Goulart de Andrade
José Maria Goulart de Andrade, engenheiro, geógrafo, jornalista, poeta, cronista, romancista e teatrólogo, nasceu em Jaraguá, Maceió, AL, em 6 de abril de 1881, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 19 de dezembro de 1936. Apresentou-se candidato à Academia Brasileira de Letras, para a Cadeira n. 6, sucedendo a Artur Jaceguai. Teve como concorrente o príncipe D. Luís de Bragança. Foi eleito em 22 de maio de 1915 e recebido em 30 de setembro de 1916, pelo acadêmico Alberto de Oliveira.
Era filho de Manuel Cândido Rocha de Andrade, oficial da Marinha e engenheiro, e de Leopoldina Pimentel Goulart de Andrade. Fez os estudos primários e secundários em Maceió. Aos 16 anos, foi para o Rio de Janeiro e ingressou no curso preparatório para a Escola Naval, mas pretendia, na verdade, fazer-se homem de letras. O influxo de poetas e prosadores na Capital, nos últimos anos do século XIX, agiu naturalmente sobre o seu espírito, e em breve Goulart de Andrade deixava a Escola Naval para matricular-se na Escola Politécnica. Ali obteve o título de engenheiro em 1906.
Ao deixar de lado as aspirações de fazer-se oficial de marinha, procurou e obteve um posto na Prefeitura do Distrito Federal. Desde cedo, vinculou-se ao grupo de poetas boêmios, entre os quais Guimarães Passos (seu conterrâneo), Olavo Bilac, Emílio de Menezes, Martins Fontes. Como poeta, esmerou-se na especialidade das poesias difíceis, de forma fixa o vilancete, o rondel, a balada e sobretudo o canto, real, uma das mais complexas formas poéticas. Tornou-se também jornalista, sendo um dos redatores de O Imparcial nos primeiros tempos, onde teve o convívio de João Ribeiro, Humberto de Campos e Augusto de Lima. Publicou inúmeros trabalhos na Revista da Academia Brasileira de Letras.
Obras:
Teatro (1909);
Os inconfidentes, teatro (1911);
Numa nuvem, teatro (1911);
Assunção, romance (1911);
Poesias (1917);
Um dia a casa cai, teatro (1923);
Contos do Brasil novo (1923);
Ocaso, poesia (1934).
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