Um Homem Inteligente, mas não Sábio - OSCAR WILDE
O Dr. Oscar O’Flahertie Wills Wilde é com certeza um dos maiores nomes da literatura e um dos mais importantes escritores do século XIX.
Seu berço foi em Dublin, e sua família era de classe mediana na Ilha Britânica. Seu pai era médico e sua mãe, Jane Francesca Elgee, era importante escritora na Irlanda.
Oscar Wilde teve uma vida repleta de turbulências, até sua data de nascimento não se sabe ao certo, sabe-se que nasceu num dia de outono de 1854 ou 1856.
Desde cedo, Wilde esteve rodeado por intelectuais e foi mostrando interesse pelo saber e pelos conhecimentos diversos - diria eu que soube dar valor ao que tinha - e não foi à toa que sempre foi um aluno brilhante, chegando a ganhar medalhas e prêmios honrosos em 1874, 1876 e 1878, neste último ano, recebeu o prêmio Newdigate com o poema Revenna, acredito em particular que foi a forma eloqüente de recitar o poema que valeu o título, mas não tiremos os créditos de Wilde que eram tantos.
Pois bem, nosso jovem escritor possuía um ‘ar’ de superioridade por aonde ia, muitos o admirava por sua inteligência e pelo seu temperamento forte e anti-convencional, alguns também o repudiavam, em grande parte, por inveja.
Wilde possuía também ideais bastante relevantes sobre moralização e defendia o “belo” como solução contra tudo que viesse a denegrir a sociedade da época. Foi fundamentado nessa tese, que Wilde criou o Movimento Estético, e em 1882 foi convidado a fazer uma série de conferências nos Estados Unidos e em toda a América. Sinceramente defender o “belo” a ponto de criar um movimento não me é vantajoso, e creio que algumas pessoas da época também viam esse lado, alguns até o repudiavam.
Aconteceu que Wilde depois de visitar a América viaja até a França, e lá publica várias obras, deixando um pouco de lado seu movimento, “ocultando-o”, pouco mais tarde retorna a Inglaterra e conhece Constance Llyod que viria a ser sua esposa e mãe de dois filhos seus, Cyril e Vyvyan.
É, mas o plano pessoal de Wilde não é mais importante que seu campo alcançado na literatura, que mesmo depois de casado manteve-se muito conhecido e assíduo nas rodas literárias. Aos poucos foi se formando um indispensável e comentado nos mais variados eventos sociais de glamuor. Acredito que Wilde satisfazia-se nesses encontros, pois sempre gostou de destaque, desde os tempos de meninote.
Mas a vida de Wilde não esteve restrita apenas dentro das linhas da nobreza, houve um período em sua vida que passava necessidades e produzia obras para publicação rápida, a fim de ganhar dinheiro, a peça Vera é um exemplo, mais a arte para ser arte não deve ter propósito comercial, e em menos de uma semana o cartaz da peça já havia sido cortado. Em seguida Wilde mostrou sua afinidade com poemas, publicando assim um livro intitulado Poemas, esse que teve muito sucesso na Inglaterra.
Muitos contos também foram por ele produzidos e merecem destaque O Príncipe Feliz e o Fantasma de Canterville. Alguns críticos dizem que a maioria de seus contos são uma espécie de Contos de Fadas por serem fantasiosos demais.
Seu período literário mais satisfatório foi de 1887 a 1895, foi no ínterim desses anos que surgiria sua mais perfeita obra, o romance O Retrato de Dorian Gray, em 1891. No livro, Wilde fala que não existe livro bom nem livro mau, assim como não existe livro moral ou imoral, mas essa é uma visão egocêntrica do autor, que tenta ludibriar o leitor sobre a questão da moralização. Em todo caso, vale a pena conhecer o livro, e digo que ainda serve de linha padrão a qual devo analisar para não consentir com o que este propõe, se conheço o mal, será mais fácil me defender dele, é uma questão óbvia.
Contudo o livro O Retrato de Dorian Gray é uma perfeita obra de arte, escrito com muita inteligência e criatividade nas mais simples frases dos personagens e do narrador que enfeita o melodrama com a mais profunda naturalidade.
E foi que no auge no seu ramo literário, Wilde passou a ter problemas sociais sérios. O que eram apenas boatos foi por ele assumido, o jovem escritor inglês era bissexual e tinha um caso o Lord Alfred Douglas, filho do marquês de Queensberry. Por isso, no ano de 1895, Oscar Wilde foi condenado a dois anos de prisão, uma vez que essas práticas sexuais eram proibidas por lei na Inglaterra. Na sela, chegou a produzir as poesias A Balada do Cárcere de Reading e Di Profundis, este último uma longa carta ao Lord Douglas.
Depois dos anos de 1890, a reputação de Wilde vinha sendo drasticamente abalada, e quando preso, todas as suas peças foram tiradas de cartazes e seus livros foram proibidos de serem vendidos. E no ano de 1900 o mundo perderia um grande escritor por causa de uma meningite. Wilde faleceu sozinho, isolado num quarto de hospital.
Devem ser dados todos os créditos àquele que contribuiu muito na literatura mundial. Wilde foi uma pessoa admirável, que demonstrou isso em seu amplo quadro de obras. Talvez não tivesse tido muita sorte na vida, é verdade, talvez optasse pelas escolhas erradas, e aí está o motivo de seus fracassos. Discordo da idéia que ele colocou no livro O Retrato de Dorian Gray, reprovo seus atos bissexuais, mais talvez aquele quarto no qual se encontrava quando faleceu estivesse mesmo com o papel de parede horrível, ou talvez não... Sei lá, em alguma coisa ele teria que ser feliz! Não importa, porque algo é muito mais memorável: Wilde em julgamento disse estar na sarjeta, de fato, até como escritor não foi muito aceito, porém estava a olhar as estrelas.
Francisco Wilson Dias Miranda