DA VINCI DE MONALISA Á ÚLTIMA CEIA

“DA VINCI DE MONALISA À ÚLTIMA CEIA”

CAPÍTULO I

(A HISTÓRIA DA RENASCENÇA)

Um novo marco surgiu no século XV e XVI o da descoberta de novas terras desconhecidas até então. Os progressos do comércio estimularam ainda mais a procura por novos conhecimentos e artes do período.

Um novo interesse pelos escritos, arquitetura e filosofia da Grécia e Roma antiga renasceu na Itália. Este interesse traz consigo maior liberdade e pensamento. Artista como Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo (Michelangelo) inspiraram novas tendências e idéias. A invenção da imprensa difundiu fortemente a Literatura. E um novo marco da arte surgiu na Europa no fim da Idade Média, chamada Renascença.

Artistas como: Rafael (pintor), Petrarca (poeta) e Cellini (ourives e escultor), na Itália; Erasmo (escritor e filósofo), na Holanda; More e Shakespeare (escritores) na Inglaterra.

A renascença refletiu no diversos setores da atividade humana. Uma das características da renascença é o individualismo, embora nos tempos atuais a sociedade tenha vivido constantemente o individualismo como um todo. A lei de cada um por si e Deus por todos.

Um dos mais importantes representantes da Renascença é Leonardo da Vinci.

CAPÍTULO II

(LEONARDO DA VINCI)

Leonardo da Vinci: Pintor, escultor, engenheiro, arquiteto e cientista da Era Renascentista.

Da Vinci: Nasceu em Vinci, próximo a Florença, na Itália, em 15/04/1452. Filho ilegítimo de o notório florentino Ser Piero e de uma camponesa foi criado pelo seu pai. Ao revelar-se com vocação para a pintura e o desenho, empregou-se como aprendiz do escultor e pintor Andrea Del Verrocchio, por volta de 1467. Trabalhou com Verrocchio até 1477 e, nos quatro anos seguinte, sozinho.

Sua carreira de pintor começa-se precisamente em 1480 com “São Jerônimo”, que ficou inacabável. Logo se mudou para Milão no ano seguinte e começou a trabalhar em “Adoração dos Magos”, encomenda dos monges de San Donato, em Scopeto. Essa foi sua primeira tela atribuída com segurança ao mestre Da Vinci. Nela já não se apresentava características com Giotto e Masaccio a tendência da escola florentina do Renascimento.

Logo em seguida desenvolveu trabalhos com Ludovico Sforza, projetos estes da engenharia militar, realizou estudos hidráulicos sobre canais da cidade e, como diretor das festas promovidas pela corte, organizou competições, representações torneios, para muitos dos quais desenhou cenários e figurinos.

Dedicou-se também ao estudo da anatomia, física, botânica, geologia e matemática. Pintou ainda em 1483 “A Virgem dos Rochedos” e a “A Última Ceia” (1495-1497). Decorou a Sala delle Asse (1498) e trabalhou numa estátua eqüestre de Francesco Sforza, jamais fundida em bronze.

Iniciou-se nessa fase a redação dos manuscritos do Trattato della pittura, cuja primeira edição impressa data de 1651.

CAPÍTULO III

(A TRAGETÓRIA E CONSAGRAÇÃO DE DA VINCI)

Em 1499 quando ocorreram à invasão das tropas francesas em Milão, Da Vinci retorna para Florença, já como artista consagrado. Em 1502 decidiu acompanhar Cesare Borgia na campanha de Romagna, como arquiteto e engenheiro militar.

No ano seguinte estava de volta a Florença, onde, durante o cerco de Pisa, desenvolveu um projeto para desviar o curso do rio Arno, de forma a cortar o acesso da cidade ao mar. No mesmo ano começou a pintar o quadro “Mona Lisa”, uma de suas obras mais conhecidas na qual a arte da pintura atinge um dos seus grandes momentos durante o período.

Iniciou-se também o quadro “Leda”, conhecido apenas por cópias, a única obra feita de corpo nu, e com Michelangelo, cujo prestígio já começava a superar o seu, decorou a sala do conselho do Palazzo Vecchio. Michelangelo pintou uma cena da batalha de Cascina, enquanto Leonardo pintava a “Batalha de Anghiari”. Nenhum dos dois trabalhos foi concluído.

CAPÍTULO IV

(DA VINCI O GÊNIO DA ARTE A SUAS GRANDES PROJEÇÕES)

Entre 1506 e 1513 Leonardo residiu novamente em Milão, onde se tornou conselheiro artístico do governador francês, Charles d’ Amboise, e projetou para ele um novo palácio. Com restabelecimento da dinastia Sforza, em 1513 Leonardo vai para Roma, onde permanece sob a proteção de Giuliano de Médici, irmão do papa Leão X. Nessa época aprofundou suas pesquisas ópticas e matemáticas. Após a morte de Giuliano em 1516, Leonardo foi para Amboise. Foi nomeado por Francisco I, primeiro-pintor, engenheiro e arquiteto do rei. Prosseguiu com os estudos da hidráulica, ao mesmo tempo em que organizou cadernos de apontamentos e preparou festas para a corte.

Leonardo voltou sua curiosidade para todos os campos da arte e do saber, em cada um deles afirmou seu gênio as grandes obras com que sonhava e projetava sua pesquisa científica, a vasta informação que ele continha em seus apontamentos e desenhos é suficiente para demonstrar a universidade de seu saber. Ao estudo da estática e da dinâmica dedicou algumas de suas pesquisas valiosas. Baseou-se na leitura da obra de Aristóteles e Arquimedes, as quais foi um dos primeiros a acrescentar contribuição original.

Da Vinci estudou ainda as condições de equilíbrio sobre um plano inclinado e anunciou o teorema do polígono de sustentação da balança. Realizou pesquisas originais sobre os centros de gravidade_ no que antecipou a Galileu_ e idealizou uma máquina destinada a testar a resistência dos fios metálicos à tração. Na física estudou os efeitos do atrito e enunciou definições para a força percussão e impulso.

A partir do vôo dos pássaros, determinou os princípios da construção de um aparelho mais pesado do que o ar, capaz de voar com a ajuda da força do vento. Em seus desenhos aparecem esboços de um aparelho parecido com o helicóptero moderno e o esquema de um pára-quedas.

De sua atividade como projetista militar destacam-se seus vários desenhos de canhões, metralhadoras, carros de combate, pontes móveis e barcos, bem como estudos sobre a melhor maneira de abordagem de um barco grande por um pequeno, o esquema de um submarino e bombardas. Leonardo inventou também máquinas hidráulicas destinadas à limpeza e drenagem de canais, máquinas de fiar, trivelas, tornos e perfuratrizes. Também antecipou aos urbanistas com seus projetos de cidades.

