A história da infância de Roberto Carlos

Depois da fama todos conhecem a história de Roberto Carlos.

Está registrada em todas as revistas e livros.

O Brasil inteiro vem acompanhando sua vida como se fosse um filho.

Mas da infância, poucos sabem.

Até porque, ele mesmo, tímido e introvertido, nunca se pronunciou sobre o assunto.

Parece querer esquecê-lo.

O que, aliás, é um direito dele.

Porém, muitas coisas estão inseridas nas canções que vem cantando ao longo de sua vida.

É só observar bem.

O que se sabe é que é filho de um relojoeiro ( Robertino) e de uma costureira (Laura ) e nasceu em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo.

Morava numa casa simples, no alto de uma ladeira e seu apelido era Zunga.

Essa casa, atualmente é um Centro Cultural Municipal, que mantem tudo do jeito como ele morou com a família.

Continuam lá, o piano em que aprendeu a tocar, o fogão, os moveis, tudo preservado com carinho.

Voltemos à história:

Gostava de andar de bicicleta, muito rápido, na maior velocidade que podia e tinha habilidade para confeccionar barquinhos de madeira, que colocava para boiar no Rio Itapemirim, junto com seus amigos.

Ficava horas vendo os barquinhos boiando.

Roberto amava aquelas águas.

Tanto que viria à gravar mais tarde em ¨Meu pequeno Cachoeiro¨ do compositor Raul Sampaio:

¨pois todo o pranto

dessas magoas

inda irei

juntar as àguas

do meu Itapemirim ! ¨

Adorava os carrinhos de rolimã que seu irmão mais velho fazia.

Apreciava-os.

Certamente, ali nasceu o seu amor pelos carros, que depois viria a ter, aos montões.

Em ¨As curvas da estrada de Santos¨ confessa o fato:

¨ pois a velocidade

anda

junto à mim. ¨

Mas o que gostava mesmo era de música e aprendeu a tocar violão com sua mãe, que o estimulava.

Ficava horas ouvindo no rádio as canções e decorando-as !

Apreciava boleros, valsas, todos os tipos de músicas.

Seu cantor preferido era Bob Nelson, muito famoso na época, junto com Paulo Bob, cantores cauboys.

Os dois tiveram muita influência na sua formação inicial.

Os pais queriam que ele fosse médico, mas sempre dizia:

¨O que eu quero mesmo é ser um cantor de rádio. ¨

Sua mãe o incentivava e colocou-o no Conservatório de Música da cidade, onde continuou seus estudos de violão, piano e violino.

O último logo abandonou, pois não suportava as aulas teóricas.

Sua professora de piano, Elaine Manhães, veio a falecer em Janeiro de 2011, deixando-o muito entristecido.

Ela iria desfilar na Beija Flor, em sua homenagem.

Aos nove anos, sua mãe levou-o à um programa na Rádio Cachoeiro de Itapemirim, onde ele cantou um bolero e tirou em primeiro lugar.

Ele estava vestido com um terno feito por sua mãe, especialmente para aquele dia.

O prêmio foi um saco de balas.

Recentemente, ele contou que ficou muito nervoso na ocasião.

¨Minhas pernas tremiam muito. ¨

Dessa data em diante, Roberto era a atração principal das tardes músicais da Rádio, o que lhe permitiu desde cedo adquirir bastante intimidade com o palco e o público, que ficava fascinado com aquele menino de olhos tristes.

Aos 6 anos, em 29 de junho de 1947, sofreu um sério acidente na Estação Ferroviária da cidade.

Estava com sua colega de colégio Fifinha quando o trem ao fazer um retorno veio na sua direção, em marcha-ré.

A professora, ao proteger Fifinha, sem querer, esbarrou em Roberto, que o fez cair na linha do trem.

Era o dia da festa do Padroeiro da cidade, São Pedro.

Havia muita gente de fora, turistas, bandas, comemorações.

Bandeiras, danças, discursos, alegria.

Mas, para ele, a partir dali tudo seria diferente !

Na canção ¨O Divã¨tem uma parte que diz assim:

¨me lembro bem da festa,

um grito,

o vinho no linho branco ¨

joão joão
Enviado por joão joão em 13/11/2010
Reeditado em 13/07/2013
Código do texto: T2614148
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.