9) Experiência musical

Desde criança admiro quem sabe tocar um instrumento musical. Parece que com um simples dedilhar, soprar ou teclar, se faz mágica! É possível sentir a música saindo do artista por meio do instrumento. Como aprendi uma vez, o instrumento musical é a extensão da vida do músico.

Em meados de 1994, um grupo de quatro rapazes estavam estudando música com o objetivo de fundar a banda Taiyo Ongakutai em São José do Rio Preto, onde eu morava. A banda pertence à Soka Gakkai e foi fundada no Japão, em 1954, pelo então jovem Daisaku Ikeda, meu mestre, que queria conferir um caráter mais cultural às atividades da organização. No Brasil, a banda foi oficializada em 6 de maio de 1962.

Assim que soube, rapidamente me juntei àqueles jovens. Comecei participando das reuniões para estudar tanto a técnica musical como as matérias para aprofundamento do espírito do grupo.

Pelas condições financeiras da minha família, seria uma pretensão muito grande querer ter o meu próprio instrumento musical. Até mesmo pagar a mensalidade de um curso de música, seria difícil de se imaginar. Mesmo assim, encarei o desafio. Em se tratando de algo relacionado ao budismo, meus pais sempre me ofereceram todo apoio que podiam. E toda a família empenhou-se em orar e colocar a cabeça para funcionar para encontrar uma forma de eu participar da banda.

Comecei fazendo aula de música com uma flauta doce. Estudava com afinco toda a teoria e assim avançava rapidamente nas lições. Vendo meu abnegado empenho, o professor de música, muito benevolente, ofereceu-me um sax soprano emprestado para que eu pudesse tocar junto com os outros integrantes da banda. Impossível descrever a alegria que senti naquele momento!

Em dezembro de 1994, pudemos fazer a nossa primeira apresentação numa reunião geral da região de Rio Preto. Estávamos ainda muito inseguros tecnicamente, apesar dos exaustivos ensaios. Era pouco tempo de estudo para formar uma banda. Lembro que o apresentador da reunião até solicitou aos participantes que não cantassem nem batessem palmas junto com a apresentação.

Este grupo musical prosseguiu suas atividades e o número de integrantes foi aumentando até conseguir sua oficialização em janeiro de 1999. Junto com o crescimento da banda, fui também assumindo responsabilidades cada vez mais elevadas. O empenho neste grupo possibilitou-me acumular muita boa sorte, incluindo evidentemente a compra do meu próprio instrumento – um sax alto.

As atividades da banda incluíam o treinamento de novos integrantes e o meu irmão foi um deles. Ele sempre lembra que as primeiras aulas de músicas, com flauta doce, fui eu quem ministrei a ele. Hoje, ele é um músico profissional, e eu nem me lembro mais como se lê uma partitura...

Foi uma luta muito boa naquela época, um treinamento musical e espiritual. Aprendi a respeito de liderança, gerenciar conflitos interpessoais, programar atividades, preparar materiais e várias outras funções.

Lembro-me que quando tinha ensaio à noite, durante a semana, eu precisava levar comigo o sax na escola, de ônibus, para de lá ir direto ensaiar. Um estojo super grande e pesado. E todo mundo ficava perguntando o que era aquilo.

Naquela época, pude fazer diversas apresentações nas atividades, inclusive nas cidades da região: Olímpia, Fernandópolis, Votuporanga e Ribeirão Preto.

Foi uma ótima experiência... Matei a vontade. E serviu para eu ver que não levo jeito para a área musical. Assim como a experiência teatral me mostrou, percebi que prefiro mesmo assistir às apresentações. Adoro concertos e musicais!

(Catalão, 07/12/2010)

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 15/12/2010
Reeditado em 15/12/2010
Código do texto: T2673971
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