CAPÍTULO V

(TRABALHOS E PINTURAS DE DA VINCI)

Características da Pintura de Da Vinci: utilização da técnica artística da perspectiva, uso das cores próximas da realidade, figuras humanas perfeitas, temas religiosos, uso da matemática em cálculos artísticos, imagens principais centralizadas, paisagens de fundo, figuras humanas com expressões de sentimento, detalhismo artístico.

Leonardo da Vinci gostava de destorcer coisas como um quebra-cabeça. Para historiadores e especialistas no ramo achava-se que sua escrita invertida era um código que protegia seus esboços contra espiões. Para Bruce Peterson RYP Australia Major Projects, Da Vinci era canhoto. Para outros historiadores ele sofria de dislexia, pois escrevia de forma embaralhada e às vezes gostava de formar anagramas.

Quadros e artes plásticas: Gioconda (Monalisa), Leda, Dama do Arminho, Madonna Litta, Anunciação, A Última Ceia, Ginevra de Benci, São Jerônimo, Adoração dos Magos, Madona das Rochas, Retrato de Músico, São João Batista, Madona do Fuso, Leda e o Cisne.

Trabalhos Sobre Invenções: máquina voadora, máquina escavadora, isqueiro, pára-quedas, besta gigante sobre rodas, máquina a vapor e submarino.

Trabalhos Científicos: homem vitruviano, anatomia do tronco, estudo de pé e perna, anatomia do olho, estudo da gravidez, estudos e embriões.

Projetos Arquitetônicos: Projeto arquitetônico de uma cidade, projeto de um porto, templo centralizado.

CAPÍTULO VI

(PINTURAS DA DÉCADA DE 1470)

Da Vinci: Em suas obras primas pitorescas ressalta a figura simbólica da religiosidade, da arte científica em seus conhecimentos e do humanismo anatômico na figura do homem e da mulher retratados como um todo frutos de Deus criados pelo desejo e vontade do prazer.

Retrato de Bernardo di Bandino Baroncelli: Os trabalhos de Da Vinci resume-se de fatos, a desenhos esboços a carvão, tinta nanquim ou aguada. Embora se conheça somente dois retratos masculinos a óleo na sua obra, Leonardo explora com ênfase a figura masculina em suas pinturas.

Um de seus trabalhos mais intrigantes em seu início de carreira, é Retrato de Bernardo di Bandino Baroncelli, 1479, no estúdio de Verrocchio, a pena e tinta, mas é Guerreiro Antigo, realizado a caneta de aparo sobre papel preparado, que conclui o maior registro desenhado, realizado em 1472. O primeiro é o retrato do cadáver do assassino Giuliano de Médicis, pendurado na janela do Pallazo del Capinano, em 29 de Dezembro de 1479. Em sua descrição ele descreve o vestuário do executado incluindo as cores. Na margem inferior direita do trabalho aparece ainda uma cabeça. Referência notável em seus trabalhos é a facilidade e o domínio do traço, que revelaria mais tarde no pincel.

Retrato de Bernardo di Bandino Baroncelli executado

Pouco depois inicia uma série de estudos que o levariam a concretizar suas futuras obras Madonna del garofano ou A Anunciação. O estudo do planejamento das personagens são um dos marcos de seu percurso artístico, concebidos com uma primazia notável. Baseando-se em esculturas ou modelos de madeira ou barro, cobertos por planejamentos e jóias - algo em voga, para não ter que pagar cortesãs para posarem para si – em suas competências em seu Tratado de Pintura, aconselha os artistas a fazerem desenhos em estudos de relevos e esculturas. Estes estudos é que fizeram de Leonardo um gênio sagaz e um mestre inconfundível. Em suas obras Da Vinci retrata a perfeição do humanismo com detalhes e esboços de imaginação advindos de sua mente. Da Vinci tinha o hábito de começar diversos trabalhos e desenhos e não terminar deixando inacabados. Em a Paisagem do Arno aponta-se a sua escrita invertida no dia de Santa Maria do Milagre da Neve, 5 de Agosto de 1473. Em seu desenho a pena e tinta quase invisível retratam um vale com montes e escarpas de ambos os lados, abrindo ao fundo uma escassa visibilidade do mar. A vista poderia ser do caminho entre Vinci e Pesteia, provavelmente teria sido pintadas ao ar livre com lápis in loco e depois completada a pena e tinta no atelier. Já no início do século XX Waldemar Von Seidlitz compreendeu as fortificações de Pampiano nas muralhas e torres numa coluna à esquerda da composição.

Os estudos da natureza e de figuras de modelos vivos em suas pinturas eram constantes. Em O Batismo de Cristo, a figura do anjo pintada, é melhor que as figuras pintadas de Andrea del Verrocchio sendo está pintura feita em parceira entre ambos.

Assim como A Virgem de Granada feita em parceria com Lorenzo di Credi.

Durante o período em que estudava e aprendia pintura no estúdio de Verrocchio, retratam duas novas obras retratando A Anunciação. Para Da Vinci sua fonte inspiradora da época de sua aprendizagem foi Fra Angelico e Lorenzo di Credi grandes pintores italianos sendo a primeira uma obra com aproximadamente (98 x 217cm) e a segunda um pouco menor em torno de (14 x 59cm).

Em ambas a Virgem Maria encontra-se sentada na parte direita do quadro e o Anjo trajado a esquerda. Um fato curioso em sua pintura é o espaço entre a mesa e a margem do cipreste em segundo plano, formam algo como uma coluna invisível que separa o quadro em duas partes, a do Anjo e da Virgem.

Na pintura menor (segunda versão a maior parte teria sido pintada por Lorenzo de Credi), onde Maria posiciona seus olhos e mãos perante a Deus. Na primeira versão pintada por Leonardo, Maria não se figura como uma personagem submissa e sim o Anjo submisso a Maria. A figura de Maria em si retratada com uma postura ereta.

Nessa pintura, a mais marcante do início de sua carreira Leonardo apresenta o humanismo de Maria, onde interrompida em sua leitura, coloca o dedo sobre o sítio onde lia e levanta a mão esquerda em saudação ao Anjo.

As asas do anjo foram pintadas com naturalismo, um exemplo típico científico de Leonardo. Usa o conhecimento das asas de um pássaro para fazer a do Anjo.

Sua pintura ficou oculta até o ano de 1867 quando foi transferido para o convento próximo a Florença para a Galeria degli Uffizi, também em Florença.

A Anunciação de Fra Angelico

A Anunciação de Leonardo da Vinci (1472-1475).

