Arte em todas as partes
Agora, de rosto sou feio,
mas já fui bonito.
As mechas dos cabelos fechadas
e a pele queimada de sol.
Meu olhar,
tinha as alegrias da juventude
e nada mais.
Mas, não tinha o conhecimento
desses tempos.
A paixão pela música,
pela dança, e a escrita,
que com o tempo,
tornou-se algo inseparável.
A criação é tudo.
A escrita, arte-terapia.
É o universo para a geografia.
É Vênus, é Marte;
deuses ou mundos,
seja como for!
Poesia, confusão de sentimentos,
amor, solidão, sorte.
È a bola rolada com jeito;
o gol de placa do craque.
È o bonito que contracena com o feio;
o sol que nasce mais cedo;
É Ana Carolina num fim de tarde.
A inspiração nua
que se veste
que se despi,
apenas com a ponta de um lápis.
É vida mesmo no fim.
Amor perfeito ou imperfeito seja ele;
o momento que se vive,
de dentro pra fora
e de fora pra dentro, e passa.
A arte em todas as suas partes.
Cada letra que não passa ,
nem quando ganhar o papel.
O carnavál, emoções, o verão;
o sorriso da criança inocente;
a chuva que molha o chão;
uma busca incansável;
uma conquista de um,
ou de uma nação.
O quarto escuro;
o poema, doce, solitário, mudo.
O Pérgola suave,
ou o café forte, amargo;
tenho que confessar,
um mundo meio egoísta,
bom ou ruim,
faz parte de mim;
Mas quem não tem algo,
que não abre mão?
A criação é isso,
a mistura de todas as coisas,
numa só, e em todas.
A combinação de palavras
que desenha e abriga,
o que a gente tem
de melhor e de pior.
O desafio; o desconhecido;
um alvo certeiro,
com os olhos vendados;
o toque, o cheiro.
o que é longe,
mas que é abrigo.
o encostar da boca,
o sorriso, que seduz e conquista;
e o tempo,
que só anda para frente;
mas que abandona
e não paga pela gente.
O que é perto e trái.
(Edmilson Cunha)
23/06/2010