Poeta ideólogo do movimento «Hiper-Espiritualista», assume definitivamente desde1988 o nome literário de ‘von Trina’. Cedo se desdobra, seguramente a partir deste heterónimo, em vários outros heterónimos e pseudónimos [são-lhe conhecidos em 2003, pelo menos seis (6), havendo a certeza que alguns dificilmente serão associados ao autor], no âmbito da poesia, crítica literária, intervenção cultural e artigos de opinião. Desde meados de 2004, adoptou a assinatura,

von Trina, suicidário-literário.

Nasceu a 8 de Julho, na Lisboa dos anos sessenta, mas reivindica naturalidades nas três Beiras portuguesas, a genética (Proença-a-Nova, Beira Baixa), a afectiva (Coimbra, Beira Litoral) e a adoptiva (Gouveia, Serra da Estrela, Beira Alta), assumindo assim, um gesto de desafio ao pensamento insuportavelmente 'queque' do eixo Lisboa-Estoril-Cascais, onde aliás manteve residência durante mais de 30 anos. Actual e muito recentemente, vive na portuguesa lezíria ribatejana , na histórica vila de Samora Correia.

Escreve desde que tem consciência da força da palavra e da importância da atitude, dispersando colaboração descontínua –com diversos heterónimos- em jornais, revistas e nomeadamente no ‘site’ «CÁ ESTAMOS NÓS». Desde 1996, está regularmente representado em colectâneas poéticas (livros e CD’s), tendo o grupo “ESCOLA VELHA-TEATRO DE GOUVEIA” incluído no seu espectáculo “NOITE DE POESIA”, trabalhos seus. Foi membro dos “Jograis Orpheu”, participando (também individualmente) em incontáveis sessões de divulgação cultural por todo o país, de escolas a lares de 3ª idade, de cafés a livrarias. Animou ainda a “Tertúlia Orpheu”. É membro fundador do grupo “O SEU CONTRÁRIO – Música, Poesia & Jograis”, cuja intensa intervenção cultural, se reflecte em 2 CD’s gravados e dezenas de recitais, no primeiro ano de actividade.

Foi considerado pelos leitores da revista cultural on-line, “ARTJORNAL”, ex aequo com o Prémio Nobel da Literatura de 1982, Gabriel Gárcia Márquez, como o vencedor da categoria ‘Literatura 2003’. Individualmente é autor das obras, «A Dádiva Astuciosa dos Deuses», poesia, Editorial Minerva, 2000; «SÓ O AMOR de um ser interessante É belo e excitante», poesia, Biblioteca Virtual do Portal Cá Estamos Nós e da peça teatral «A Retirada», sobre a guerra colonial portuguesa (1961-1974) em África (Guiné-Bissau). Actualmente está no prelo o seu último livro de poesia inédita (CE), a publicar em breve, em papel e em versão on-line.

Manuel Farinha,

in ‘von Trina - Biografia Insustentável do Poeta’


www.vontrina.com
vontrina@quik.com.pt

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Minhas Escritas



INSATISFEITO
DIFERENTE
EXCEDENTE

von Trina

Se é preto eu vejo negro
se é rosa vejo vermelho
branco nem vejo claro

Arrelia-me a prepotência
incomoda-me a deferência
Arreporra para a normalidade

Eu sou aquele que sobra
o eterno atrasado...
o doido o mafarrico o desleixado


l
- BUM -
l

Ser vampiro que mal tem?
se não mato ninguém
e se incomodo alguém
sim sim é particularmente ninguém






POESIA IMPACIENTE

(von Trina)


é tão forte e tão meu
opressão em mim – sou eu
terror interno visceral
de turbulento é radical

é querer deter o vento
sentindo tormento
é esquecer o que se queria ser
sem resgatar ou prometer

hoje para a vencer sou lento
nem sei bem se tento




E O SEU CONTRÁRIO

(von Trina)

és
o amor impossível
o que transforma transtornado
a luz e a sombra
apogeu e ocaso

sou
o amor que mata
carícia e raiva
e ambas nos seus limites
insuportáveis e viciantes

somos
tortura e ternura
mimo e loucura
sebe e infinito
tempo que desanda parado

amantes
saudade
lava inviável de vulcão acabado




O MEU AMOR

(von Trina)

o meu amor amor
é nobre nas atitudes generosas
na grandeza empenhada
é furtivo no olhar inesperado
na mágoa mórbida

o meu amor amor
é o impulso turbulento a altivo
inacessível e apaixonado
é a ânsia de te perder
de o perder
e claro o medo
do gesto terno não retribuído
da redenção falhada


perdoa-me o meu amor amor