Em 1478, Leonardo em parceria com seu colega Lorenzo, pintou pela segunda vez A Anunciação, mas num painel pequeno e com medidas desproporcionais, o que causou dificuldade em pintar detalhes, ao contrário da primeira Anunciação, fora pintada em um painel com medidas colossais e bem distribuídas (98 x 217 cm), o que possibilitou a colocada de pequenos detalhes. Na primeira pintura Maria encontra-se elegante e parece possuir autoridade sobre o Anjo, já na segunda parece subserviente a este (como se ele tivesse autoridade sobre ela), assim como na obra de Fra Angelico. Maria assume a postura provocadora culta e literada, essa simbologia se encontrava na obra de Da Vinci, o que desaparecia na obra de Lorenzo.

Em meados do mesmo período Da Vinci iniciam-se mais duas pinturas: Madona del Garofano ou (Madona do Cravo) e a inacabada Madona Benois.

No mesmo período o retrato de Ginevra de’ Benci era um tanto questionável, quanto sua expressão facial retratada. Noiva de Luigi Niccolini, a juventude de Ginevra alcançou a eternidade com esta pintura. Aos quinze anos de idade, em virtude de seu noivado com o aristocrático fez com que seus pais procurassem Leonardo, através do atelier de Verrocchio, a fim de que ele pintasse o retrato comemorativo.

Em decorrência dos fatos surgi à palavra juniperus. A palavra italiana que define esta árvore em ginepro. Tem-se que o nome da jovem e a pintura formem um jogo de palavras e icônico. Contudo, em seu significado renascentista da árvore era a pureza e castidade. Idéia está que seria reforçada na frase inscrita no verso da pintura: A beleza adorna a virtude

Sua expressão facial mostra-se veemência e incerteza sobre seus sentimentos se está cansada, triste, serena ou zangada.

CAPÍTULO VII

(PINTURAS DA DÉCADA DE 1480)

Na década de 1480 Leonardo recebeu mais três encomendas, e começou outro trabalho ainda, cujo tema abriu uma ruptura em termos de composição. Sendo assim dois destes trabalhos ficaram inacabados (devido a sua partida para Milão). E o terceiro mesmo sendo feito conforme as exigências da confraria milanesa, foi desprezado. Em 1495, inicia uma cópia baseada no mesmo tema e está fora aceita. Mas esta demorou tanto a terminar que só foi assinado após as devidas negociações e pagamentos, porém não foi uma obra em vão, sendo o terceiro trabalho mais conhecido.

Uma destas pinturas era de São Jerônimo no Deserto. No entanto, apenas um esboço num tema e numa composição poucos usuais para a época. São Jerônimo, como penitente, ocupa em sua figura o centro da pintura, sentado, visto na diagonal linear. Da Vinci serviu-se de um modelo de madeira e pano para conceber a figura ao santo, como se fazia a sua altura. Para pintar nesta posição, Leonardo colocava-se a cabeça a mesma altura da tíbia do modelo, pintando na diagonal, mais ou menos desde a ponta da cauda do leão. A sua forma, com inclusão do braço direito e da cabeça, assemelha-se a de um trapézio e sua expressão encontra-se perfeitamente oposta ao espectador e do pintor; São Jerônimo olha, de forma subserviente, para fora da pintura. Em frente ao santo homem, um leão deitado cuja forma do corpo juntamente com a cauda formam duas espirais na base da pintura. Outra particular de interesse é a paisagem inacabada, no fundo da obra, de rochas e escarpas.

Outra composição um tanto quanto atrevida, os elementos paisagísticos e o drama pessoal ressoam na obra inacabada: A Adoração dos Magos, encomenda dos monges de San Donato a Scopeto. É uma composição complexa com cerca de 250cm de largura e comprimento de uma placa de madeira. Para está obra o artista esboçou vários desenhos e numerosos trabalhos e estudos preparatórios, incluindo um detalhe de uma perspectiva linear das ruínas de um edifício clássico.

CAPÍTULO VIII

(DA VINCI E SUA ESTADA EM MILÃO 1482-1498)

Em 1482, Da Vinci foi convidado a trabalhar para a corte milanesa em tributo a Ludovico Sforza, abandonando a pintura e todo o trabalho que havia sido feito. Leonardo viajou influenciado por Lorenzo de Médici este tinha uma mente a difundir a arte florentina por toda a Itália, seu objetivo era tornar-se Florença um centro cultural.

Entre 1487 e 1490 Leonardo assume um posto de destaque na corte milanesa. O seu trabalho não se resumiria apenas em pinturas, mas também a organizar festividades e trabalho vários anos na realização da estátua de Francesco Sforza, o qual nunca concluiu.

Em 1485 Leonardo inicia Dama com Arminho, retrato provável de Cecília Gallerani. Segundo a pintura uma aristocrata segura em suas mãos um arminho. A jovem olha para fora da pintura com interesse, serena. O animal em si também com sua mão curvada elegantemente criando uma sintonia entre o modelo e o arminho. Para uns o arminho era uma alusão a aristocrata, visto que o som de “Gallerani” é remanescente da acepção grega para arminho em “galee”. Noutra vertente, o animal era símbolo de pureza e modéstia. Porém a mais aceita seria a alusão a Ludovico Sforza, a modelo era amante de eleição de Ludovico e, a partir de meados de 1480, este começou usar o arminho como um dos seus emblemas. Assim Ludovico aparece na pintura na figura de um animal sendo acariciado e bem penteado nas mãos da jovem.

Pouco depois desposou a pintura de Beatriz d’Este.

Segundo pesquisadores, Cecília Gallerani seria La Belle Ferronière ou ainda Mona Lisa, mas tal fato nunca fora provados.

Nesse momento Da Vinci revela-se um conhecimento e uma desenvoltura excepcionais, tornando-se um mestre nessa ciência. O trabalho mais bem sucedido seria o terceiro encomendado em Milão por uma Confraria religiosa, intitulada Imaculada Concepção, para abrilhantar um altar, sendo em si a peça central da igreja São Francisco, sustentada por esta instituição religiosa e construída por Beatriz d’Este. As outras duas pinturas típicas foram feitas pelos irmãos Ambrogio e Evangelista de Predis.

CAPÍTULO IX

(MADONA DAS ROCHAS 1483-1486)

Da Vinci resolve pintar um enfático momento da infância de Cristo quando o pequeno João Baptista, com a proteção de um anjo Uriel conheceu a Sagrada Família numa gruta do Egito, cena esta aceita pela tradição cristã mesmo não constando na bíblia. Na cena João Baptista reconhece Jesus como sendo o Cristo, mesmo sendo os dois jovens. Na figura a composição de João Baptista é abaixo de Jesus. E em vez de Jesus conceber a benção a João, o mesmo é quem concebe a Jesus. Algo que escandalizou os monges. A própria mão de Maria, posta sobre o ombro do pequeno Jesus, assemelha-se a garra de um condor.

