Os "avivalistas" : Finney, Moody e Spurgeon
Por dez anos — de 1824 a 1834 — Charles Grandison Finney trabalhou sem cessar em poderosos avivamentos. Finney testificou: "Eu fui poderosamente convertido na manhã do dia 10 de Outubro de 1821. À noite do mesmo dia, e na manhã do dia seguinte, recebi batismos esmagadores do Espírito Santo, que pareciam percorrer todo o meu ser, corpo e alma. No mesmo instante senti-me apoderado de tão grande poder do Alto que apenas umas poucas palavras que pronunciava a uma ou outra pessoa eram o motivo de sua pronta conversão. A minha palavra parecia tão certeira, como flechas farpadas nas almas dos homens. Elas cortavam como espada. Quebrantavam o coração como martelo. Multidões inteiras podem dar testemunho disso". "Às vezes eu me sentia muito vazio deste poder. Saia em visita evangelística, mas sentia que não havia feito qualquer impressão salvadora. Exportava e orava, mas o resultado era o mesmo. Então separava um dia para jejum e oração em secreto, temendo que esse poder-se houvesse retirado de mim e procurava, com toda a ansiedade, a razão dessa aparente falta de poder. Depois de humilhar-se e clamar por auxílio, o poder voltava sobre mim com toda a sua vitalidade. Esta tem sido a experiência de minha vida". Em 1834 enfrentou uma grande crise em sua vida: perdeu a saúde nas lutas diárias de sua pregação e da oração piedosa; também naquele tempo e assunto da escravidão atraía tanta atenção do povo, que os avivamentos religiosos começaram a ser relevados a segundo plano. No mês de julho de 1834, quando ele se achava em uma viagem, a amargura pelas almas perdidas tornou-se insuportável. O espírito de oração estava nele, e gastou um dia inteiro orando, até que, como Jacó no ribeiro de Jaboque, triunfou com Deus. "Depois de um dia de indizível conflito e agonia de alma, logo à noite, todo o assunto foi aclarado em minha mente, O Santo Espírito induziu-me a crer que tudo resultaria em bem, e que Deus tinha ainda um trabalho para mim; que eu podia estar tranqüilo; que o Senhor levaria avante a Sua obra e me daria força para tomar parte nela de acordo com a sua vontade". No Outono daquele ano ele proferiu as suas famosas "Palestras sobre Avivamentos Religiosos." A leitura dessas palestras resultou em centenas de avivamentos na América e em outros Países. Finney tornou-se Professor de Teologia no Colégio Oberlin em 1835. Mais tarde veio a ser Presidente do Colégio. Vinte mil estudantes estiveram sob a sua influência durante os anos em que ele esteve em Oberlin. Mesmo ligado ao Colégio, dirigiu alguns dos mais poderosos avivamentos do seu ministério. Visitou também a Inglaterra duas vezes e efetuou avivamentos em muitos lugares. Finney morreu em julho de 1875, após um poderoso ministério em que Rios de Águas Vivas, literalmente, transbordaram multidões de almas. O segredo do poder de Finney era o batismo do Espírito Santo, e uma vida de oração.
