Biografia e Obras
O Poeta Londrino emana do cidadão José Carlos Lopes, nome comum, daqueles que nos causam embaraços em certas situações. O José Carlos nasceu no Rio de Janeiro, e desde muito cedo conheceu a fragilidade da vida, o que o tornou introspectivo, uma postura transitória entre o egocentrismo e o individualismo, alternando sentimentos de universalidade e solidão.
Talvez pouco importe aqui falar do cidadão José Carlos, que estudou, trabalhou, acreditou na mudança da sociedade pelas lutas políticas, cometeu injustiças, teve gestos de louvor, foi pai, amigo, decidiu deixar o
Brasil para viver em Portugal, e um dia foi trabalhar em Londres, um ser humano de enganos e acertos, que cumpre regras, paga contribuições, transgride códigos... como tantos outros, mas sobretudo igual a si próprio.
Importa aqui saber que o José Carlos um dia trouxe o sonho para a sua vida, e obstinadamente o mantém presente em sua realidade, cultivando uma espécie de fé no imprevisível.
No centro desse País de Quimeras, o cidadão José Carlos erigiu o seu castelo junto ao mar para aí albergar seus mais secretos sonhos e, encerrando-se em suas muralhas, refugiar a sua alma.
Não bastaria uma rosa para florir
nem uma lágrima para chorar.
Mas basta uma mão para abrir
as portas de um castelo junto ao mar.
Assim, em sua juventude o José Carlos fulcrou a pedra fundamental desse castelo, que um dia teve enfim as suas portas abertas por etéreas mãos angélicas...
Foi então que, feito já Poeta Londrino, a sua poesia ressurgiu, lançando-se pelas estradas do arco-íris numa insólita cruzada por um invisível amor...
http://geocities.yahoo.com.br/poeta_londrino/
http://www.recantodasletras.com.br/autores/poetalondrino http://www.lenamais.com.br/alegria/alegria.htm
http://www.romantichome.net/promessapl.htm
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Minhas Escritas
Adágio
© Poeta Londrino
Se te vais, amor, não me levas a vida,
que permanecerá,
palco abandonado de luminosas lembranças.
Se te vais, amor, não me levas a alma,
que esta é o pilar seguro da saudade infinita.
Se te vais, amor, levas sim o dom dos meus sonhos,
fazendo desmoronar nossos castelos da utopia.
Não te vás ainda, amor,
que nem ouviste o suave adágio do meu coração.
POETISA MAIOR
© Poeta Londrino
Canta Poetisa, e liberta os receios em teu coração,
semeia em versos as memórias das tuas dúvidas,
teu desencontrado amor nas alamedas dos sonhos.
Canta Poetisa, que do teu canto se fará a luz
nas noites dos teus mistérios...
Canta Poetisa, que o teu canto se faz oceano,
a desaguar nos limites dos teus sonhos,
para que navegues tuas esperanças ao infinito.
Canta Poetisa, também o teu cântico maior,
da tua essência mulher, a gerar humanidade
num aconchego de paz a toda a gente.
Canta, Poetisa, teu desencontrado amor,
que o arco-íris se ilumina dos teus lamentos,
e te mostrará as veredas do teu destino.
Canta Poetisa, o canto que emigrará de ti
e alcançará a glória no leito das estrelas...
Onde a lua guarda o teu verdadeiro amor,
que se fez imagem em teu próprio sorriso.
FLUTUAR DA ALMA
© Poeta Londrino
Teu coração a pulsar de amores
ousa desafiar a tua angústia,
e te soltas na festa da vida.
Esvanecem teus receios em calorosos brindes,
e te lanças, tão pura, aos sorrisos imprudentes.
Tua alma flutua lancinante,
vagueando num indefinido rumor de sonhos,
onde declinam razão e expectativas tantas.
Gritas teus anseios a toda a gente,
expurgando tuas dores mais secretas.
Trazes o desejo do universo,
de abraçares, divina, a raça humana,
como a redimir seus inconfessáveis pecados,
porque tua bondade assim te inebria.
Não sabes porém os efeitos do teu gesto
a descortinar em severo e pungente espelho,
ante um mundo cego e assustado,
negando-se em ti a ele próprio.
No teu íntimo ecoa uma doce melodia
a te convidar ao enleio das estrelas,
mas não achas teu par naquele baile de sonhos,
somente a severa punição da tua encantada dança.
O teu coração ainda pulsa de amores,
e bombeia agora a tua doce rebeldia,
sempre a desafiar a insistente angústia
com o mágico poder dos teu íntimos sonhos.
ROSA MÍSTICA
Poeta Londrino)*
Aqui me vês... ao desamparo
no vazio do jardim que cultivei.
E mais uma vez insisto insensato
talvez recriar o que acreditei.
Porque semeio esta terra infinita
que as noites regaram de mistérios...
Porque creio nesta fatigante lida
mesmo entre açoites e vis impropérios.
Não me vês... na colheita solitária
das flores da própria mortalha,
que afinal sonharei manto de glória.
Porque me cinjo e orno do nada,
empunho uma rosa como espada,
descerro grilhões de minha história.
***
Poeta Londrino
Do céu, um anjo enlevado,
trouxe-te a doze de Agosto.
orgulhoso e satisfeito
contigo correu o mundo
E deu-te Ícaro por filho
em dia de aniversário
razões terá o teu anjo
pra te ser afeiçoado
e tão bem te ter moldado
na alma o dom de poeta
no olhar afável candura
Tento, sagacidade e doçura
Menino e anjo da guarda
Cresceram à mesma altura
Quis Deus dar-me por ventura
A honra de ser tua amiga
E a Portugal a deu graça
Da tua dilecta escolha,
Brasileiro de nascença.
Que a felicidade abrace
a tua alma excelente
hoje e sempre o teu anjo
te acompanhe e te guarde!
Maria Petronilho
Almada, 12 de Agosto de 2005