O detalhe atormentador pode ser visualizado facilmente em sua obra, quando a mão de Maria semelhante a uma garra, parece segurar uma cabeça invisível, logo cortada pela mão de Uriel, que aponta para Jesus.

A pintura retrata o solene conhecimento estilístico do traje e de sua representação, a julgar pela concepção notável do vestiário de Uriel, impressa numa figura sóbria e imponente, que perde lugar na segunda versão onde assume outra pose, desta feita simplista e menos detalhada.

Existem duas versões oficiais a primeira, maior, mais complexa e pautada pela falta de sintonia entre os elementos, de nome Madona das Rochas. A segunda, a verdadeira obra-prima intemporal, com uma composição mais madura e cuja manifestação do chiaroscuro (claro e escuro), está em perfeita harmonia. A Virgem das Rochas, essa, sim, feita conforme a exigência da Confraria da Imaculada Conceição, é o terceiro gênio mais famoso intemporal de Da Vinci.

Madona das Rochas 1483-1486

CAPÍTULO X

(A VIRGEM DAS ROCHAS 1495-1508)

A Virgem das rochas (ou dos rochedos), retrata a Virgem Maria ajoelhada, com um manto azul, este feito de veludo, cuja parte interna é composta de seda, de tom amarelado, que ao impacto da luz parece dourado. A composição do manto em dois tecidos adejas a sensação de peso, inclinando sua postura. A diferença causa ao observador surpreendente e elegância, sem a exceção da matilha transparente quase invisível, que desaparece em seus cabelos castanhos, cujas pinceladas dão a sensação de estarem molhados.

Este em si o terceiro quadro mais importante de sua carreira, pois este é capaz de transmitir as sensações de enfado, tristeza, felicidade, (provocação etc). Resultado de intensa representação anatômica. A sensação de distância que se passava em suas formas embatidas, devido à falta de nitidez em relação à paisagem longínqua e a adição do pigmento azul. Com a distância visível em paisagens montanhosas, os objetos perdem a nitidez e tornam-se gradualmente azulados.

Na pintura Jesus está na frente da Virgem, no centro, para ser adorado. Encontra-se nu, a demonstrar a pureza da criança. Ao seu lado está João Batista com o estandarte da evangelização em Cristo. A virgem parece empurrá-lo para junto de Jesus para ser abençoado por este. O anjo Uriel parece proteger o “Menino”, pois logo à frente encontra-se um abismo. Ao seu lado, com uma das mãos nas suas costas segurando firmemente e a outra repousada em seu joelho, observando João Batista, o seu protegido. A Virgem parece abençoar e ser abençoada por seu filho.

Sua paisagem escura parece abrir-se vagarosamente deixando a luz iluminar trazendo consigo o calor para o local úmido das águas. Estão presentes plantas aquáticas e terrestres ambas dominadas pelo castanho da terra, a não ser pelas flores, com cores que transmitem a tranqüilidade em uma paisagem dominada pela erosão.

Apesar de ter grandes dimensões em suas medidas, cerca de 200 por 120 cm (a segunda de 190 por 120 cm), ambas as pinturas da Senhora nas Pedras não é tão complexo quanto a encomenda dos monges de São Donato, constando somente quatro figuras - cuja forma apresenta uma pirâmide triangular - numa paisagem rochosa onde constam detalhes arquiteturais. Evidentemente a pintura foi acabada. De fato duas versões foram feitas, uma entregue a Confraria religiosa e a outra levada pelo próprio Da Vinci para a França, onde foi vendida para um cortesão francês.

Está se encontra em exposição nas paredes do “Museu do Louvre”, em Paris, a convite do rei Leonardo instalou-se na mansão ou castelo de Clos Lucé, perto da residência de Amboise; a qual faz parte da Galeria Nacional de Londres, foi propriedade de um rico burguês (a pintura fora roubada da Confraria séculos depois de ser concluída, pelas tropas de Napoleão, sendo encontrada depois de muitas décadas a uma cidade da Áustria, antes de pertencer este comerciante).

A Virgem do Rochedo 1495-1508

CAPÍTULO XI

(RETRATO DE UM MÚSICO - 1485)

Enquanto ainda pintava Madona das Rochas, em 1485, Leonardo inicia a pintura Retrato de um Músico e no mesmo ano a conclui. É um retrato simples representado por Franchino Gaffurio, professor de música da capela da Catedral de Milão, na década de 1480.

Essa talvez seja uma pintura menos detalhada, devido à falta de esmero da parte de Leonardo em relação a está obra. Na hipótese, da pintura ser sua, é que Leonardo não estaria a gostar de pintar esse retrato (que seria o único retrato masculino atribuído a ele).

Devido à falta de empenho, juntamente com sua postura rígida e agressividade das sombras, a atribuição da obra a Leonardo é uma das mais controvérsias e enigmáticas de toda a História da Arte.

Na restauração da obra em 1905, eliminou-se uma vaga camada de verniz que sobrepunha à pintura a óleo, fazendo surgir à mão e uma folha de papel com letras de música. Daí o nome da pintura. Na obra o músico parece irreal, perdido no espaço, pensativo, vago e intimista, mas pensa-se ele está a ler a música, e tenha após a leitura retirado os olhos do papel, olhando o vazio em silêncio, imaginando o desempenho da composição.

A pintura encontra-se na Pinacoteca Ambrosina, em Milão.

CAPÍTULO XII

(PINTURAS DA DÉCADA DE 1490)

No início da década, Leonardo estava em Milão. Quando terminará a pintura Dama com Arminho, quando começou outros dois retratos, sendo um deles o Retrato de Dama, cujo modelo era Beatriz d’Este, quadro este pintado com a participação dos irmãos Ambrogio e Evangelista de Predis (que pintaram duas obras típicas da Madona das Rochas), o segundo retrato ficará pronto após cinco anos e foi intitulado como La Belle Ferronière, este seria provavelmente Isabella d’Este. Existe uma provável semelhança entre a modelo deste quadro e a Monalisa.

Datam-se também no começo deste período mais duas obras, a pintura Madona Litta (que supostamente Leonardo teria pintado junto ao seu pupilo Giovanni Antonio Boltraffio) e, o importante desenho Homem Vitruviano, que representa as proporções clássicas do corpo humano de acordo com Marco Vitruvio Polião (daí “Vitruviano”). Em meados da década Leonardo começa a pintar A Última Ceia e a segunda versão de Madona das Rochas intitulada agora como A Virgem das Rochas que, fora concluído somente treze anos depois.

CAPÍTULO XIII

(A ÚLTIMA CEIA)

Uma das pinturas mais famosas da década de 1490 é A Última Ceia, o tema fora pintado em Milão no refeitório do convento de Santa Maria delle Grazie. Onde a pintura retrata a última ceia de Jesus com seus discípulos antes de sua captura e morte. Ela mostra o momento exato em que Jesus comunicava aos seus discípulos qual deles haveria de trair.

