Nascida em Pindorama- São Paulo.
Escritora, poetisa, professora, pedagoga
e formada em Educação Artística.
Possui crônicas, cartas ou poemas, nos sites:
• Editora Komedi
• Recanto da poesia
• Jornal de Poesia
• Nave da Palavra
• Boneca de Trapo
• De amores e saudades
• Officina do Pensamento
• Poemar
• Newsletter-Parque
• Ciranda dos versos...etc

Autora de mais de vinte livros para crianças-
ainda não publicados-.

NOTA:
Todos os textos da escritora, neste
e em outros sites, publicados, possuem os
documentos de registro dos órgãos de direito.

Obras Físicas Publicadas

- Espelho -Poesias Sem Mistério
- A Graça que o bicho Tem-
- Que traça sem graça
- Mitos do folclore
- A Menina da janela
- O Cuco Maluco
- O besouro doente

Classificada em vários concursos literários,
tem seus poemas nas coletâneas:
• Ordem da Confraria dos Poetas
• Ordem Sereníssima da Lira de Bronze
• Antologia Poética 2000
• Concurso Talento Literário 2001
• Antologia diVersos
• Poemas para crianças

Convidada a participar de um manifesto,
com o objetivo de registrar a solidariedade
brasileira ao Timor Leste, teve publicado,
no livro Timor Esperança, o poema:
Juramento à Liberdade do Querer.


ma.gla@uol.com.br

***
Minhas Escritas



Essência
maria da graça almeida

Ainda que eu me transformasse
em dezenas de palavras;
desdobrasse-me
em centenas de letras;
multiplicasse-me
em milhares de versos,
ainda assim,
nunca, com lealdade,
reproduziria minha essência,
pois esta que arraigada me habita
-não por mérito ou, demérito-
jamais poderia ser descrita.

O sentir verdadeiro,
-seja o meu, seja o seu-
aquele que revela o eu
com as nuanças das mais íntimas
e pessoais posturas,
não é passível de escrita,
pois que de sentimentos mais profundos,
por serem intensos e insondáveis,
não se escreve...apenas se sente.

Assim, cada humano,
em seu invólucro perecível,
é o esboço carnal do poema ambulante,
que caminha sobre a alma
da poesia imaterial, etérea...
e intraduzível.




Entrelinhas
maria da graça almeida

Entregue-se ao solo do destino
e ao colo da poesia paraíso;
não fique à margem do caminho,
nem desbrave a terra do sozinho.

Molde o verso em redondilha,
com o cuidado de um santo,
pudores, recato e canto,
véus, capas e cantigas,
na mudez do doce segredo
de um recôndito desejo.

Faça do poema um verbo silente
e apenas o sustente,
provando-o com jeito,
posto que o pecado é um defeito
que todos os anjos têm medo.

Deixe-o renascer -num suave pranto,
sem testemunhas, com manto-
de um soluço de doçura,
que o sossegue da sua sede
de carinho e ternura.

Faça da palavra de candura
um tapete de suspiros,
onde cada amargura
adormeça sem gemidos,
e sem o insano perigo,
que impõe toda procura.





Maturidade
maria da graça almeida


É o tempo quando da procura já se possui o achado.
Quando dos sonhos já se tem a direção
e das ilusões, a condução.
É o tempo pleno do saber, do sentir, do conhecer,
quando somos nós mesmos a resposta
para quase todas as perguntas.


É a melhor parte do caminho, lugar privilegiado,
de onde ainda se avistam os arroubos da adolescência
e com a mesma nitidez
vislumbra-se a calmaria da grande idade.
É quando da balança já se sabe dos pesos
e das medidas, porque na convivência
da esperança com a saudade,
tem-se tanto para esperar,
quanto se tem para lembrar.
É quando já se pode escolher
com conhecimento de causa
e com a segurança do entendimento,
pois que em cada passo a ser pisado
e em cada trilha a ser percorrida,
estarão as certezas da certeza e a certeza da dúvida.
Posto que das certezas, não mais se duvida
e das dúvidas tem-se a exata certeza.

Que belo tempo, sublime idade! Madura idade! Maturidade!
É a primavera do verão, o outono da primavera,
é a multiplicação da emoção pela soma da espera.


maria da graça almeida