Homenagem: Ernest Renan e o pensamento...
Ernest perde o pai aos 5 anos de idade, foi educado pela mãe e pela irmã, estudou, aprendeu hebraico, aramaico, mas aos 21 anos entrou em crise religiosa, após perceber que a teoria e a pratica são muito diferentes.
Torna-se assim materialista e ateu. Escreve vários livros questionando a religião e os religiosos, e fala com ironia de Jesus.
Sua irmã pega a “peste branca” – tuberculose. Para se tratar o médico recomenda a ida dela para o Líbano que nesta ocasião era possessão francesa.
Lá a sua irmã se reencontra com o cristianismo primitivo e com Jesus, então escreve uma carta ao irmão, onde lhe faz um pedido:
“Tu não conheces Jesus! Combate-o através do que escreveram nos dogmas, você sabe hebraico e aramaico leia os textos originais, encontre Jesus verdadeiramente.”
Ernest vai em busca dessas leituras e produz uma obra intitulada “A vida de Jesus”, onde ele retrata Jesus como “Um Homem Incomparável”, ele lança a idéia de um Jesus nosso irmão, homem, de carne e osso, humanizado, não a de um “Deus-homem ou de homem-Deus” – idéia preconizada na época e com alguns adeptos até os dias atuais.
O jornal francês “Le Monde” cai sobre ele com a ferocidade daqueles que jamais aceitam algo que contrariam suas idéias, Napoleão III então suspende o direito de Ernest de lecionar, mas a critica torna sua obra um sucesso.
Em várias passagens bíblicas, Jesus afirma que veio em nome do Pai, que está a serviço de Deus, que o Pai existe desde todo o sempre, que trabalha incessantemente e na sua famosa oração do “Pai Nosso”, se coloca na condição de filho e de nosso irmão, além de estabelecer claramente que Deus é pai de TODOS.
Ernest contribuiu com o pensamento valioso que influenciou outros pensadores e tornaram mais forte a bandeira da liberdade religiosa.
Graças a homens notáveis como: Ernest, Lamennais, Lacordaire, Lutero, Darwin e tantos outros, eu tenho o direito de pensar Deus de forma diferente, de ver Jesus como meu irmão, Deus como meu Pai, e eu como um espírito em evolução.