A pintura seria feita para seu protetor, o Duque Ludovico Sforza. A pintura nunca fora removida de seu local de origem como as outras pinturas valiosas.

O local fora construído para, entre outras coisas, servir de lugar para sepultar seus familiares. O tema deu a Leonardo maior realismo e profundidade ao lugar.

Da Vinci passou três anos dando total atenção integral a está pintura. Sofreu agressões ao longo do tempo desde a abertura de uma porta pelos padres até o bombardeio aéreo na Segunda Guerra Mundial.

Técnica Utilizada: A técnica usada para a pintura fora (óleo, tempera e técnica mista sobre a parede), mas a pintura não fora bem sucedida apresentando deterioração antes mesma de concluída.

Descrição da Pintura: Leonardo escolhe a pintura, baseada em João 13:21, no qual Jesus anuncia aos doze discípulos que alguém, entre eles, o trairia. Essa pintura é considerada a mais dramática de todas.

Ao centro encontra-se Cristo de braços abertos, com um gesto de resignação tranqüila, formando o eixo central da composição. São representadas as figuras dos discípulos em um ambiente que, do ponto de vista de perspectiva, é exato.

Personagens: Os apóstolos se agrupam em quatro grupo de três, deixando Cristo isolado ao centro. Da esquerda para a direita (perante o qual se encontra à frente da pintura), segundo as cabeças, estão no primeiro grupo: Bartolomeu, Tiago Menor e André; no segundo grupo Judas Iscariotes (cabelo e barba negra), Simão Pedro e João, este o único imberbe do grupo; Cristo no centro; Tomé, Tiago Maior e Filipe (este também imberbe) e no quarto grupo estão Mateus (aparentemente com barba rala), Judas Tadeu e Simão Cananeu também chamado de Simão, o Zelote, por último.

CAPÍTULO XIV

(PINTURAS DA DÉCADA DE 1500).

Nesse período Leonardo retorna a Florença, onde inicia a pequena pintura intitulada Madona do Fuso. Madona do Fuso fora uma pintura de Da Vinci realizada a óleo, em Florença, no ano de 1501, sendo a original não existente mais, apenas cópias. Foi pintado quase no mesmo período de Mona Lisa, daí a semelhança com as paisagens do fundo de ambos o quadro.

O nome é porque o Menino segura um fuso de fiar, cuja forma, em primeira vista, se assemelha a uma cruz e só numa observação mais precisa se clarifica o que de fato representa. O fuso demonstra o espírito doméstico da Madonna (Virgem Maria), mas também remete ao observador para uma alusão da cruz, símbolo de Jesus Cristo.

Vários críticos têm atribuído diversas interpretações ao fuso, mas o mais certo, seria mesmo uma cruz, de forma simbólica.

O fato é que Leonardo tinha uma enorme inteligência e criatividade permitindo tratar todos os assuntos com prudência recorrendo aos símbolos. Para especialistas a cópia existente aponta, que o Menino mira o fuso (simbolicamente a cruz), com uma devoção perplexa, reforçada pela expressão do olhar, que aparece agradado com o objeto que tem em mãos.

Na segunda hipótese o menino brinca com o fuso com alegria, o que seria considerado uma heresia na altura em que foi pintada, caso este represente uma cruz. A imagem de Jesus brincando com a cruz não seria aceita pela sociedade conservadora da época, e menos ainda pela Igreja e pelo Tribunal Inquisidor.

Logo após o término de Madona do Fuso, em 1502, Da Vinci torna-se engenheiro militar (oficial) de César Borgia (Duque de Valentino). No mesmo ano viaja com ele para a Itália (período este que desenhou vários mapas e outros tipos de representação cartográficas), e acaba conhecendo Nicolau Maquiavel. No final do mesmo ano retoma a Florença, onde no ano seguinte inicia a sua pintura principal Mona Lisa, também conhecida como La Gioconda, juntamente com um mural público intitulado de Batalha de Anghiari (que devido a problemas técnico, criado pela maneira de execução afresco, não a conclui).

CAPÍTULO XV

(MONA LISA 1503-1507)

Em 1503, Leonardo inicia a mais celebre e famosa obra de arte sua Mona Lisa. Também conhecida como La Gioconda ou, em francês La Joconde, ou ainda Mona Lisa del Giocondo foi nesta obra que Leonardo demonstrou a técnica de sfumato (ou Esfumaçado) e o chiaroscuro (Claro e Escuro), mas o sfumato é a técnica principal. Leonardo consegui concluir sua pintura em cerca de 2 à 4 anos. Fora pintado três versões antes da atual no mesmo painel, devido ao excesso de tinta com o tempo surgiram muitas rachaduras que danificaram a pintura. O quadro representa uma mulher com uma expressão introspectiva e um pouco tímida. Seu sorriso restrito e sedutor, um pouco conservador. Seu corpo representa o padrão típico da beleza da mulher na época de Leonardo.

Não se sabe ao certo quem teria sido a modelo da pintura, há hipóteses que seria Isabella d’Este ou mesmo Cecília Gallerani, e ainda Lisa del Giocondo (daí La Gioconda); mas tudo leva a crer que seja mesmo Isabella d’Este (possivelmente representada em 1490, como La Belle Ferronière). O quadro teria sido um dos mais valiosos, elogiados, questionáveis de todo o mundo. A pintura teria sido a óleo sobre madeira de álamo e encontra-se exposta no Museu de Louvre, em Paris, é a maior atração do museu.

O nome Monna Lisa foi atribuído por Giorgio Vasari, em 1550, trinta e um anos após a morte de Leonardo. E Gioconda por Cassiano del Piombo em 1625 por pensar que o retrato seria de “Lisa” ou Elisa Gherardini, mulher do comerciante abastado de Florença Francesco del Giocondo.

Histórico: A pintura foi trazida da Itália para França por Leonardo, em 1516, quando foi convidado pelo rei Francisco I de França para trabalhar em sua corte. Francisco teria então comprado a pintura, que passou a estar exibida em Fontainebleau e, posteriormente, no Palácio de Versailles. Somente após a Revolução Francesa, que o quadro foi exposto no museu de Louvre, onde se encontra até hoje.

O imperador Napoleão Bonaparte ficou fascinado pelo quadro quando o viu pela primeira vez, e mandou colocá-lo em seus aposentos. Durante a guerra contra a Prússia, o quadro de Mona Lisa, como outras peças de coleção do museu francês, foi escondido num lugar seguro.

