França Júnior
Joaquim José da França Júnior, jornalista e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de março de 1838, e faleceu em Poços de Caldas, MG, em 27 de setembro de 1890. É o patrono da Cadeira n. 12, por escolha do fundador Urbano Duarte.
Filho de Joaquim José da França e de Mariana Inácia Vitovi Garção da França. Bacharel em Letras pelo Colégio Pedro II e em Direito pela Faculdade de São Paulo (1862), começou a carreira de dramaturgo em 1861 com duas "comédias de costumes acadêmicos", A república modelo e Meia hora de cinismo, sobre as relações entre um calouro e um grupo de estudantes veteranos. Revelou-se um continuador de Martins Pena. Em 1862, estreou no Ginásio Dramático (RJ) Tipos da atualidade, comédia mais conhecida como O barão de Cutia, graças à extrema popularidade do personagem do mesmo nome, um fazendeiro rico que uma viúva interesseira deseja ardentemente ter por genro. Dando à peça o título "Tipos da atualidade", o comediógrafo faz da mediocridade e do interesse as molas-mestras das relações interpessoais na sociedade fluminense de então. Utilizando-se de enredos aparentemente anedóticos, França Júnior fez de suas comédias pequenas caricaturas de aspectos variados do cotidiano e da família fluminense. Outro alvo de suas comédias é o "estrangeiro", sobretudo o "inglês", e os privilégios que obtém do governo brasileiro, como em O tipo brasileiro e Caiu o ministério, comédias representadas em 1882.
Importante como painel crítico do Rio de Janeiro no fim do século, a obra de França Júnior reforça a tradição cômica do teatro brasileiro e se caracteriza pela agilidade das falas curtas, das peças em um ato, com linguagem coloquial, jogo cênico rápido, ambigüidades e grande noção de ritmo teatral.
Além de comediógrafo, França Júnior foi promotor público e curador da Vara de Órfãos no Rio de Janeiro, secretário do Governo da Província da Bahia e, como jornalista, autor de folhetins bastante populares à época, publicados em O País, O Globo Ilustrado e Correio Mercantil (reunidos em Folhetins, em 1878, com prefácio e coordenação de Alfredo Mariano de Oliveira).
Escreveu cerca de duas dezenas de comédias e peças teatrais. Além das já mencionadas, destacam-se: Amor com amor se paga (1870); Direito por linhas tortas (1870); O tipo brasileiro (1872); Como se fazia um deputado (1882); Caiu o ministério (1883); Entrei para o Clube Jácome (1887); Os candidatos e As doutoras (1889). Foram reunidas em O teatro de França Júnior, 2 vols. (1980).