Tereza Cristina Gonçalves Mendes Castro
Nasci aos trinta dias do mês de junho de hum mil novecentos e sessenta e sete, às vinte e uma horas e quinze minutos.Filha de Deonilde de Jesus Gonçalves Mendes e Francisco da Silva Mendes, imigrantes portugueses, que se conheceram aqui no Brasil.
Os médicos agiram depressa, o cordão umbilical me sufocava, e logo tive que ir a incubadora.
Até os quatro anos, uma doença desconhecida, visitava constantemente aos Hospitais de São Paulo, até que aos quatro anos, descobriram um refluxo urinário.E, fui para cirurgia, que levou doze horas. Hoje, agradeço aos doutores Labibi e Renato, que na época, fizeram a cirurgia de uma menininha frágil, e quase sem vida.
Até aos dez anos, passei por inúmeras radiografias que verificaram que não necessitaria de mais uma cirurgia.
Nessa época estava na quinta para sexta série, começei a estudar a noite, colocaram a sexta no período noturno, foi legal, eu sempre desde o pré primário, no Instituto Costa Braga, da segunda a oitava séries na EMDep. João Sussumu Hirata, sempre tive ótimos professores, e grandes amigos.Hoje sinto saudades.Principalmente das turmas da terceira série, quinta, sexta, sétima e oitava, por onde será que andam professores(grandes educadores) e os colegas. Será que estão bem? Será que constituiram famílias, o que será que fazem???
Bem, na oitava começei a namorar o tio de uma grande amiga, coisas da vida, que jamais esquecemos.Ainda mais, que de vez em quando encontro alguém que me faça dele lembrar.Quanta saudade...com afeto, meu querido Beto.
Mas, terminamos, e o tempo me levou a seguir novos rumos, fazer meus resumos de vida, estudar no ensino médio, fazer exatas, curtir novos amigos, e tantos outros professores queridos.A vida na Escola Estadual Professor Alberto Conte, quantas novidades aprendi, conheci o grêmio estudantil, meu anjo, era na época presidente, conheci, também o Silem, hoje educador também.Como o tempo passa, as vezes, resgata uma atitude, uma juventude, amores..., perdas..., dores...
Mas, sobrevivi,e lembro que aos quinze anos fiz outra cirurgia as pressas, uma apendicite, algo que me fez mesmo no hospital,
reencontrar o Beto, como recordo daquele dia, até minha colega de quarto, comentou que eu fiquei eufórica,após aquela visita.Estava com quinze anos.
Fiz minhas participações na igreja, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Jardim Pedreira, conheci o padre Sandro, parapsicológo, e me aprofundei no assunto, e ate hoje de vez em quando faço minhas pesquisas.Fiz, a primeira Eucaristia, o Crisma, e participei de grupo de jovens, namorei meu catequista de Crisma, o Gê, foi uma época boa, tive amigos inesquecíveis, como Rita,Dona Maria, Seu Badú e toda família, a Cris, Sônia, Heitor...e tantos que não caberiam aqui, mas não posso deixar de citar de João Marcos e Eliana Binharde,que além de amiga da Igreja, era da Escola, muito legal, hoje é uma educadora excepcional.
Terminei o ensino médio, o meu ideal era fazer medicina, para ser exata, cardiologia, mas não consegui entrar na USP, fiz outros vestibulares, e a Química me fascinou, e até hoje fascina, devo com alegria as educadoras Leiko e Margarida, da EE Professor Alberto Conte.
Conheci na faculdade, mestres sem igual, um deles muito especial, o Carmello, que até hoje venero e tenho grande afeto, sem contar do Yssao Yamamoto, da Dona Ivone Esperidião, do Renato Rangel, educadores que serão sempre lembrados, afinal foi com eles que aprendi a ser o que eu sou, e a buscar, meu encontro como profissional.
Meus amigos nessa época, foram muitos, conheci gente nova, paquerei e beijei muito, revi minha prima Isabel Gonçalves(Sargento da aeronáutica, na época),me senti com algo estranho de seguir as forças armadas, mas não tenho vocação.
Fiz também na Ibirapuera, minha especialização, psicopedagogia, e tive uma mestre que sempre me incentivou a escrever, Professora Doutora Sandra Márcia Ligier, e com a soma de tantos ensinamentos, meu momento foi único.Alcei voos maiores, e hoje, além da Química, sou escritora.
Meu primeiro trabalho, foi aos dezoito anos na Associação Mens Sana, fundada pelo Frei Albino Aresi, aprendi mais parapsicologia, me aprofundei, fui uma das bruxinhas do Frei, e fiz amizades, com algumas pessoas incríveis: Maria do Amparo Manso Joaquim, Sandra Abel, Maura Cassiano, Ari...E, tantos outros que não dariam neste texto.Em 1988, já entrei na Educação, e o vírus educacional me dominou. Quantas coisas mudaram desde esta época que era uma menina que lecionava, e aprendia ao mesmo tempo, tinha muito mais contato com meus alunos( amigos ), do que atualmente tenho.
O tempo me transformou, talvez eu não seja mais aquela professora que brincava com os alunos e se divertia, talvez pelas duras surpresas da vida, e pelo baixo salário, eu tenha fechado meu coração.Mas, sei que ainda existe aquela professora amada pelos alunos aqui dentro.
Com certeza, o tempo se refugiou, e eu encontrei novos amores, pessoas muito especiais com o Gilberto e Eduardo Henrique, que me trouxeram um novo conceito de namoro.
Hoje, estou casada, com alguém especial, meu amigo, companheiro de 15 anos, o Eduardo Riveiro Castro, pai de meus filhos, Alexia Cristina, Emmanuel, Anna Clara, in memorian Gabriel.
Talvez, pelo fato de ter perdido o Gabi, a vida me deixou mais infeliz, e com uma cicatriz que não consigo que pare de sangrar.E, assim, como muitas vezes me culpo por não ser tão boa mãe, queria ser melhor, ser mais companheira, não falar, fazer tanta asneira.
Ah. queria deixar de ser revoltada com as coisas que me ocorreram, em especial recentemente. Queria ser mais firme comigo mesma.
Mas, tudo isso escrito acima, sou eu, uma menina-mulher, uma mulher-menina, que se aventura na alquimia da vida, e ama especialmente seu espaço.
Lembrando que me aventurar pelo mundo das letras, foi uma árdua jornada, que inicie com pequenos folhetins, zines, e entre eles o REVIRAGITA, que me levou a conhecer Leila Miccólis e Uhracy Faustino, vivi na Saciedade Dos Poetas Vivos, e pela primeira vez, vi algo meu publicado.
Depois, me aventurei mais e mais, foi atrás de meu sonho literário, hoje, participo de várias antologias,REBRA, DEL SECCHI, PHOENIX,ABRALI,RECANTO DAS LETRAS, e vivo a sonhar, e sei que vou realizar, meu livro solo, e despertar algo melhor em meu viver, sentir o prazer de escrever diariamente, afinal, como citei sou uma alquimista do século vinte e um.
Obrigada, por você leitor compartilhar comigo dessa viagem.
SP. 4 de Março de 2011.
Refeita em 6 de Março de 2011.
Dedico a todos que direta ou indiretamente fazem parte de minha vida.