Em 22 de Agosto de 1911, já na segunda década do século XX, cerca de 405 anos após ter sido pintada por Leonardo da Vinci, Mona Lisa fora roubada. Muitas pessoas foram pressas e interrogadas sob a suspeita de rouba da obra-prima da pintura italiana entre as pessoas o poeta francês Guillaume Apollinaire e o pintor espanhol Pablo Picasso estes soltos meses mais tarde. Acreditava-se, que a pintura estava perdida para sempre, quando surgi na Itália, nas mãos de um antigo empregado do museu onde a obra estava exposta, Vincenzo Peruggia, que era de fato o ladrão.

A Verdadeira Identidade da Pintura Mona Lisa: Acredita-se que a modelo da pintura de Leonardo Da Vinci, seja a esposa de Francesco del Giocondo, um rico comerciante de seda de Florença e uma figura proeminente no governo florentino. Trata-se de Lisa del Giocondo, onde pesquisadores, especialistas e cientistas puderam fazer uma análise da pintura projetada em 3D por meio de scanners e lasers com várias camadas da pintura, onde a técnica utilizada mostra que o quadro apresentava uma mulher com véu típico das mulheres grávidas do século XVI, o que poderia indicar que ela estava ou havia dado à luz há pouco tempo.

A Expressão Facial de Mona Lisa: O retrato de Mona Lisa viera trazer um novo padrão de retratos futuros. O retrato mostra somente o retrato acima do busto, com uma paisagem distante visível em plano de fundo. Leonardo usou a técnica da composição em pirâmide, o modelo surge no centro com uma expressão calma e serena. Suas mãos dobradas no centro da base piramidal, refletindo a mesma luz que lhe ilumina o regaço, pescoço e face. Está luminosidade dá às superfícies vivas geometrias subjacentes de esferas e círculos, que acentua ao arco de seu sorriso famoso. Diversas são as teorias para o sorriso de Mona Lisa para uns é tímido, inocente, convidativo, triste ou mesmo lascivo. Para outros como Sigmund Freud era uma atração erótica subjacente de Leonardo para com sua mãe.

Ao Lado o Sorriso Cativante e Inocente de Mona Lisa, Obra está mais Famosa e Reconhecida pelo Mundo pelo Pintor.

O detalhe da face mostra o efeito sfumato, nas sombras em torno de seus olhos. Leonardo utiliza uma fórmula simples entre o modelo e a paisagem as curvas sensuais do cabelo e roupa da mulher, criadas através do sfumato, encontra-se ecos nos rios ondulantes da paisagem subjacente. A harmonia perfeita percebida no sorriso refletindo a Natureza e Humanidade que era a filosofia da época.

Em segundo plano, a paisagem estende-se às montanhas geladas e inclui caminhos ondulantes e uma ponte que dão indicação de presença humana. Os contornos desfocados a figura graciosa, os contrastes dramáticos entre claro e escuro que traduzem a serenidade são características de Leonardo. A pintura foi um dos primeiros retratos a descrever o modelo no seio de uma paisagem imaginária. Uma característica marcante é a desigualdade da paisagem. À esquerda da figura, a paisagem é visivelmente mais baixa do que à da direita.

A pintura foi restaurada numerosas vezes. Exames de raios-X comprovam que havia três versões escondidas sobre a atual. O revestimento em madeira mostra sinais de deterioração numa taxa mais elevada do que se pensou, causando preocupação aos curadores do museu sobre o futuro da pintura.

CAPÍTULO XVI

(O RETORNO A MILÃO 1506-1513)

Em cerca de dois a três anos após o término de Mona Lisa Da Vinci retorna a Milão. Após algum tempo (cerca de dois anos), Leonardo conclui sua obra prima A Virgem das Rochas, que é vendida para a Confraria da Imaculada Conceição, para ser posta no altar da igreja no lugar Madona das Rochas (que não havia sido bem aceita pela confraria devido detalhes segundo eles “terríveis”); e a pintura rejeitada, Leonardo anos depois levaria para a França junto com Mona Lisa.

Um ano depois após está em Milão Leonardo inicia uma pequena pintura intitulada como Cabeça de Mulher ou La Scapigliata, que fica inacabada, mas, três anos serviria de modelo para o rosto de Leda (principal figura do quadro Leda e o Cisne).

Um ano após a pintura La Scapigliata, Leonardo Da Vinci inicia uma nova pintura de avultas medidas (168 x 112 cm). Nessa pintura Leonardo controla bastante a técnica do sfumato, mas ficou por concluir devido à sua partida para Roma. Está obra é A virgem e o menino com Santa Ana, que retrata a Virgem Maria, seu filho Jesus e sua mãe Santa Ana (ou Sant’Ana), avó de Jesus, em uma cena privada e intimista da vida dos personagens. O que difere está pintura é as duas figuras posicionadas obliquamente, sobrepostas. Maria está sentada no joelho de sua mãe, Sant’Ana. Ela se inclina para frente para segurar o menino Jesus que brinca (um tanto grosseiramente) com um cordeiro, sinal de seu próprio e vindouro sacrifício. Na composição desta pintura, Leonardo mostra novidades que seriam adotadas pelos pintores venezianos Ticiano e Tintoretto, bem como Andréa Del Sarto, Pontormo e Corregio.

No fundo do quadro há cordilheiras geladas, que aos poucos perdem sua nitidez devido à distância. A maior parte das pinturas de Leonardo possui montanhas ou cordilheiras, devido a sua curiosidade e admiração pelas mesmas.

As figuras, sem exclusão do cordeiro, conservam uma aparência leve e suave através do esbatimento da cor, técnica muito aplicada nas obras tardias de Leonardo, de nome sfumato.

CAPÍTULO XVII

(ÚLTIMOS TRABALHOS DE DA VINCI DÉCADA DE 1510)

No início dessa década de 1510, Leonardo iniciou a pintura Leda e o Cisne (um dos dois únicos quadros nus atribuídos a Leonardo), assim como Madona do Fuso não existe mais; em 1513, da Vinci viajou para Roma (levando consigo o quadro Leda), na verdade ele queria participar da criação de Afrescos na capela Sistina, mas, devido a intrigas com o papa da época não teve tal oportunidade. Leonardo tivera problemas em seus estudos de anatomia (a Igreja, considerava a pintura como prática herege), em 1515, Leonardo então conclui sua pintura Leda e o Cisne (baseado na Mitologia Grega). A pintura, fora destruída pela inquisição da igreja Católica, assim como algumas obras de Botticelli.

Enquanto ainda pintava Leda, Leonardo iniciou outra pintura a óleo (no período de 1513), intitulada de São João Batista, que somente viera a concluir em 1516 (e logo após o seu término, viaja para França, a convite do rei Francisco I, levando consigo as obras: Mona Lisa, a Madona das Rochas, e São João Batista). Não se sabe ao certo se esta obra fora pintada representando o santo com delicadeza feminina propositalmente; acredita-se que Leonardo queria provocar a Igreja, então o motivo da certa representação que parece contradizer a personalidade de João Batista descrita na bíblia.

