Meu retorno - Parte I
Os mais incrédulos nunca poderiam sequer imaginar que alguém com mais de 60 anos pudesse ‘encarar’ mais cinco anos de bancos escolares... Aliás, nem mesmo o próprio autor da façanha ainda acredita!
Distante por aproximadamente 38 anos dos estudos regulares, haja vista apor concluir graduação numa licenciatura em matemática em 1972 e ter freqüentado posteriormente somente cursos técnicos esporádicos, resolveu arriscar-se em um vestibular para concorrer a uma vaga num curso de direito. Com formação totalmente voltada para a área de exatas, resolveu apostar no desafio de ‘navegar’ por área totalmente diversa...
Não sem certa surpresa, foi aprovado já na primeira chamada, situando-se na sexagésima posição de uma disputa envolvendo mais de uma centena de postulantes. É óbvio que tinha perfeita consciência que na atual conjuntura educacional do país, não está havendo disputa muito acirrada nesse ingresso aos cursos superiores ‘oferecidos’ por entidades privadas, haja vista o alto preço das mensalidades cobradas por algumas dessas instituições e também pelo baixo nível de ensino que é oferecido.
Relutou por longo tempo, indeciso por não saber precisar se teria ou não condições de arcar com o ônus das mensalidades chegando, inclusive, a prestar um novo vestibular em outra instituição que oferecia melhores condições para pagamento, sendo nesta também aprovado.
Porém, mesmo com a aprovação obtida nesta última tentativa, não teve muito interesse em concretizar sua matrícula, pois, ao coletar informações acerca da qualidade do ensino que ali era oferecido concluiu não ser muito recomendável um retorno contando com tanta indefinição relativa ao nível de ensino que teria...
Em sendo assim, já num último momento, ‘no apagar das luzes’, como diziam alguns antigos locutores esportivos quando estava aproximando-se o final de uma partida de futebol (no último dia, na última hora...), ‘concretizou’ sua matrícula na primeira instituição para ‘encarar’ esta difícil empreitada.
Devidamente ‘engajado’, cientificou-se de todos os procedimentos necessários para iniciar esta sua nova vida estudantil, inicialmente programada para uma ‘interativa’ semana de recepção aos calouros, e que estaria sob a égide do diretório central de estudantes (DCE) da universidade, devidamente capitaneado pelos veteranos.
Evidentemente, sem os ‘arroubos juvenis’ dos quais são dotados os jovens recém ingressos em cursos superiores, compareceu a apresentação inicial ‘engendrada’ pelo pessoal receptivo do DCE, que consistiu na fala do gestor do curso e de alguns de seus componentes, que basicamente consistiram em alguns ‘chavões’ de boas vindas e instruções gerais aplicáveis, no contexto, a uma boa convivência no seio estudantil!
O que de mais notório ocorreu nesta sua primeira incursão pela universidade neste seu retorno foi um fato isolado que ocorreu enquanto aguardava a entrada em sala de aula de um dos Mestres que iria apresentar-se. Indagado que foi por dois jovens se também faria parte do corpo de discentes respondeu que sim. Os dois jovens, em prol da grande diferença etária existente ‘bolaram’ um trote para os demais jovens que se encontravam no interior da sala de aula e indagaram se ele não queria fazer às vezes de um mestre e ‘simular’ uma aula para a classe. Em principio houve certa rejeição por parte do ‘convidado’, no entanto, olhando por um melhor ângulo este tipo de brincadeira universitária, solicitou ‘um tempo’ para os jovens e ...(segue)...
Link para sequencia...
http://www.recantodasletras.com.br/biografias/2516182