Nonato Junior - Capítulo III - As Aventuras

A única coisa que lembro, do meu pai ter dado a mim, foi um velocípede. Tinha 5 anos. Foi o maior sucesso. Andava nele em toda Itapecuru.

Até que um dia estava com uma de minhas tias, em uma avenida bem movimentada. Estava no meio da pista, altamente "zuado", estilo velozes e furiosos, em meu velocípede. Quando lá vem uma carreta...

Eu disse p´ra mim mesmo: eu vou fazer um pega! Minha tia, nesta altura do acontecimento, já tinha corrido longe.

Eu estava convicto que aquela carreta nunca ia me alcançar. Até que ela chegou bem perto e eu não tive outra escolha, a não ser, sair do velocípede. Daí só ouvi o "estalo" - Adeus meu velocípede! Jamais te esquecerei. For por um triz que ainda estou vivo.

Quando saía com meus amigos de infância é que aprontava mesmo. A "Dupla Dinâmica" de quatro crianças superdotadas em armações era perfeita.

Lembro-me que existia um depósito de uma loja de móveis e eletrodomésticos ao lado de nossa casa.

Nós subíamos pelo muro até o telhado e de lá decíamos por uma corda e caíamos sobre uns colchões empilhados. Não era a toa que nos chamávamos de a "Dupla Dinâmica". Eu e mais três colegas brincávamos da cama elástica em cima dos colchões e pegávamos "emprestado" os motores dos ventiladores, para enrolar os tubos de linha das pipas que empinávamos, era massa!

Nesta mesma época saíamos à noite para tocar a campainha das casas e sair correndo. A gente adorava fazer os outros de "besta". Era a moda da época.

Sem falar que gostávamos de atirar de baladeira. Coitado dos Calangos, das aves e das lâmpadas dos Portes. Havia até campeonato. O vencedor tinha que quebrar o maior número de lâmpadas.

Mas nem tudo eram flores. Muitas vezes ficava andando em cima dos muros escondido das tacas. Meu avô não tinha dó. Além dos inúmeros pontos que levei na cabeça, no pé, nos joelhos e posso até garantir que em todo o meu corpo dei muito trabalho para os médicos.

Uma certa feita estava procurando um documento para minha mãe-vô. Estava levantando o colchão e coloquei-o sobre minha cabeça. Meu tio-irmão não tinha o que fazer, pulou sobre o colchão e emprrou minha cabeça sobre o extrato da cama. Abriu meu supercílio e sangrou igual uma torneira. Foram os meus primeiros pontos da vida. Seis ao todo. Até hoje minha sobrancelha possui as falhas.

Nonato Junior
Enviado por Nonato Junior em 19/01/2012
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