CAPÍTULO XVIII

(O HOMEM VITRUVIANO)

Leonardo produziu muitos desenhos anatômicos detalhados e planejou trabalhos humanos e anatomia comparativa. Em 1490 Leonardo produziu um estudo de proporções humanas baseado no tratado recém-redescoberto do arquiteto romano Vitruvius. Leonardo debruçou-se sobre o que foi chamado o Homem Vitruviano, o que se tornou um dos seus trabalhos mais famosos e um símbolo do espírito renascentista. O desenho reproduz a anatomia humana conduzindo eventualmente ao desígnio do primeiro robô conhecido na história que veio a se chamado de O Robô de Leonardo.

CAPÍTULO XIX

(O CÓDIGO DA VINCI)

Uma interpretação vem sendo fundamentada por Dan Brown, autor do livro “O Código Da Vinci”, de que o discípulo à direita de Jesus Cristo, João, seria na verdade Maria Madalena. Devido suas feições femininas e traços delicados. Pela simetria nas vestes de Jesus e Maria poderiam segundo ele formar um casal. Para ele as cores das roupas de Maria e Jesus são opostas: Maria (São João Evangelista) usa um vestido azul e uma manta vermelha e Jesus uma veste vermelha e uma manta azul, o que, segundo alguns, pode ter semelhanças com a representação oriental de Yin-Yang, o equilíbrio entre masculino e feminino. Ao lado de Maria Madalena, Pedro estaria curvado de uma maneira ameaçadora, e a mão em direção ao pescoço dela seria um gesto negativo ou de morte, outra seria que Pedro, através de um gesto de amizade, pedir a São João Evangelista para que perguntasse a Cristo quem o trairia. Outra interpretação seria o Santíssimo Sacramento notado pela presença do pão e do vinho nas mãos de Jesus. Esta simetria poderia ser desmentida por ser contrária à proposta formal de Leonardo. E por sua vez similar a “Adoração dos reis magos”, onde divide a cena com dois volumes simétricos. É exatamente o que se dá aqui, notando-se que o centro absoluto da obra é Cristo, e os outros personagens formam um cenário simétrico.

Dan Brown busca deixar dúvidas a respeito de que Pedro sentia ciúmes pelo fato de Jesus confiar mais em Maria Madalena mais responsabilidade que aos seus apóstolos. Pode-se notar (na imagem ampliada da “Última Ceia”) que ao centro, há uma mão segurando um punhal, que supostamente pertence a Pedro (Pedro está com a sua mão direita, com um punhal, estendida para trás, como se quisesse escondê-la), embora especialistas afirmam que o punhal está de forma aleatória, não pertencendo a nenhum dos apóstolos. Onde segundo estudos, tal punhal seria uma alusão a São Simão, o zelote, que era partidário do levante armado para libertar a Judéia do domínio romano.

Há somente treze figuras na pintura de a “Última Ceia”: faltando um “discípulo” que seria Judas Iscariotes que saiu prematuramente da sala onde decorreria a ceia, ficando assim 13 elementos à mesa, que segundo Dan Brown, o elemento em causa a própria Maria Madalena, que, segundo ele poderia ser a companheira de Jesus Cristo.

Tal livro de Dan Brown lançado há dois anos nos Estados Unidos e pouco mais de meses no Brasil é crítico de polêmicas e público ressaltado por católicos, protestante e estudiosos, onde aquele homem divino e líder de seus seguidores “Jesus Cristo”, teria vivido uma vida matrimonial tido filhos e deixado descendente sendo por si seguidor e não líder. O livro aponta para tais fatos, mais nada comprovado.

CAPÍTULO XX

(CRÍTICAS POLÊMICAS E APOLOGIAS DA VIDA DE DA VINCI).

Leonardo Da Vinci era um homem misterioso, com múltiplos talentos, sendo que durante sua vida não teve envolvimento com mulheres e absteve-se de sexo o que leva a notar que teria tendências homossexuais, mais tais fatos nunca foram concretos, embora haja evidências.

Em abril de 1476, com 24 anos, enquanto trabalhava no ateliê de Verrocchio, a polícia de Florença recebe uma denúncia anônima de que Leonardo e três rapazes são acusados de práticas homossexuais com o jovem Jacopo Saltarelli, de 17 anos, que posava como modelo no ateliê. A denúncia foi acolhida, sendo necessária a intervenção do pai de Leonardo, Ser Piero d’Antonio, notário de ilustre família florentina, e do próprio Verrocchio para que o caso fosse encerrado.

Em 1490, Gian Giacomo Caprotti da Oreno um garoto de 10 anos, filho de um pobre agricultor, passou a trabalhar e viver com Leonardo. Giacomo, também conhecido pelo apelido de Salai ou Salaino, cujo significado é “Diabinho”, era um belo garoto, de cabelos loiros encaracolados, o qual Leonardo tratava bem demais para um simples empregado ou mesmo aprendiz: comprava-lhe roupas finas, dava-lhe dinheiro, enfim Salai ficou com ele até a morte, quando então recebeu metade de um vinhedo como herança. Salai poderia ter servido como modelo para o Retrato de um Velho e de um Jovem e para o enigmático São João Batista, embora o próprio Salai tenha pintado São João Batista muito parecido com o de Leonardo Da Vinci.

Alguns anos depois, Da Vinci escolheria um menino de 15 anos como assistente e aprendiz de pintor. Francesco Melzi, filho de aristocratas, e também um jovem muito bonito, que passou a morar com ele. Eram duas figuras masculinas vivendo sobre o mesmo teto. Melzi, a exemplo de Salai, receberia uma herança de seu tutor, o que prova mais uma vez que Leonardo unia um elo de ligação a rapazes. A astrologia da Lua em Câncer fortalece ao intuito de conviver com indivíduos mais novos tais como crianças e meninos os quais pudesse cuidar como filhos. A atração física e o zelo paternal, talvez coincidissem com tal fato.

Leonardo nunca se casou, nem teve relações com mulheres. Um manuscrito encontrado no Museu Britânico, atribuído a um aluno do mestre, faz referência a um possível filho de Da Vinci, mas é uma interpretação muito especulativa. Leonardo escreveu em suas anotações que a relação homem e mulher lhe causava repugnância. Em seus desenhos de anatomia, o órgão sexual masculino parece atrair mais atenção que o órgão feminino. Isso prova uma tendência homossexualista ou narcísistica. Há um desenho, um sketch, feito por Leonardo que mostra uma penetração anal masculina, uma representação provavelmente desnecessária em anatomia. Apesar de alegar a repulsão pelo ato sexual, deixa a impressão de que, no entanto lhe aprazia reproduzir a imagem do pênis em estado de excitação.

