Aluisio Gomes Lopes

Aluísio Gomes Lopes, nascido na zona rural, no município de São José do Egito, Pernambuco, aos três anos de idade foi morar na cidade. Desde muito cedo apresentava seus dotes e paixão ao lado artístico, direcionado ao campo da música. Ainda na pré-adolescência já começava a sua aproximação a outros de mais ou menos sua idade, de gosto parecido ao seu. Inebriado ao som dos acordes dos violões, juntamente aqueles, forjava possíveis saídas em exercícios escolares, na casa de colegas no intento de irreverentemente cortar algumas madrugadas, entregue às serenatas, amigos e canções. Eram os ousados e novíssimos boêmios que ali estavam nascendo na pequena cidade da poesia e da canção. Aos dezesseis anos foi morar na cidade de Arcoverde, e lá fez seu teste e ingressou no primeiro e sonhado conjunto musical que pertencia à escola em que estudava. Depois viria participar das grandes festas natalinas que aquela cidade promovia na época.

Sempre representando sua cidade de origem como valor regional, angariava na maioria das vezes boa premiação. No final do ano de 1973, promovido pelo então Clube de Castores, que viria futuramente a ser a Associação Cultural, participou em São José do Egito, do 1º Festival Regional de Conjuntos e Vozes, com a participação dos Estados de Pernambuco e Paraíba, conseguindo ganhar o primeiro lugar naquela oportunidade, com o prêmio de melhor cantor. Não muito tempo depois, voltou a morar na sua cidade, passando por outros concursos, sempre bem-aventurado em suas investidas como artista.

Seu sonho era cantar, ser crooner num conjunto da sua região, o que veio a acontecer mais tarde. Finalmente seria o vocalista do Polysom, este com formação de músicos de sua cidade e de Itapetim / PE. Bem perto dali receberia uma proposta para integrar, juntamente a Roberval Veras e Sales Rocha, seus conterrâneos, em Cuiabá, no Estado do Mato Grosso, juntamente a outros músicos, na maioria oriundos de outros Estados, a Banda Young Stars, boa banda de estilo pesado, tendo o rock como a sua principal essência e batida, trazendo-lhe e acrescentando-lhe mais uma nova experiência musical. Recebeu novo convite e movido à paixão por suas raízes novamente volta pra casa.

Participa da fundação da nova banda de nome Nova Dimensão, por sinal ótima banda segundo ele, que consegue fazer muito sucesso nos famosos e saudosos bailes de clubes, tocando sempre nos estados da Paraíba, Ceará, Bahia e seu estado, Pernambuco. Passou por diversas outras bandas musicais, lembra o músico, como: Ases do Ritmo em Crato / CE, Super Star em Belo Jardim / PE, Sonourou’s em Sobradinho / BA, Ski Atômico de Belém / PA. Participaria e permaneceria por um longo tempo numa das mais famosas bandas de baile do estado de Pernambuco daqueles dias, a famosa Som Jóia Sete, que produziria Radamés Venâncio, o maestro arranjador da cantora Ivete Sangalo. Aí fecharia o seu ciclo musical, na sua história, como integrante das famosas bandas e conseqüentemente dos grandes bailes das noites.

Quando perguntado se, considera-se um bom músico, responde que "não. Fui um Crooner, um espécie de ator musical. Não sou um cantor, eu simplesmente derramo em forma de música aquilo que teima incomodar e ficar dentro de mim. Sinto que a música me incomoda e me procura, bem como a poesia que escrevo e me tange em versos, as vezes improviso como quebranto. Talvez me encaixe mais como um intérprete, um ator, vetor de sonhos e afãs, meus e dos outros que me passam estes''.

Revela que nunca foi um bom instrumentista, toca violão o suficiente para se acompanhar, compor, trocar e conferir tonalidades. Gosta de melodias simples e sem acidentes, que como já dizia Raul Seixas. “Acho um saco essa onda de acidentes demasiados, deixando empobrecidas e sem alma as canções poluídas de dissonâncias num festival de desafinações, sem harmonia com o Aurélio” afirma.

Durante algum tempo - por motivo superior - esteve ausente dos palcos até que voltou a mostrar suas canções em alguns festivais de música. Em Recife, participou do Pernambuco Música Hoje, sendo classificado em boa posição. Em Afogados da Ingazeira, participou do FERCAM em mais de uma oportunidade, em todas foi premiado e nestas apresentações sempre angariou o premio de melhor intérprete daquele festival. Em São José do Egito, sua cidade natal, participou de seis festivais FEMPP. Lembra com alegria que teve a felicidade de ter ganhado aquele primeiro festival de música, sendo premiado ainda duas vezes em outros anos com os primeiros lugares, que nas seis participações neste festival, por quatro vezes entre outros prêmios levou a colocação de melhor intérprete deste famoso evento que acontecia na região do Pajeú. Isso o faz rememorar em boas lembranças daqueles bons e passados tempos.

Finalmente em julho de 2003, na companhia de alguns músicos amigos, como seu antigo parceiro musical Haroldo Santos, Eloi Oliveira e seu filho Neimar Lopes, entre outros, apresenta-se no Festival Universitário de São José do Egito, com o Show Reportar. Repertório de qualidade, cantando canções de nomes consagrados da MPB. Apresentação esta, que valeu como a melhor daquele festival de cultura popular. Saindo um cd ao vivo com boa aceitação do público. Depois gravaria Um Solo de Paz, com todas as músicas de sua autoria e algumas em parceria com poetas da sua região. Disco este que “veio trazer um importante sentimento de realização já que trata dos tempos atuais com preocupação com temas como: aquecimento global, misticismo, paz e outros mais” diz o cantor poeta.

Por último teve oportunidade de fazer participação de aberturas de shows e consertos de alguns artistas de grandes nomes como Fagner e Artur Moreira Lima.

Atualmente, segundo ele, em meio a uma turbulência e eclipse musical para músicos e cantores que teimam em não se render a música alternativa e pasteurizada, se posta a perscrutar, recicla-se ouvindo e pesquisando boas coisas do passado e do presente, Afirma: “Se o campo reverdecer espero voltar a cantar minha sonata de saudade, amor e paz”.

Portal do Pajeu

Lu Lopes e Nelson do Pajeu
Enviado por Lu Lopes em 04/10/2011
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