5) Ver livros
Adoro ver livros. Isso mesmo, eu disse “ver”. Também adoro lê-los, mas preciso admitir que gosto mais de vê-los mesmo. Fico emocionado ao contemplar minhas estantes cheinhas de grandes escritores.
Livros para mim são coisas sagradas, fruto artístico de um ritual de homens endeusados. Escrever requer coragem e publicar é um ato de heroísmo.
Pena que a velocidade com que compro as obras seja maior do que a que consigo lê-las. Mas tudo bem, hoje pelo menos posso comprar os livros. Antigamente eu só os admirava, em bibliotecas e livrarias, ansiando um dia criar condições de tê-los pra mim.
Há alguns anos, comecei comprar os clássicos da literatura internacional: “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, “O conde de Monte Cristo”, de Alexandre Dumas, “Fábulas de La Fontaine”, “Dom Quixote”, de Cervantes, “O idiota”, de Dostoievski, e outros.
Aprendi a importância de ler bons livros com o meu mestre, Daisaku Ikeda. Ele sempre incentiva os jovens a cultivar o hábito pela leitura. E já indicou diversos autores, como esses aí que citei.
Já o gosto pela leitura, herdei da minha mãe. Ela lê muito e me dizia desde pequeno que quem lê fica inteligente, tem assunto com qualquer pessoa e escreve bem. Não sei se fiquei inteligente ou se tenho sempre assunto, mas pelo menos desenvolvi o gosto pela escrita.
Na minha adolescência, fiz a carteirinha de uma biblioteca pública municipal e a cada dez dias eu lia um livro. Ao entregar uma obra, pegava outra. Eu sempre carregava comigo algo para ler: um jornal, uma revista, uma apostila. Assim, aproveitava cada minuto de espera, em filas, consultórios ou antes das aulas.
É por isso que gosto muito do tema de vida de Beethoven: “Nenhum dia sem uma linha”. Seja lendo, escrevendo ou simplesmente vivendo, linha por linha, a cada dia.
(Catalão, 20/09/2010)