Barão Homem de Melo
Francisco Inácio Marcondes, advogado, historiador, cartógrafo, político e professor, nasceu em Pindamonhangaba, SP, em 1o de maio de 1837, e faleceu em Campo Belo, hoje Homem de Melo, RJ, em 4 de janeiro de 1918. Eleito em 9 de dezembro de 1916 para a Cadeira n. 18, sucedendo a José Veríssimo, faleceu antes de ser recebido; deveria ser saudado pelo acadêmico Félix Pacheco.
Formado em Direito pela Faculdade de São Paulo (1858), regressou à terra natal, onde foi eleito presidente da Câmara Municipal para o biênio de 1860 a 1861. Tendo concorrido ao concurso de professor de História Universal do Colégio Pedro II, foi nomeado catedrático em 9 de novembro de 1861 e exonerado, a pedido, em 20 de fevereiro de 1864.
Presidiu a província de São Paulo (1864), a do Ceará (1865-1866), a do Rio Grande do Sul (1867-1868) e a da Bahia (1878). No Rio Grande do Sul, em apenas três meses conseguiu levantar, organizar e expedir o 3o Exército para o teatro de guerra no Paraguai, a mando do general Osório.
Eleito deputado à Assembléia Geral Legislativa pela província de São Paulo, para a legislatura de 1867 a 1868, teve o seu mandato cassado, pela dissolução da Câmara; a província renovou-lhe, porém, esse mandato, na legislatura de 1878 a 1881.
Por duas vezes exerceu o cargo de diretor do Banco do Brasil (1869-1874 e 1876-1878). De 1873 a 1878 exerceu a inspetoria da instrução pública primária e secundária do Rio de Janeiro, sob o gabinete João Alfredo. Durante esse qüinqüênio foi também presidente da Companhia da Estrada de Ferro São Paulo-Rio de Janeiro, que lhe deve a conclusão de suas obras.
Como presidente da Província da Bahia (1878), ali prestou assinalados serviços à capital, ligando a cidade baixa à cidade alta pela rua da Montanha, depois Barão Homem de Melo.
Em 28 de março de 1880 foi nomeado ministro do Império do Gabinete Saraiva, permanecendo no posto até a queda do gabinete, em 3 de novembro de 1881; foi por duas vezes, no mesmo gabinete, ministro interino da pasta da Guerra.
A República o afastou da política ativa, entregando-o ao magistério, às ciências e às artes. Ainda em 12 de abril de 1889, data da fundação do Colégio Militar, o Barão Homem de Melo foi nomeado seu professor de História Universal e de Geografia. Em 1896, falecendo Raul Pompéia, sucedeu-lhe no ensino de Mitologia na Escola Nacional de Belas Artes, da qual se fez professor catedrático de História das Artes desde 1897.
Foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (para onde entrara em 30.6.1859), do Instituto Histórico de São Paulo e do Instituto Geográfico Argentino.
Obras:
Esboços biográficos, 2 vols. (1858);
Esboços biográficos, 2 vols. (1862);
Escritos históricos e literários (1868);
Obras, reunindo: "A Constituinte perante a história" (1863), Eleição senatorial (S. Paulo em 1878) Candidatura do Barão Homem de Melo; "Mythologia Cosmogonia, identificação das divindades gregas e romanas, emblemas dos deuses" (1896);
"Aula de História da Arte" (1897);
"Integração da nacionalidade brasileira pela metrópole" (1871);
Biografia de Hyppolito José da Costa Pereira" (1871);
O general José Joaquim de Andrade Neves, Barão do Triunfo (1869);
Memórias do Visconde de São Leopoldo (1873);
O Brasil intelectual em 1801. Separata da Revista do IHGB, 1901;
A minha nebulosa (poesia, 1903);
O Brasil de hoje (1905);
"Subsídios para a organização da Carta Física do Brasil" (1876);
"Excursões Geográficas" (1872 a 1876);
"Atlas do Brasil" (1872);
"Geografia-Atlas do Brasil e das 5 partes do mundo".