Animismo- Insegurança Mediúnica
Sempre que escrevo sobre meus sonhos sempre deixo um questionamento, realmente são as minhas duvidas, será que fui eu mesmo quem escrevi isto? Ás vezes são coisas que tenho pouco entendimento, por isto vou tentando entender e pesquisando para responder a mim e a quem ler sobre as nossas duvidas, como: Como eu fiz isso? Eu falei isto com você? Estas palavras não são minhas, como escrevi isto? Estou pensando isto ou alguém está me ditando? Eu vi alguém ali e puft, desapareceu, vi mesmo? Etc. estas são as questões de nós todos quando passamos estas experiências.
Na verdade os orientadores das casas espíritas não explicam adequadamente o que é animismo e nem sua importância para a atividade mediúnica. Assim, as pessoas que possuem mediunidade, principalmente os novos, acreditam que o animismo é sempre mal, algo que desqualifica o médium, e transmite insegurança na atividade do interprete da espiritualidade seguida de entraves outros postos pelo médium, são conseqüências inevitável.
Segundo Santos, Paulo Roberto dos (1997), é importante lembrar que não existe comunicação totalmente pura, ou seja, sem participação do médium. O que existe é uma participação maior ou menor do médium a depender das circunstancias e as condições do interprete e do espírito comunicante. Assim as comunicações serão sempre anímico-mediúnicas em maior ou menor grau. Quanto menos o médium interferir na comunicação melhor, havendo mais pureza do conteúdo da mensagem.
Pode ocorrer que a colaboração do médium seja essencial no caso de haver dificuldade do espírito comunicante para com o idioma. No caso o médium ou o irmão espiritual falar um idioma diferente.
Segundo este autor em muitos casos o médium traduz adequadamente o pensamento do espírito com suas próprias palavras, sem interferir no conteúdo.
Há casos em que o animismo torna-se um entrave para as atividades do grupo, pois o que se tem é a comunicação do espirito-medium atribuída a um espirito-comunicante. É comum essa ser a porta para processos obsessivos que envolvem toda uma equipe prejudicando o trabalho.
O problema da insegurança mediúnica se agrava quando o médium se deixa levar pelo seu próprio atavismo e condicionamentos. Sem perceber passa a reproduzir falas de expositores que ouviu mensagens que leu tudo dentro de suas preferências pessoais, sem poder dá a certeza de que há, de fato, naquele momento um espírito comunicando-se.
Segundo André Luiz animismo é um conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação. Ou seja, fenômenos mediúnicos de efeitos físicos ou intelectuais, com a própria inteligência encarnada comandando manifestações ou delas participando com diligencia, numa demonstração que o corpo espiritual pode efetivamente desdobrar-se e atuar com os seus recursos e um implemento característicos, como consciência pensante e organizadora, fora do corpo físico
Bibliografia
Paulo Roberto dos Santos, Portal do Espírito, publicado no Jornal a Voz do Espírito - Edição 88 – novembro e dezembro de 1997.
( F. C. Xavier – Waldo Vieira – Em Mecanismos da Mediunidade - FEB
Influência Moral do Médium - Características da mediunidade
João Neves
Nas comunicações mediúnicas o médium é apenas o intermediário. O espírito comunicante não entra no corpo do médium, ele exerce sua influencia agindo sobre a mente do médium, aproveitando os recursos existentes no cérebro deste inclusive os conhecimentos de linguagem que o mesmo tem.
Segundo Ary Brasil Marques é difícil separar o que é do médium e o que é do Espírito. A afinidade de ambos é muito importante, e fica muito difícil um médium receber comunicações de espíritos com quem não tem muita afinidade. Portanto é importante o preparo do médium e sua condição moral.
Um dos fatores que influem muito na comunicação é a vaidade. Quando o médium não está de boa vontade, sem estar ligado moralmente ao trabalho que vai fazer, pode ser vitima de influencia de espíritos inferiores, mal intencionados e trazer comunicações apócrifas ou incoerentes.
Segundo Kardec, todo aquele que sente num grau qualquer a influencia dos espíritos é por este fato médium.
Segundo João Neves o verbo “sentir” expressa a ideia básica sobre a mediunidade, um sentido psíquico, de ordem paranormal, capaz de ampliar o alcance perceptivo do ser, conferindo-lhe uma aptidão para servir de instrumento para a comunicação dos espíritos com os homens, estabelecendo uma ponte entre realidades vibratórias diferentes.
Segundo Kardec, a mediunidade é uma faculdade inerente ao homem, ela não é privilegio de apenas uma pessoa, mas de todas.
Segundo João Neves existe dois níveis de mediunidade, um ostensivo e outro discreto, velado. O ostensivo é explicito e bem caracterizado em que o pensamento dos espíritos comunicantes apesar das influencias do médium pode sobrepor-se, e o outro discreto, velado, manifesta-se no campo da inspiração em que o pensamento incidente se mescla ao do médium sem sobrelevar-se ao mesmo.
A mediunidade ostensiva é dinâmica, enquanto a discreta é velada, é estática, o que ocorre com esta é a inspiração. O médium age captando as correntes do pensamento do espírito comunicante, absorvendo-as com as suas próprias ideias.
A ostensiva é um compromisso de resgate de faltas ou abertura de novos roteiros evolutivos. São os médiuns que trabalham com a psicofonia e a psicografia.
Segundo Kardec a “inspiração nos vem dos espíritos que nos influenciam, ela se aplica em todas as circunstancias da vida, as resoluções que devemos tomar.
Para Kardec, esta faculdade se revela da mesma maneira para todos. Geralmente o médium tem uma aptidão especial para os fenômenos desta ou daquela ordem, formando uma variedade imensa de manifestações.
Porém Paulo, ou S. Paulo já dizia: ”há diversidade de dons, mas um mesmo é o espírito”.
Portanto, não existem médiuns, nem mediunidades iguais.
A mediunidade é uma faculdade do espírito que se define e se delineia nas estruturas do perispirito para emergir na organização física onde está plantada. Portanto organizações perispiritual e celular compatível a fim de que a mesma se manifeste como fenômeno.
Bibliografia
Revista “Presença Espírita” setembro/ outubro de 1992