versos sem nome
É a alma que rasteja agora;
vazia, maltrapilha e cega.
Grita para dentro,
feito um lavrador ao meio dia,
no meio dos cães.
Num mar de sangue, se afoga,
suavemente.
Vejo rostos, sem ninguém dentro.
Há solidões, de olhos vendados,
por toda parte;
A cara da morte,
é uma música baixa,
batida nas cordas do violão;
entre os rítmos do silêncio,
as mãos mutiladas,
tentam escrever o refrão perfeito,
que não existe nesta canção.
Os meus desertos vagam vazios,
pela escuridão das minhas veias;
E eu que podia ser só, olho sozinho,
o meu rosto no espelho!
Não há lugares em que eu queira ir;
Áh! Os sonhos esquecidos
e os amigos que não vi mais,
seriam um bom passeio agora.
(Edmilson Cunha)
25/11/2010