O VISCONDE DE MAUÁ - 1813 – 1889
O VISCONDE DE MAUÁ - 1813 – 1889
Empresário, industrial, banqueiro, político e diplomata brasileiro
A industrialização do Brasil, apogeu e decadência do grande brasileiro que suscitou ciúmes e a ira da Corte Imperial, apenas porque cresceu demais! Coincidência da sua morte com a queda de D. Pedro II e a proclamação da República!
A bem da verdade, antes mesmo de me ater aos dados biográficos do Visconde de Mauá, gostaria de dizer que, em suas ações ele era bem visto pelo Imperador Pedro II que deu-lhe a concessão para ferrovias, etc. Com o passar do tempo, os conselheiros do imperador que nutriam grande influência na Corte, passaram a minar os caminhos de Mauá, não impedindo, entretanto, as concessões dos títulos de Barão e de Visconde, que lhe foram pessoalmente conferidos por D. Pedro II. No processo da abolição da escravatura, com o evidente desgaste político de D. Pedro II, que era a favor da medida, o crescimento patrimonial de Mauá começou a incomodar mais ainda os interesses de brasileiros ligados à Câmara e ao Senado. Aí começaram as hostilidades, veio a moratória de Três anos do Banco Mauá e findo este prazo, foi decretada a falência da instituição, o que obrigou o Visconde de Mauá a vender todo o seu patrimônio para honrar os compromissos financeiros, uma vez que o imperador negou-lhe qualquer tipo de ajuda. À época, o Visconde de Mauá possuía mais bens que o Império e este fato era visto como um grande perigo para o governo. Sabotagens, pilhagens, empréstimos negados, perseguições e injúrias, tiraram de cena o maior brasileiro da história do Brasil. Um homem voltado para grandes empreendimentos e que tinha mais crédito na Europa que a própria Coroa!
Um fato importante que liga Mauá à história é que sua morte coincide com a abolição da escravatura e as consequências que levaram à queda e do bainimento do imperador e da Família Real e à proclamação da República, no ano da sua morte, em 1889. Ele não viveu para incorporar-se aos novos ventos republicanos!
Biografia:
Empresário, industrial, banqueiro, político e diplomata brasileiro - Irineu Evangelista de Souza, nasceu em Arroio Grande, Jaguarão, RS, e tornou-se símbolo dos capitalistas empreendedores brasileiros do século XIX. Órfão de pai, foi para o Rio de Janeiro, capital do Império, com um tio, capitão da marinha mercante e, já aos 11 anos de idade, teve seu primeiro emprego de balconista em uma loja de tecidos. Em 1830, Passou a trabalhar na firma importadora de Ricardo Carruthers, que lhe ensinou inglês, contabilidade e a arte do comércio. Aos 23 anos era promovido a gerente e, em seguida, tornou-se sócio da firma. Na viagem que fez à Inglaterra em busca de recursos em 1840, convenceu-se de que o Brasil deveria caminhar para a industrialização. Iniciando sozinho à frente do ousado empreendimento de construir os estaleiros da Companhia Ponta da Areia, fundou, em 1846, a indústria naval brasileira, em Niterói, e, em um ano, já tinha a maior indústria do país, empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, armas e tubos para encanamentos de água. Da Ponta da Areia saíram os navios e canhões para as lutas contra Oribe, Rosas e López. A partir de então, dividiu-se entre as atividades de industrial e banqueiro. Foi pioneiro no campo dos serviços públicos: em 1851 fundou uma companhia de gás para a iluminação pública do Rio de Janeiro, em 1852 organizou as companhias de navegação a vapor no Rio Grande do Sul e no Amazonas, em 1854 implantou a primeira estrada de ferro, da Raiz da Serra à cidade de Petrópolis, em 1854, inaugurou o trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora realizou o assentamento do cabo submarino em1874 e muitas outras iniciativas. Em sociedade com capitalistas ingleses e cafeicultores paulistas, participou da construção da Recife and São Francisco Railway Company, da ferrovia dom Pedro II (atual Central do Brasil) e da São Paulo Railway (atual Santos-Jundiaí). Iniciou a construção do canal do mangue no Rio de Janeiro e foi o responsável pela instalação dos primeiros cabos telegráficos submarinos, ligando o Brasil à Europa. No final da década de 1850, o visconde fundou o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu. Liberal, abolicionista e contrário à Guerra do Paraguai, forneceu os recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões do Prata (1850) e, assim, tornou-se persona non grata no Império. Suas fábricas passaram a ser alvo de sabotagens criminosas e seus negócios foram abalados pela legislação que sobretaxava as importações. Foi deputado pelo Rio Grande do Sul em diversas legislaturas, mas renunciou ao mandato em 1873 para cuidar dos negócios, ameaçados desde a crise bancária de 1864. Com a falência do Banco Mauá, em 1875, o visconde viu-se obrigado a vender a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros. Doente, acometido por diabetes, depois de pagar todas as dívidas, já sem patrimônio, tenta recomeçar a vida de grande empreendedor, que a doença haveria de frustrar. Recebeu, em 1854 o título de barão e em 1874 o título de visconde de Mauá.
Fonte: Google - Wikipedia e anotações do autor.