As obras retratadas de figuras masculinas de Da Vinci mostra uma aparência andrógina, com formas femininas com um aspecto angelical e sedutor, numa ambivalência, como se Leonardo quisesse unir o masculino e feminino, o profano e o sagrado numa mesma figura. O resultado são verdadeiros Bacos angelicais ou anjos dionisíacos. Como São João Batista e o Anjo Encarnado.

No desenho o Anjo Encarnado, do século XIX, mostra o gesto da Anunciação – o indicador da mão direita apontando para cima -, também presente em São João Batista, no Cartão de Londres, no Baco do Louvre, atribuído a um aluno de Leonardo, no São João Batista de Salaino e na representação idealizada que Rafael fez de Leonardo Da Vinci como Platão, em sua memorável a Escola de Atenas.

Esse elemento iconográfico seria uma indicação da vida de Cristo, mas Leonardo retrata mais que isso. Ele expande o significado cristão para abranger a própria dimensão do sagrado na figura de Baco, o deus pagão do vinho e do êxtase místico, da alegria de viver e dos arroubos orgíacos. Da cintura para cima, este jovem traz traços típicos femininos, mas embaixo o membro viril projeta-se ereto e convidativo, num apelo ao prazer. O dedo indicador da mão direita aponta para o alto, para o céu; direção para onde, ironicamente, se ergue também o órgão masculino do amor.

Um jovem bonito e graciosamente feminino, mas ao mesmo tempo com a potência de um homem viril. Um deus, um anjo, mas repleto de uma excitação carnal. Aqui se unem o macho e a fêmea, o céu e a terra numa única figura.

Tudo isso resumiria como indícios de que Leonardo Da Vinci fosse ou tivesse tendências homossexuais, mas tal fato nunca fora comprovado. Talvez a companhia de Salai e Melzi e a beleza masculina desses jovens, que eram apenas meninos quando passaram a viver com ele. Leonardo seguia os princípios da Renascença, apreciador e seguidor dos idéias da cultura clássica grega, reproduzia assim o comportamento muito comum entre os homens adultos da Grécia antiga, que se envolviam, amorosamente e sexualmente, com belos efebos e até meninos mais novos. Relações homossexuais eram comuns na Florença daquela época, e não somente no meio artístico ou aristocrata, mas também na população masculina geral. Além de Da Vinci, eram gays também Botticelli, Cellini, Michelangelo, Rafael e Donatello.

CAPÍTULO XXI

(OS ÚLTIMOS MOMENTOS DA VIDA DE DA VINCI)

Leonardo Da Vinci viveu seus últimos momentos de vida no castelo de Clos, perto de Amboise, na França, poucos antes de sua morte nomeou seu discípulo predileto, Francesco Melzi, passando para ele toda a herança de seus valiosos estudos, desenhos e anotações que deixava. Melzi preservou cuidadosamente seus trabalhos, mas com sua morte, cerca de cinqüenta anos após a do mestre, os manuscritos se dispersaram. Conservaram-se cerca de 600 desenhos, que representam talvez a terça parte da vasta produção de Leonardo Da Vinci. Leonardo morreu em 2 de maio de 1519, em Amboise França, de acordo com seu desejo cerca de sessenta mendigos seguiram seu caixão, Leonardo Da Vinci foi enterrado na Capela de São Hubert no Castelo de Amboise.

CAPÍTULO XXII

(CURIOSIDADES A RESPEITO DE DA VINCI)

• Leonardo era considerado um gênio da história da arte, devido seus múltiplos talentos, além de suas obras polêmicas, um estudo realizado por Catherine Cox, em 1926, seu QI era estimado em torno de 180 a 220.

• Leonardo Da Vinci era um ser místico e com uma capacidade surpreendente do conhecimento em diversas áreas um verdadeiro gênio da humanidade.

• Leonardo adorava distorcer coisas, sua escrita representava para estudiosos como um código para proteger de seus espiões, era canhoto para Bruce Peterson, mais para muitos historiadores Leonardo sofria de dislexia, por escrever de forma embaralhada e às vezes em anagramas.

• Leonardo escondia seus manuscritos, pois logo sabia que para a Igreja Católica, seus trabalhos eram considerados heresia práticas de feitiçaria pelo contexto e conteúdo em si, e como castigo sofreria um terrível fim. Acreditava-se que Leonardo Da Vinci era pagão e explorava as instituições religiosas em suas obras para tirar lucro de incumbência, pois para muitos era ateu fervoroso.

• As lendas de Da Vinci ainda são ressaltadas e inspiram as imaginações até os dias de hoje, a prova disto é “O Código Da Vinci”, onde desperta no público curiosidade e polêmica.

• Um fato curioso é que Leonardo nunca colocava nome em suas pinturas, um exemplo disso foi o quadro Monalisa foi dado por Giorgio Vasari, quase três décadas depois após de Da Vinci.

• Leonardo era vegetariano adotando uma dieta por razões éticas desde a infância, tinha um amor natural pelos animais.

• Leonardo tinha uma habilidade para arquitetura militar, projetou vários prédios com armas de guerra e reforços ficando famoso conhecido entre a Sforza.

• Humanista intelectual Leonardo Da Vinci nunca voltava ao passado, sempre inovava seus trabalhos e projetos.

• O quadro Monalisa tornou-se um ícone cultural. Numerosas são suas representações e reproduções na publicidade no dia a dia como referência cultural.

• Em 1919, o dadaísta Marcel Duchamp pintou sobre o quadro de Monalisa um bigode e uma pêra, com a expressão (Elle a chaud au cul, que é Ela tem fogo no rabo).

• Em 1950, uma balada de Nat King Cole em tributo ao quadro Mona Lisa, foi o jingle mais vendido durante 8 semanas, atingindo 3 milhões de cópias vendidas e foi premiada com o Oscar para a Melhor Canção numa Banda Sonora.

• Em 1953, Roberto Rossellini dirigiu o filme La Gioconda.

• Em 1954, Salvador Dali, pintor surrealista espanhol, pintou o Auto-retrato como Mona Lisa.

• Em 1963, Andy Warhol lançou uma série de serigrafias a cores de Mona Lisa, afirmando seu estatuto de ícone, ao lado de Marilyn Monroe ou Elvis Presley.

• Em 2003, o filme “O Sorriso de Mona Lisa” explora os ideais feministas.

• Em 2003, também a pintura detém um papel central no livro best seller O Código Da Vinci de Dan Brown.

• Em 2006 o cantor e compositor Jorge Vercilo compõem e grava a música “Mona Lisa”.

12-06-2011

Autobiografia Relatada e Escrita Por:

Douglas Paiva

Douglas Paiva
Enviado por Douglas Paiva em 12/06/2011
Código do texto: T3031078
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