Getúlio Vargas
Getúlio Dornelles Vargas nasceu no município gaúcho de São Borja, a 19 de abril de 1882 e foi batizado a 29 do mês seguinte. Era filho de Manuel do Nascimento Vargas e de Cândida Dornelles Vargas. Faleceu a 24 de agosto de 1954 na cidade do Rio de Janeiro. Eleito acadêmico em 7 de agosto de 1941 e empossado em 29 de dezembro de 1943.
Os primeiros estudos do futuro Presidente da República foram feitos em sua terra natal mas, em 1897. Já concluído o curso primário, juntou-se, na capital de Minas Gerais, ainda a cidade de Ouro Preto, aos irmãos Viriato e Protásio, que aí residiam.
Um conflito entre estudantes determinou o regresso dos irmãos Vargas ao Rio Grande do Sul. Decidido a abraçar a carreira das armas, Getúlio sentou praça no 6º Batalhão de Infantaria, aquartelado em São Borja. Mais tarde matriculou-se na Escola Preparatória e de Tática, sediada na histórica cidade de Rio Pardo, de onde saiu para fazer parte do 25º Batalhão de Infantaria, na capital do Estado.
Em 1903, quando freqüentava como ouvinte a Faculdade de Direito de Porto Alegre, o batalhão em que servia foi designado para transferir-se para a cidade de Corumbá, em Mato Grosso, a fim de guarnecer a fronteira com a Bolívia. Terminada a missão o referido batalhão regressou a Porto Alegre e Getúlio, que atingira o posto de sargento, desistiu da carreira militar.
De 1903 a 1907, matriculado na Faculdade de Direito, coube-lhe a incumbência de proferir a saudação, em nome dos colegas, ao candidato à presidência da República Dr. Afonso Pena, que, em 1906, visitou o grande Estado sulino. No seu discurso notava-se a influência estilística de Euclides da Cunha. No ato de formatura, no ano seguinte, foi o orador da turma.
De 1909 a 1913 cumpriu o mandato de deputado estadual, cargo que voltaria a exercer de 1917 a 1923. Neste último ano, eleito deputado federal, exerceu as funções de líder da bancada gaúcha. Conservou-se na Câmara dos Deputados até novembro de 1926 quando, atendendo a convite do Presidente Washington Luís Pereira de Sousa, foi nomeado Ministro da Fazenda, cargo que deixou um ano depois para candidatar-se ao governo do Rio Grande do Sul. Facilmente eleito, tomou posse a 25 de janeiro de 1928. Em 1929 era escolhido pelos dirigentes da Aliança Liberal para disputar contra Júlio Prestes - presidente de São Paulo - a presidência da República.
Inconformados com os resultados do pleito eleitoral, realizado a 1º de março de 1930, os aliancistas começaram a conspirar no sentido de promover a deposição de Washington Luís, fato que ocorreu a 24 de outubro de 1930 do referido ano. Instituiu-se uma Junta Governativa que, a 3 do mês seguinte, entregou a Getúlio Vargas a chefia do Governo Provisório, que se estenderia até a promulgação da nova Constituição da República, em 16 de julho de 1934.
Em 10 de novembro de 1937 foi dissolvido o Congresso Nacional e tem início o período intitulado Estado Novo, com a outorga de uma Carta Constitucional que vigoraria até a deposição de Getúlio Vargas, em 29 de outubro de 1945.
Em 1941 um grupo de acadêmicos patrocinou a admissão de Getúlio Vargas na Academia Brasileira de Letras. A eleição foi tranqüila mas o eleito só tomou posse, recebido pelo ministro Ataulfo de Paiva, em 29 de dezembro de 1943.
A obra literária do presidente compreendia apenas alguns discursos de natureza política em sua maior parte, que vieram a ser reunidos, muitos sem autoria definida, em "A Nova Política do Brasil".
No seu discurso de posse na Academia Brasileira, Getúlio Vargas confessou honestamente suas limitações no campo de literatura:
"A atividade intelectual é para mim uma imposição da vida política, que exige de quem a ela se consagra a obrigação de comunicar-se com o público com precisão e clareza, explicando idéias e problemas de governo, esforçando-se para fazer-se ouvir e compreender.
Não sou e nunca pretendi ser um escritor de ofício, um cultor das belas-letras, embora me tenha habituado desde moço à amável convivência de poetas e romancistas, como leitor e admirador comovido de suas obras".
Eleito presidente da República em 3 de outubro de 1950, voltou Getúlio Vargas a governar o país até o dia 24 de agosto de 1954, quando, diante da forte crise política reinante em todo o país, o presidente suicidou-se no Palácio do Catete com um tiro de revólver no coração. Sua vaga na Academia Brasileira de Letras viria a ser ocupada pelo jornalista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo.
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