continuação - Tentando compreender os fenomenos oniricos

Aparelho Psíquico

É uma expressão usada para significar Psique ou a totalidade dos processos psicodinâmicos. São ai que estão localizadas as estruturas do psiquismo inconsciente e consciente. Nele se situam todas dinâmicas de identidade e de relação, alem do Self. As primeiras são o ego e a sombra, as outras são a persona e a ânimalânimus.

Arquétipo

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São, segundo Adenauer, responsáveis por padrões e tendências de comportamentos estruturais. Antecedem a vida consciente, diz que eles não são passiveis de materialização, mas de representação simbólica. Ele cita Jung q afirmando que os arquétipos são hereditários e representantes do aspecto psíquico do cérebro. Todos os seres humanos os possuem e são eles que “ordenam imagens reconhecíveis pelos efeitos que produzem”. Podemos perceber isto pelos nossos complexos, pelas imagens ou figuras que criam, como também, pelas tendências culturais coletivas, ou meios onde vivemos.

Complexos

Os complexos fazem parte do nosso psiquismo repletos de afetividade. São problemas emocionais reprimidos, muitas vezes causando danos a nossa saúde psíquica, ou seja, provocando distúrbios psicológicos de difícil cura, como as esquizofrenias.

Os complexos são unidades vivas dentro da psique e que gozam de relativa autonomia. Quase sempre somos orientados pelos complexos, pois nem sempre são patológicos, somente nos casos, quando atraímos para nós energias negativas, ou seja, energias psíquicas que se manifestam de maneira conflitiva e perturbadora na personalidade. Os complexos alteram facilmente nossa vida, de tal forma que não o percebemos, eles agem inconscientemente, não temos idéia dos nossos atos, somente aqueles que estão de parte é quem percebe. Adenauer explica que no “âmago de um complexo sempre encontramos um núcleo arquétipo.”

Consciência ou Consciente

Segundo Adenauer é uma atitude psíquica que envolve conteúdos, com forte carga de energia, acessível ao ego, cuja base e origem estão no inconsciente. Jung afirma que “nossa consciência não se cria a si mesma: mas emana de profundezas desconhecidas”.

Ego ou eu

Este é o sujeito da ação da nossa consciência. Ele é um dos primeiros complexos a se formar na nossa consciência, segundo Adenauer. Assim para nos conhecermos não seria só olhar para nosso eu nem ego, mas sim, procurar o centro que o organizou, o inconsciente. Enfim, “o processo de desenvolvimento da personalidade, a individuação, consiste em diferenciar o ego de suas estruturas arquetípicas auxiliares”. O ego e o Self, são os centros organizadores da psique, e o ego onírico o ( eu dos sonhos ), para Adenauer são estâncias diferenciadas, porque o ego é baseado no arquétipo de si mesmo, sendo de alguma maneira, seu agente no mundo consciente.

Inconsciente

É a parte da psique onde se encontram os conteúdos arquetípicos (modelo de seres criados). Para Jung o inconsciente “é a fonte de todas as forças instintivas da psique.” Ele atribui que o inconsciente tem uma função criativa. Geralmente La no inconsciente se encontra arquivado conhecimentos que nos parecem esquecidos, que nem numa caixa preta, mas não estamos pensando naquela hora, no entanto pode torna-se consciente algum dia. Jung coloca que existem duas espécies de inconsciente: o pessoal e o coletivo. O pessoal é formado pelas experiências, reprimidas ou não, que a pessoa tem em sua vida consciente desde a infância. O coletivo é o resultado das experiências da humanidade sedimentadas na psique coletiva, pela hereditariedade. Para Jung os conteúdos do inconsciente coletivo não podiam ser adquiridos individualmente, mas coletivamente. Para este psicólogo diz Adenauer “ a mitologia seria uma espécie de do inconsciente coletivo ou psique coletiva.

Individuação

Segundo Jung é um processo de desenvolvimento da personalidade do individuo, que se dá pela diferenciação psicológica do eu, ou seja, o ego objetiva tornar-se diferenciado da coletividade, apesar de viver nela, ampliando seu relacionamento. As normas coletivas são respeitadas e o individualismo é combatido. O inverso á individuação acontece quando cedemos às tendências egocêntricas e ao narcisismo, ou à identificação com papeis coletivos.

Entende-se por narcisismo como, amor a si mesmo, quando uma pessoa enamora-se consigo mesmo, ou mesmo uma pessoa bastante vaidosa que se acha formosa, bela, e que ela é a mais linda pessoa do universo. Não enxerga a beleza das pessoas que estão a sua volta.

Segundo Adenauer a individuação leva à realização do Self, e não simplesmente à satisfação do ego. É um processo dinâmico que passa pela compreensão do final da vida material, objetiva, uma vez que a morte física é inevitável.

Persona uso de mascaras

O termo persona nasceu do uso de mascaras pelos atores para a interpretação dos diversos papeis a que eles estavam propostos a interpretarem. Você é aquilo que você pensa que é. É a maneira como nos apresentamos ao mundo em que vivemos, que se realiza pela necessidade de nos adaptarmos e convivermos com nosso ambiente. Ela pode ser influenciada pela psique coletiva confundindo nossas ações como se fossem nossas, mas nem sempre as são. É como se houvesse um pacto entre o individuo e a sociedade, diz Adenauer, “como se fosse varias pessoas em apenas uma só”. Quando o ego se identifica com a persona faz com que nossa identidade pessoal se afaste, fazendo com que fiquemos confusos sem saber realmente quem somos. Na realidade somos tipos de pessoas que possuem atitudes individuais como também atitudes da coletividade, ou seja, hábitos e costumes de pessoas as quais convivemos ou até mesmos de indivíduos da comunidade.