Eduardo Prado
Eduardo Paulo da Silva Prado - nasceu a 27 de fevereiro de 1860 em São Paulo. Era filho de Martinho da Silva Prado e de Veridiana da Silva Prado de abastada família paulista. Faleceu em São Paulo a 30 de agosto de 1901.
É membro fundador da Academia Brasileira de Letras.
Ocupou-se desde a mocidade com estudos históricos. Formou-se em Direito na tradicional Faculdade de São Paulo. Na época já era colaborador assíduo do "Correio Paulistano" onde assinava artigos de crítica literária e política internacional.
Durante algum tempo trabalhou como adido na delegação brasileira em Londres. Conheceu diversos países europeus e também o Egito. Dessas viagens daria observações meticulosas no livro "Viagens", publicado em Paris, em 1886.
Monarquista convicto, manteve relações de amizade com o barão do Rio Branco, colaborando da edição de "Le Brésil en 1889", obra publicada por ocasião da Exposição Internacional de Paris, comemorativa do centenário da Revolução Francesa.
Travou amizade com os escritores portugueses Eça de Queirós, Ramalho Ortigão e Oliveira Martins, que pertenciam ao famoso grupo dos "Vencidos da Vida".
Com a proclamação da República no Brasil, em 15 de novembro de 1889 passou a combater, em livros e jornais, os atos praticados pelo governo republicano. Eça de Queirós, diretor da "Revista de Portugal", abriu-lhe as páginas da publicação, para uma série de artigos, editados com o pseudônimo de Frederico de S. e que seriam reunidos em livro com o título de "Fastos da Ditadura Militar no Brasil". Colaborou, também, em "A Década Republicana", obra em que colaboraram os mais destacados monarquistas brasileiros.
Foi Eduardo Prado um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, na qual ocupou a cadeira nº 40, cujo patrono é o Visconde do Rio Branco. Pertenceu, igualmente, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, na qualidade de sócio correspondente.
Combateu a ingerência dos Estados Unidos na América Latina, lançando um livro polêmico - "A Ilusão Americana", cuja primeira edição, de 1895, foi apreendida pelo Governo brasileiro.
Severas críticas às alterações feitas pelos republicanos na bandeira do país, fazem parte do livro "Bandeira Nacional".
Ronald de Carvalho, em sua "Pequena História da Literatura Brasileira" considerou Eduardo Prado - "um dos publicistas que melhor compreenderam esta situação de pequenas tiranias organizadas, a que ficou reduzido o nosso país, depois que a República o dividiu em vários Estados interligados".
Os laços de amizade com o grande romancista português Eça de Queirós levaram os admiradores deste a indicar a figura de Eduardo Prado, como o modelo do Jacinto, imortal personagem de "A Cidade e as Serras", o milionário enfastiado pelos confortos da civilização e que vai terminar os seus dias na quietude das serranias portuguesas de Tormes.