Homenagem: Lamennais e o pensamento...

Lamennais era liberal, jovem e cheio de idéias revolucionárias, desejoso de pô-las em pratica, então vai com o amigo Lacordaire ver o Papa Leão XII em Roma.

O Papa os recebe como um pai e pastor amoroso, conversa com eles de forma afável, mas pede paciência e obediência as decisões da igreja.

Quando os jovens partem um tanto decepcionado, o Papa afirma que sabe como dobrar aqueles jovens, oferece tempos depois o anel e o chapéu de cardeal ao sonhador Lamennais que o recusa, pois o seu maior desejo era servir ao povo, servindo assim ao mestre Jesus.

A revolução francesa ocorre e novos ideais nascem na França e para a religião a bandeira passa a ser “Deus e liberdade”.

Lamennais, Lacordaire e Montalembert fundaram juntos o “L’Avenir – O Porvir” um periódico, onde as inteligências da aristocracia teológica da França proclamavam “Deus e liberdade” exigindo o fim da escravidão de mentes a uma doutrina e o fim da imposição de idéias que contrariavam a lição do mestre Jesus – O AMOR!

Anos mais tarde Lamennais retorna a Roma e é surpreendido pela morte do Papa Leão XII e pela ascensão de Gregório XVI, um Papa que cancela o projeto de releitura dos Evangelhos proposto pelo seu antecessor; que exige submissão sem discussão, que não permite que os jovens falem de seus anseios, pois deseja rir-se da anedota que ridiculariza a descrença dos franceses no purgatório, o mesmo que escreve encíclicas contra a liberdade de pensar, e diz que aqueles que a fazem tem a intenção única de o destruir, apóia o domínio dos russos sobre os poloneses, abençoa as noites de horror promovida sob as ordens do CZAR contra os poloneses e afirma que esses haviam assinados pactos com a Áustria, Prússia e com a França, que são pelo Papa designado como déspotas.

Os jovens amigos retornam a França convencidos que no trono de São Pedro não está um digno representante do humilde discípulo de Jesus, amargurados e tristes, são reprimidos duramente pelas encíclicas do Papa Gregório XVI, sendo que Lacordaire e Montalembert são desligados dos quadros da igreja e Lamennais preso.

O jornal é fechado e proibido de circular.

Lamennais deixou a igreja e escreveu um livro intitulado “Palavras de um crente”, morreu e foi enterrado em uma cova para indigente, pois não se reconciliou com a igreja.

Lembrando que reconciliar-se significava submeter e aceitar todas as arbitrariedades promovidas em nome de Deus (Pai bom, justo e sábio).

A Lamennais devo a liberdade que possuo hoje, graças a homens notáveis como este, temos o direito de pensar no “Homem - Jesus” como nosso irmão, modelo e guia da humanidade.