aqui! (BANDEIRA, 1997, p.25).

Os outros cisnes giravam em torno dele, fazendo-lhe agrados com o bico e alisando- lhe as penas do pescoço, felizes por encontrar mais um companheiro. Cercado de carinho o Patinho Feio descobriu que já havia crescido, enquanto fugia pelo mundo para esconder sua feiúra.

E descobriu que sua feiúra era, na verdade, a maior das belezas e que era o mais lindo dos cisnes E descobriu que nunca mais ficaria sozinho.

As aves o cercaram e o Patinho abaixou sua cabeça, esperando suas bicadas, contudo, ao abaixar sua cabeça, viu sua imagem refletida nas águas do lago. Ele não conseguia entender o que viu.

E na imagem refletida viu a imagem de uma ave branca como as outras, uma ave majestosa e elegante, o que tornava o mais belo do mundo. Naquele momento, uma menina e um menino, olhavam da margem, aquele bando de aves brancas, e o menino apontou: -Veja! Apareceu mais um cisne! Olhe que lindo! -É o mais lindo de todos! (BANDEIRA, 1997, p. 26).

A fraternidade e generosidade humana no conto é representada pela aceitação dos belos cisnes que apesar de verem a falta de beleza do patinho enxergaram mesmo assim nele o belo cisne revelado depois na lagoa pelos próprios cisnes e depois pelo antigo patinho . A mensagem é clara a aparência não importa e sim o caráter de nossos conterrâneos.

CONCLUSÃO:

A Biografia incentiva as pessoas á pesquisarem , refletirem e criticarem, o autor e sua obra, assim como permite que as pessoas consigam analisar , identificar e descrever o que é semelhante e diferente na arte de escrever de cada autor , pois cada um possui um método diferente de oralidade e escrita ao passar seus conhecimentos ao seu leitor, podendo ser este criança , adolescente ou adulto.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BANDEIRA, Pedro. Biografia. Wikipédia. [s.l.], [s.d.]. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Bandeira>. Acesso em: 17.maio.2007.

BANDEIRA, Pedro. O Patinho Feio. Quinteto Editorial. 1997

BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos contos de fadas.16.ed.São Paulo, Paz e Terra,2002.

COELHO, Nelly Novaes . Literatura Infantil: teoria, análise, didática. 1.ed.São Paulo: Ed. Moderna, 2000.

HISGAIL, Fani. Biografia Sintoma da Cultura. Hacker Editores, 1997.

MACHADO, Júlio César .O Contista. Hans Cristian Andersen .1885 . Disponível em http://purl.pt/768/1/contista-anderson.html. Acessado em 20/02/2012.

OLIVEIRA. Cristiana, de Madânelo. Literatura Infantil.2005. Disponível na internet via WWW URL: http://graudez.com.br/litinf/autores/esopo/esopo.htm Capturado em 10/02/2012.

PENA, Felipe. Teoria da Biografia sem Fim. São Paulo: Mauad, 2004.

ROCHA, Justiniano José. Fabula de Esopo e La´ Fontaine, Virtual Books,2002.

TATAR, Maria. Contos de fadas .Edição comentada e ilustrativa. Rio de Janeiro. José Zarar editor,2004.

Carlos Angrense
Enviado por Carlos Angrense em 20/02/2012
Reeditado em 20/02/2012
Código do texto: T3509883
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.