ID

Certa vez, perguntaram-me quem eu era, o que aspirava na vida. No momento, não soube ao certo o que dizer. Ponderando sobre a questão, percebo que ainda não sei quem sou... sou uma mistura de tudo que fui, que sou e que penso ser. Hoje vivo mascarada ou, quem sabe, escancarada... choro quando dá vontade, nossa, que vontade que sempre dá, mas é bom, “lava a alma”! Rio muito também (desesperadamente, compulsivamente, exageradamente!!!) de coisas tolas, engraçadas e até mesmo de coisas sérias (será que sou louca??!!) Afinal, quem é normal??

Acredito no poder da palavra. Sei que as palavras que proferimos detêm um poder incrível e que pode mudar uma vida radicalmente.

Acredito também no amor. Apesar de ele ter me pregado cada peça, sei que ainda existe e é chama viva em minha vida, mesmo estando em estado de brasa...

O interessante sobre este sentimento é que muitos dizem ser auto-suficientes, mas derretem-se ouvindo uma boa música romântica. Por mais que prezem pela objetividade, todos querem e buscam um grande amor! Eis a busca incessante, nessa tão dura vida! Agora, como diz Pe. Fábio de Melo, “amar é um jogo de perdas”. No fim sempre um tem prejuízos por doar-se, talvez, demais. Mas, mesmo no fim, tudo compensa. O amor é a solução para os males da pós-modernidade, tão desencontrada em si mesma.

Sei que é preciso fazer uma “faxina na alma” de vez em quando. Já comecei jogando fora algumas lembranças, mas não devo esquecer. Nunca devemos esquecer fatos importantes em nossa vida, mas devemos selecionar aquilo que nos faz bem e deve permanecer daquilo que é apenas uma lembrança e que é preciso ignorar... já disse, o sofrimento é opcional! Optei por não sofrer por coisas efêmeras, por pessoas efêmeras. É preciso ser forte! A vida nos força a ser, como bem diz Clarice Lispector, “viver é mágico e inteiramente inexplicável”.

Esta fortaleza encontra-se no simples “abrir de olhos” e perceber o que ocorre ao redor. O livro dos conselhos aconselha que “se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”. É preciso saber ver, pois tudo é apenas uma questão de escolha. Deus nos deu livre arbítrio, o poder de decidir por qual caminho trilhar.

Para auxiliar na trilha deste conflituoso e enigmático caminho, Mário Quintana nos dá um excelente aconselhamento: “se as coisas são inatingíveis, ora, não há motivos para não querê-las. Que tristes os caminhos se não fora a mágica presença das estrelas”. E assim vou... seguindo palavras e buscando estrelas... Indo para onde haja sol... Nesta estranha e eterna luta por felicidade (mal sabendo que ela está tão perto, disfarçada em coisas tão sutis e que está tão perto do coração) e por amor (êta busca incessante, incansável e sempre otimista, afinal, “há sempre um chinelo velho para um pé cansado, não é verdade?).

Ó, amor, que inspira as mais belas obras de todos os tempos... Ó, sentimento nobre, que une, pacifica, acalenta, satisfaz, e sempre insatisfeito pede sempre mais e mais e nunca é excesso, é sempre bem vindo em abundância... Mesmo que seja dado mais do que recebido... Mas, devemos sempre fazer nossa parte!!

E como o amor nos traz de volta à vida, um brinde aos que não desistem, aos guerreiros que estão na batalha pela vida e aos que acreditam que a vida é “um espetáculo imperdível”. Viver é incrivelmente desafiador, são batalhas diárias, forças renovadas pela energia do sol que faz renascer a cada dia a esperança e perseverança em dias melhores, que virão, basta plantar as sementes e ir em breve colher os frutos de escolhas bem feitas.

Assim, descubro-me como um intervalo. Como diz Álvaro de Campos, “sou o intervalo entre o que desejo ser / e os outros me fizeram, / ou metade desse intervalo, porque também é vida...”. E na vida, como aconselha Chaplin, “bom mesmo é ir à luta com determinação abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante”. E, assim,não passo pela vida, eu tenho somente a oportunidade de vivê-la. Sendo assim, farei isso da melhor forma!! Ana Cláudia Silva fontes.

ANA CLAUDIA SILVA FONTES
Enviado por ANA CLAUDIA SILVA FONTES em 24/10/2011
Reeditado em 14/04/2014
Código do texto: T3295629
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.