D. L. Moody nasceu em 5 de fevereiro de 1837 em Connecticut, Estados Unidos. Moody foi convertido aos 17 anos. Ele mesmo testificou depois: "Lembro-me daquela manhã, depois que fiz a minha decisão de confiar em Cristo. Parecia-me enamorado da criação inteira. Sentia-me pronto a levar em meu coração todas as criaturas". O seu primeiro trabalho evangélico foi alugar alguns bancos da Igreja a que assistia e os encher, cada domingo, de moços das esquinas e dos botequins. Dava toda a importância ao trabalho da Escola Dominical. Começou a trabalhar em uma Escola Dominical em que somente 12 crianças assistiam, e em poucos anos estava movimentando uma Escola Dominical com uma assistência que ia de 12.000 a 15.000 crianças. Ele disse: "Deus ateou um fogo em minha alma que nunca mais se extinguiu". Desse tempo em diante ele se empenhou no trabalho evangelístico regular. No ano de 1871 uma grande fome e sede de poder espiritual apoderaram-se de Moody. Ele disse: "Eu clamava todo o tempo para que Deus me enchesse do Seu Espírito. Pois bem, um dia na cidade de Nova York, Deus se revelou a mim, e eu tive uma experiência tão real do Seu amor que fui obrigado a dizer-lhe que já bastava. Voltei a pregar. Os sermões não eram diferentes; eu não apresentei quaisquer verdades novas; no entanto, centenas foram convertidos”. Em junho de 1873 Moody e Ira Sankey começaram o seu primeiro e extenso trabalho missionário de conferências em algumas das cidades do Norte da Inglaterra. Deus abençoou essas atividades e o trabalho marchou firme. Em novembro do mesmo ano eles foram convidados para a Escócia. As campanhas nas cidades escocesas despertaram o interesse do País inteiro para as coisas espirituais e uma onda de avivamento espalhou-se em todo o País. O ministério de Moody foi extraordinariamente vasto. Ao lado de seu trabalho evangelístico ele fundou Escolas e Colégios em Northfield e o Instituto Bíblico de Chicago. Ele levantou uma enorme soma de dinheiro para ajudar a estender o trabalho da Associação Cristã Missionária de Moços. As conferências que ele dirigiu, para pastores, obreiros e estudantes, foram também uma parte importante de sua obra. Todo este trabalho e influência mundiais foram o resultado natural da vida espiritual de Moody; ele amava a Jesus; em tudo o que fazia, visava fins espirituais; tinha paixão pelos perdidos e sentia a perdição de suas almas; cria na oração; e quando pregava, confiava na obra do Espírito Santo, de convencer e converter pecadores.
Charles Haddon Spurgeon nasceu em Essex, no dia 19 de junho de 1834. Com a idade de dezesseis anos, foi convertido ao ouvir um crente Metodista da Igreja Primitiva pregar sobre o texto: "Olhai para Mim e sereis salvos, todos os confins da terra". Spurgeon disse: "Eu olhei para Deus; Ele olhou para mim; e nós fomos um para sempre". Logo depois de sua conversão ele uniu-se ao povo Batista de Cambridge, e tornou-se pregador leigo. A sua fama como pregador começou a correr, e com a idade de dezessete anos tornou-se pastor da Igreja de Waterbeach. Naquele tempo trabalhava denodadamente, e dedicou a maior atenção aos cristãos Puritanos. Em 1854 foi convidado para ser pastor da Capela da Rua New Park, Londres, e logo ouvia-se falar em toda a parte do admirável "Mocinho Pregador". Os seus sermões começaram a ser impressos e eram lidos em todo o mundo. Por quarenta anos pregou a imensos auditórios e ganhou dezenas de milhares de almas para Cristo. Em sua Autobiografia Spurgeon revela o segredo do seu estupendo ministério. "Quando cheguei à Capela da Rua New Park, era apenas a um grupinho de gente a quem primeiro pregava; mas não posso esquecer jamais o fervor com que eles oravam. As vezes pareciam instar tanto com Deus, como se pudessem realmente ver o Anjo do Concerto presente em pessoa, e como se estivessem para receber dEle uma bênção especial. Mais do que uma vez, ficávamos tomados de um santo terror com a solenidade da reunião, de tal modo que nos púnhamos em silêncio por. alguns momentos, enquanto o poder do Senhor parecia envolvernos como em uma nuvem; e tudo o que eu podia fazer era proferir a Bênção e dizer: Caros amigos, tivemos a visita do Espirito de Deus aqui bem claramente esta noite; vamos agora para casa e tenhamos cuidado de não perder as Suas graciosas influências. Então logo vinha a bênção do Céu; a casa enchia-se de ouvintes e muitas almas eram salvas. Eu sempre atribuo a Deus toda a glória, mas não esqueço que Ele deu-me o privilégio de ministrar desde o principio a um povo que de fato orava. Tínhamos reuniões de oração que na verdade abalavam as nossas almas. Todo o homem parecia um cavaleiro das Cruzadas sitiando a Nova Jerusalém. Cada um parecia determinado a assaltar a Cidade Celestial pelo poder da intercessão; e logo a bênção do Céu era derramada sobre nós em tal abundância, que já não tínhamos lugar para mais”.