João Satyrio

Sorria quando o sol raiava.

Saia cedo pra longa lida.

Em seus braços que não paravam,

Marcas de fracas cicatrizes.

Chapéu desgastado na cabeça,

Tinha a pele queimada de sol.

Suas inseparáveis botas,

Em ruído lhe anunciavam.

Sempre andava com coragem,

Munido de fé na alma.

Morava no fim do mundo.

Achava que tinha tudo.

E será que não tinha mesmo?

Homem de poucos sonhos,

Muitos não querem mais

Que saúde e vida de paz.

Mesmo assim no final das contas:

A vista não era de alcançar,

Tamanhas foram suas conquistas.

Terra bela de se admirar!

Foi o mesmo até o fim.

Morreu com suas botas

E aquele chapéu na cabeça,

Num dia de trabalho pesado.

E nunca se viu tanto choro,

Como em volta de seu caixão.

Homem de poucas palavras,

Força imensa e grande coração.

A saudade leva a compartilhar

A lembrança de garra.

Família grande que o trás,

De geração em geração.

AngéliKA Diamonds
Enviado por AngéliKA Diamonds em 03/07/2011
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