MARIA HERMÍNIA DE AGUIAR OLIVEIRA

Maria Hermínia de Aguiar Oliveira, filha de Manoel Gomes de Aguiar e Maria Anita do Nascimento Aguiar, nasceu em 19 de junho de 1933 na Fazenda João Vieira no município de Cedro de São João, e cresceu na Fazenda Brejinho em Malhada dos Bois no estado de Sergipe.

Sua mãe lhe ensinava em casa, e quando passou a freqüentar a escola já sabia ler e escrever.

Estudou inicialmente numa escola pública em Malhada dos Bois, com as professoras Maria do Carmo e Valdice, ambas com diploma de Curso Normal. Depois estudou um ano, em regime de internato, no Colégio Nossa Senhora das Graças em Própria.

Por questão de economia, ela e seus irmãos passaram a estudar na Escola Nossa Senhora do Carmo, na Fazenda Brejinho, escola criada por seu pai e seus primos Daniel e Romeu Figueiredo, vizinhos de propriedade. Como essa escola era particular, para Maria Hermínia obter o Certificado de conclusão do curso primário submeteu-se a provas em Cedro de São João. Aprovada, começou a estudar o Curso Normal em Própria, no Colégio Nossa Senhora das Graças. Um ano antes de se formar, noivou e suspendeu os estudos, pois seu pai entendia que se ela queria casar não deveria estudar, mas se preparar para o casamento.

Casou-se com Luis Alves de Oliveira, em 1950, com quem viveu por toda a vida.

Esposa e mãe amorosa, atenta e dedicada, deu a luz a quatorze filhos, todos cidadãos de destaque por suas profissões, pela capacidade técnica, pela ética e honradez. Além desses filhos, muitos outros a consideravam como mãe, pelo acolhimento maternal que sempre tiveram.

Trabalhadora incansável, no dia a dia acompanhava os trabalhos escolares dos filhos e irmãos mais novos que vinham prosseguir os estudos na capital, costurava para todos e preparava com rapidez e habilidade as mais deliciosas refeições. Tudo que ela fazia era extremamente saboroso.

Além do cuidado com a família, acolhia parentes, amigos ou pessoas que vinham do interior esse hospedavam em sua casa até terminarem os tratamentos médicos de que necessitavam

Maria Hermínia,mulher de grandes virtudes sempre muito bondosa e dócil, sem perder, entretanto a sua altivez e dignidade<.Personalidade marcante e sensibilidade aguçada capaz de perceber os mais ocultos sentimentos, os mais profundos desejos. Altruísta, não media esforços para minorar sofrimentos e possibilitar a realização de sonhos.

Defensora dos mais fracos, mediava, conciliava e procurava restabelecer a paz. Consoladora, nos momentos mais difíceis, nas situações mais complicadas e dolorosas ela e seu esposo Luis Alves sempre foram o ombro amigo a oferecer o apoio necessário.

Esquecer suas dores e seu cansaço para cuidar, para servir ou simplesmente tornar o outro mais feliz, esse era seu modo de viver.

Maria Hermínia foi uma Terapeuta, tanto na linha dos antigos Terapeutas de Alexandria como na conceituação do filósofo Platão.

Foi também uma Engenheira nata, projetava, desenhava e comandava a execução de obras e de reformas em sua casa e na de quem solicitasse seu apoio.

Cerimonialista, planejava, organizava, orientava e comandava a execução das festas da grande família, a começar pela ornamentação dos ambientes, pelo preparo dos bolos, com muitas camadas ou andares, todos primorosamente confeitados, e pela confecção de caixetas que aninhavam os mais finos doces feitos por ela.

Estilista, criava, desenhava e costurava todas as vestes nas festas da família: primeira comunhão, quinze anos, bodas de prata, formaturas e inclusive os vestidos de noivas nos casamentos.

Exímia Pintora deixou um importante acervo de belíssimas telas nos mais diversos estilos.

Maria Hermínia nunca guardou dinheiro. Ela gostava muito de presentear e não conseguia ser indiferente às necessidades do próximo.

Educadora desde a mais tenra idade, sem, no entanto, assumir cátedra alguma. Sempre defendeu o princípio de que, toda criança é boa, é inteligente e deseja aprender, cabe aos pais e educadores descobrirem e ressaltarem essas qualidades para que a criança sinta que é valorizada. Dizia ela que toda criança necessita ter a certeza de que depois das tarefas escolares terá seu horário para brincar. A criança precisa e deve ser criança.

Tinha um amor muito especial pelas crianças, pelos pobres e desamparados. Penalizada com tantas crianças abandonadas nas ruas, sem estudar nem ter o que comer, desejava montar uma instituição social de apoio ao menor desamparado. Quando lhe sobreveio a doença que mais tarde lhe ceifou a vida, em 08 de junho de 2000, lamentava não ter conseguido construir sua creche.

Foi Maria Hermínia de Aguiar Oliveira uma personificação do amor puro e desinteressado. Alguém que viveu no tempo atual, em nosso meio e que doava sua energia, sua força, sua vida pela alegria e a felicidade dos outros.

É Maria Hermínia um exemplo para todos nós.

Antonia Roza

Nota - dados fornecidos por sua irmã e contemporânea Maria José de Aguiar Silva