Afonso Schimidt
Afonso Schimidt, nasceu em 29 de junho de 1890, e faleceu em 03 de abril de 1964. Foi jornalista, contista e romancista brasileiro.
Nasceu ao pé da Serra do Mar, na cidade de Cubatão, SP, onde depois, levado pelos pais, foi morar em São Paulo. Quando criança, ganhou de um colega uma impressora. Em 1905 fez prova para a Faculdade de direito de São Paulo, mas não cursou. Nessa época trabalava na construção da estrada de ferro como puxador de trena em Santos-Jundiaí. Com quase 16 anos, em São Paulo, já contribuia com jornais do interior. Decidiu viajar para a então capital da República, Rio de Janeiro, atraído pelas festas de posse de Afonso Pena.
No carnaval de 1907, já de volta a São Paulo, voltou para o Rio de Janeiro com 140 mil-réis. No Rio, comprou um bilhete só de ida para Lisboa. Viajou para a Europa sem passaporte e sem condições financeiras. Alugou um apartamento fiado em Lisboa. Pensou em ir a Angola, mas se desistumulou devido às censuras que recebeu a quem pedia conselho. Então foi de comboio para Paris, França, onde conseguiu um empreho em uma editora de dicionários francês-português. Nessa época, passava por alguns problemas financeiros, o dinheiro que ganhava na editora não era suficiente, e seu pais sempre mandava dinheiro, e se virava como podia.
Quando estava com condições financeiras melhores, a saudade bateu e retornou ao Brasil. Em Santos, resolveu se dedicar ao jornalismo. Fundou o jornal Vésper. Em 1911 publicou Janelas Abertas, seu primeiro livro de poesias.
Voltou à Europa no terceira classe do navil Garibaldi, novamente com poucos recursos financeiros. Foi para Gênova, e depois seguiu em comboio para Milão, onde conseguiu um emprego como correspondente em língua portuguesa de um jornal, onde trabalhou por 3 meses.
Desempregado novamente, escreveu cartas aos seus amigos de santos pedindo ajuda financeira. Recebeu 50 libras de um, e com esse dinheiro foi de trem à França. Logo depois ficou sem dinheiro e sem ter onde morar, com uma temperatura de 10°celsius negativos. Mandou uma carta a dom Luís de Bragança e, oito dias depois, recebeu 50 francos.
Foi para Marselha, procurou o consulado brasileiro e conseguiu uma passagem de volta ao Brasil. Pensou em alistar-se na Legião Estrangeira, sendo recusado por ser considerado franzino. Quando voltou a Santos, começava a I Guerra Mundial. Cansado da vida em Santos, retornou Rio, onde foi diretor do jornal Voz do povo, da Federação operária, no período de 1918 a 1924. Voltou a São Paulo e trabalhou na Folha de São Paulo, onde ficou até próximo da sua morte. Foi pela Folha que publicou os ramancesA Sombra de Júlio Frank, A Marcha e Zanzalá em folhetim.
Publicou mais de 40 livros, entre eles O Menino Filipe(romance), A Vida de Paulo Eiró e São Paulo de meus Amores(crônicas), O Tesouro de Cananéia(contos), A Primeira Viagem(autobiográfico).
Recebeu o troféu Juca Pato, prêmio intelectual do ano, em 1963, concedido pela União brasileira do escritores.