Luís Viana Filho
Luís Viana Filho, professor, jornalista, político, biógrafo, historiador e ensaísta, nasceu em Paris, França, em 28 de março de 1908 (registrado no Distrito da Sé, Salvador, BA) e faleceu em São Paulo, SP, em 5 de junho de 1990. Eleito em 8 de abril de 1954 para a Cadeira n. 22, na sucessão de Miguel Osório da Almeida, foi recebido em 15 de abril de 1955, pelo acadêmico Menotti del Picchia.
Filho do conselheiro Luís Viana e de Joana Gertrudes Fichtner Viana, cursou as primeiras letras no Colégio Anchieta, em Friburgo, e no Colégio Aldridge, no Rio de Janeiro. Para os exames do curso secundário, realizados no Colégio Pedro II (Rio de janeiro) e Ginásio da Bahia (Salvador), estudou no Externato Burlamaqui Moura (Rio) e em cursos particulares em Salvador. Em 1925 matriculou-se na Faculdade de Direito da Bahia, pela qual se matriculou em Ciências Jurídicas e Sociais em 8 de dezembro de 1929.
Em 1925 iniciou-se no jornalismo, trabalhando no Diário da Bahia e posteriormente n’A Tarde, onde permaneceu até 1946. Foi professor contratado de Direito Internacional Público na Faculdade de Direito da Bahia, em 1933, em substituição ao professor Bernardino de Sousa. Em 1940, por concurso, tornou-se professor catedrático de Direito Internacional Privado. Em 1943, fundada a Faculdade de Filosofia da Bahia, foi nomeado professor de História do Brasil, cargo em que se aposentou.
Em 1934, foi eleito deputado federal pelo Partido Libertador da Bahia, mandato que exerceu até a dissolução do parlamento pelo golpe de estado de 1937. Em 1945, foi eleito para a Constituinte de 1946, e sucessivamente reeleito deputado federal pela Bahia nas legislaturas iniciadas em 1950, 1954, 1958, 1962 e 1966.
Em 1964, vitoriosa a Revolução, foi nomeado Ministro para Assuntos da Casa Civil da Presidência da República no Governo de Castelo Branco (1964-67), havendo durante algum tempo acumulado com o Ministério da Justiça (1966). Em 1967, foi eleito Governador do Estado da Bahia, que governou até 1971. Em 1974 foi eleito senador pela Bahia, tendo ocupado a presidência do Senado de 1978 a 1980.
Homem de múltiplas atividades, Luís Viana Filho colaborou até o fim da vida em diversos órgãos da imprensa nacional. Granjeou renome nacional com a publicação de A vida de Rui Barbosa, em 1941, biografia a que se seguiram as de Joaquim Nabuco, Barão do Rio Branco, Machado de Assis, José de Alencar e Eça de Queirós, que lhe asseguram lugar de destaque entre os cultores desse gênero, de tal modo que Alceu Amoroso Lima o chamaria de "Príncipe dos nossos biógrafos". Não foi, porém, como biógrafo que Luís Viana Filho iniciou-se no campo das letras, e, sim, como autor de trabalhos históricos, dentre os quais se destaca O negro na Bahia, publicado em 1946, que logo se tornou um clássico para os estudiosos dos problemas suscitados pela integração e aculturação do negro trazido para o Brasil pela escravidão.
Era membro do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia; membro da Academia de Letras da Bahia; membro benemérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; membro correspondente da Academia Internacional de Cultura Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia da História de Portugal.
Em 1971, ano da comemoração do centenário da morte de Castro Alves, promoveu a reconstrução da casa onde nasceu o poeta, na Fazenda Cabaceiras, município de Buriti, Bahia.
Obras: A Sabinada. A república baiana de 1837, história (1938); A língua do Brasil, ensaio (1936); A vida de Rui Barbosa, biografia (1941); A verdade na biografia, ensaio (1945); O negro na Bahia, história (1946); Rui & Nabuco, ensaio (1949); A vida de Joaquim Nabuco, biografia (1951); A vida do Barão do Rio Branco (1959); A vida de Machado de Assis, biografia (1965); O último ano de Rui na Bahia, história (1972); O governo Castelo Branco, história (1975); A vida de José de Alencar (1979); A vida de Eça de Queirós (1984).