Roberto Simonsen

Roberto Cochrane Simonsen, engenheiro, industrial, administrador, professor, historiador e político, nasceu em Santos, SP, em 18 de fevereiro de 1889, e faleceu, no salão nobre da Academia Brasileira de Letras, em 25 de maio de 1948, quando saudava o primeiro-ministro belga, Paul van Zeeland, em visita oficial ao Brasil. Sucedendo a Filinto de Almeida, era o segundo ocupante da Cadeira n. 3. para a qual fora eleito em 9 de agosto de 1945 e recebido em 7 de outubro de 1946, pelo acadêmico José Carlos de Macedo Soares.

Era filho do dr. Sidney Martin Simonsen e de d. Robertina Cochrane Simonsen. Descendia, pelo lado materno, da tradicional família Cochrane, que deu, a serviço do Brasil, engenheiros, militares, diplomatas e altos funcionários, inclusive o sogro de José de Alencar, o médico Tomás Cochrane. Iniciou os estudos em Santos, transferindo-se, mais tarde, para o Colégio Anglo-Brasileiro de São Paulo. Formou-se em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da capital paulista e dedicou-se a intensa atividade industrial e comercial. Começou a trabalhar, em 1909, na Southern Brazil Railway. De 1911 a 1912, ocupou a diretoria geral das obras da Prefeitura de Santos. Logo a seguir, aos 24 anos de idade, fundou a Companhia Construtora de Santos. Em 1919, foi designado membro da Missão Comercial Brasileira à Inglaterra e, posteriormente, representante do Brasil no Congresso Internacional dos Industriais de Algodão em Paris. Tomou parte na Conferência Internacional do Trabalho em Washington (EUA), datando dessa época a aproximação com o historiador e homem de estado Pandiá Calógeras, que foi ministro da Guerra no Governo Epitácio Pessoa. A Companhia Construtora foi encarregada da construção dos quartéis do exército, obra a que ele dedicou grande diligência. A organização estendeu-se aos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Em 1932, consagrou-se ao Movimento Constitucionalista de São Paulo. Desempenhou papel importante no grupo de intelectuais que lançou o manifesto de que decorreu a fundação da primeira Escola de Sociologia e Política existente no Brasil e ali assumiu a cadeira de professor de História da Economia Nacional. De seus ensinamentos e pesquisas resultaram obras como História econômica do Brasil, Aspectos da economia nacional e outras, sobre a evolução da indústria no Brasil.

Em 1934, foi eleito deputado federal por São Paulo. Atuou em importantes comissões, em conselhos de caráter econômico, em congressos, e proferiu inúmeras conferências, reunidas depois em volumes. Em 1945, com a volta do país ao regime constitucional, o Partido Social Democrático de São Paulo apresentou o nome de Simonsen para o Senado, e sua vitória nas urnas foi expressiva. Continuou a preocupar-se com os assuntos econômicos, no Senado e em congressos e conferências. Como vice-presidente da seção brasileira do Conselho Inter-Americano de Comércio e Produção, atuou na reunião de outubro de 1947, em Petrópolis, em que defendeu a tese de um Plano Marshall para a América Latina.

Ao falecer, Roberto Simonsen era, além de senador, presidente da Companhia Construtora de São Paulo; presidente da Cerâmica São Caetano S. A.; presidente da Companhia Paulista de Mineração; presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo; vice-presidente da Confederação Nacional de Indústrias; vice-presidente do Conselho Superior da Escola Livre de Sociologia e Política, da Unversidade de São Paulo.

Era membro de inúmeras instituições, nacionais e estrangeiras, entre as quais os institutos históricos e geográficos de São Paulo, Santos e Rio de Janeiro; a Academia Paulista de Letras; a Academia Portuguesa da História; o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro; o Instituto de Engenharia de São Paulo; o National Geographic Society, de Washington e o Royal Geographic Society, de Londres.

Principais obras:

O Município de Santos (1911);

O trabalho moderno (1919);

As crises no Brasil (1930);

As finanças e a indústria (1931);

A construção dos quartéis para o exército (1931);

À margem da profissão (1932);

Ordem econômica e padrão de vida (1934);

História econômica do Brasil, 2 vols. (1937);

Aspectos da história econômica do café (1938);

Objetivos da engenharia nacional (1939);

As indústrias e as pesquisas tecnológicas (1943);

O Plano Marshall e a América Latina, relatório (1947).

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Milton Nunes Fillho
Enviado por Milton Nunes Fillho em 04/10/2006
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