Autobiografia
Não sou aquilo que pareço ser. Não tenho a intenção de enganar ninguem, mas as pessoas tendem a formar uma imagem que eu não possuo. Como poderiam me definir, se mudo tanto que nem eu mesmo me reconheço?
Quem eu sou? Dúvida persistente que me encomoda de tal forma que me sinto perdida na incerteza de ser eu.
Inconstância desagradável que me transforma a todo instante.
Como poderia ser sempre a mesma?
Se a cada tristeza me torno fria e desconfiada.
Se a cada vitória sou uma pessoa segura e feliz.
Se a cada amizade conquistada alegro-me.
Se a cada decepção desacredito nas pessoas.
Se as vezes quero cantar e outras nem falar desejo.
Se em um momento vejo o amor como uma dádiva e outro como um castigo.
Talvez eu seja o retrato da passagem da vida, que nunca é igual.