Há tempos deixei de me preocupar com o tempo, com as horas e com as decisões que eram tomadas no impulso de mim... Impulsiva sim e ao extremo, corajosa em viver situações que me faça compreender se é exatamente isso ou algo que me fará feliz... tenho poucos momentos vividos de puro deleite reflexivo, tenho atitudes guardadas em um canto de minha mente que me faz sorrir por tudo o que fiz na intenção de apenas ser feliz e hoje eu sei da certeza do que é querer viver o momento. Hoje entendo as tristezas que tive, compreendo as decepções que vivi e ainda assim perdôo quem fez todo o esforço possível para eu sair do caminho, pois se ficasse poderia ser atropelada pela avalanche de emoções destruidoras...
 
Amo algumas pessoas que tem morada certa em meu coração, admiro pessoas que passaram em minha vida e me deixaram suas marcas como lembrete do que NÃO ser e do que NÃO fazer...
A menina acho que cresceu e apaixonar-me é difícil, a vida é vista sob um aspecto ainda, mais seletivo... Mas beijos roubados são consentidos, suores solicitados são oferecidos, gemidos verdadeiros são dados e as horas passam e os dias voam e a vida me faz pensativa do que hoje tenho além de minha vida e minhas memórias.
Tento me imaginar daqui a 20 anos e não consigo!
 
É mais fácil olhar pra trás e me questionar do porque que hoje não sou ou não tenho quando com 18 anos me via com 30... Me considero fraca e forte, feliz e triste e talvez por isso é que me sinto viva pelas dores que sinto, pelas perdas que sofri, pelas vitorias que conquistei, pelos homens que escolhi ter, pelo trabalho que dedico o além do posso, da gentileza que pratico todos os dias, pela meu mundo autista que muita vezes me tranco e me desligo de tudo ao meu redor...
 
Morar sozinha é praticar a sua capacidade de entender a solidão, é amá-la ao extremo e sentir exclusivamente dela e ela sua e quando quebrada ter ciúmes do silencio que deixa de reinar pelos cômodos como sedutora forma de forçar a refletir se caminho na estrada certa e o que me falta pra ser feliz.
 
O coração muitas vezes me faz ter saudade de quem não sei se um dia me amou de verdade... Mas que continuo aqui, amando em silencio e torcendo para que um dia eu possa estar frente a frente e saber o que causará... E mesmo assim, me entristece saber que sou amada por quem não ofereço a devida atenção e me machuca e me faz triste, tento e me esforço mais minha claridade no olhar, no gesto e nas ações me deixam por vezes escapar que algumas coisas não me importo tanto quanto deveria...
 
Ah! O vinho, o silencio, a casa vazia...
Meu mundo autista, minha felicidade triste... Meu sorrir solitário, minha lagrima exagerada e meu medo de viver de sonhos falsos...