QUEM SERÁ?

Eu, Antônio, nasci num pedaço de chão ressecado pela seca, lá nos confins do Nordeste, num arraial chamado São José. Meu pai quando viu a família crescendo deu no pé. Ficou minha abandonada mãe com cinco filhos para criar. Tomou logo uma decisão: ir para São Paulo tentar sobreviver. Num pau de arara saiu a grande família rumo ao sul. Foi muita luta, mas aos poucos os filhos foram empregando e, apesar da fome que muitas vezes passamos, conseguimos sobreviver. Empreguei-me de torneiro mecânico; um salário mínimo que mal dava para os gastos. Todavia, aconteceu o pior: perdi metade do dedo mindinho no emprego; conseqüentemente fui aposentado e com isto descobri minha vocação: a política. Descobri que era bom de fala e aos poucos fui formando um grupo e fundei um partido político: o PT. Nele coloquei minha vida e alma. Queria a todo custo criar um partido que não fosse elite e sim dos mais pobres, dos descamisados. E por anos e anos não fiz outra coisa a não ser política. Enfrentei cinco vezes uma eleição para Presidente da República até que consegui ser eleito Presidente da República do meu país. Durante quatro anos governei. Não sei se consegui agradar a todos. Fui rodeado por uma verdadeira quadrilha. O país melhorou? Honestamente acho que sim. A educação está zero, a saúde... mas os pobres estão mais felizes. A bendita cesta básica que para muitos não é boa, matou a fome de muitos. Ontem, quando fui reeleito, vencendo um adversário de curso superior, economista, com tudo para ser o presidente ideal, chorei, chorei muito... Vale à pena lutar; jamais desanimei. Nos próximos quatro anos farei o governo que meu país merece.

Maria Eneida
Enviado por Maria Eneida em 24/02/2011
Código do texto: T2811482
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